Prémio Literário Vila de S. Torcato celebrou Língua Portuguesa e Camões com entusiasmo e emoção

A Junta de Freguesia de S. Torcato promoveu, segunda-feira, 05 de maio, a 5ª edição do Prémio Literário Vila de S. Torcato, uma cerimónia que decorreu na recém-inaugurada biblioteca da Escola Básica local. O evento assinalou o Dia Mundial da Língua Portuguesa e integrou as comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

José Alberto Freitas, diretor do Agrupamento de Escolas Vale de S. Torcato, destacou o percurso e o impacto desta iniciativa na comunidade escolar. “Sempre foi nossa preocupação a língua portuguesa e, de facto, com esta 5ª edição do Prémio Literário Vila de S. Torcato, conseguimos levá-la mais além. Era nosso objetivo consolidar essa valorização e, olhando para esta edição, posso afirmar que foi alcançado,” afirmou, sublinhando ainda o ambiente poético da cerimónia.

“O evento foi adornado com atuações de professoras que declamaram poemas, tornando este momento um verdadeiro altar da poesia,” acrescentou, destacando o “forte envolvimento, tanto dos professores, como dos alunos”. Reconhece que nos tempos de hoje, a língua portuguesa sofre muitos atropelos, com emojis, abreviaturas, são atropelos à língua”.

A cerimónia premiou os três melhores textos produzidos por alunos do Agrupamento, num concurso que visa promover o gosto pela escrita e pela língua portuguesa entre os mais jovens. Para Margarida Vila Nova, professora de português, o entusiasmo dos alunos é evidente. “Eu adoro, eles também gostam muito. São atividades que parecem curriculares, mas acabam por permitir que expressem sentimentos através da poesia, narrativa e opinião,” revelou.
A docente frisou ainda o impacto do prémio no desenvolvimento da escrita dos alunos.
“Nota-se nas avaliações, nas frases mais estruturadas, na forma como falam e escrevem. É uma diferença em relação a quem só escreve nas redes sociais,” sublinhou.

“São alunos que estão mais habituados a escrever todo o tipo de texto, mas especialmente aqueles onde podem dizer algo deles, como a poesia, por exemplo. E nesse sentido, sim, pode ser uma diferença, uma marca”, disse ainda.

© Eliseu Sampaio

“Há forças exteriores e interiores que colocam a língua em risco”

Já Filipe Santos, mentor do Prémio Literário, acredita que a iniciativa tem um papel transformador: “A intenção é romantizar um pouco o português para que os alunos o usem mais no dia-a-dia, até nas redes sociais. Este prémio também alicia os pais e reforça a necessidade de falar e escrever bem, cá dentro e lá fora,” explicou.

Sublinhando os desafios enfrentados pela língua portuguesa, disse ainda que “há forças exteriores e interiores que colocam a língua em risco”. É preciso relembrar a sua importância, especialmente entre os jovens que usam cada vez mais inglesismos”.

Para Alberto Martins, presidente da Junta de Freguesia, o prémio assume uma relevância ainda maior nesta data simbólica. “Hoje [05 de maio] comemoramos o Dia Mundial da Língua Portuguesa e os 500 anos do nascimento do nosso poeta maior. Não poderia haver melhor cenário para esta celebração. Este prémio já é uma marca e queremos deixá-lo para o futuro,” afirmou com orgulho. O autarca mostrou-se satisfeito com o envolvimento dos alunos: “Apesar de não poderem estar todos presentes, muitas turmas pediram para vir. Isso mostra a força que este prémio já tem e a vontade que os alunos têm de participar”.

Antero Freitas, tesoureiro da Junta, realçou o impacto positivo da iniciativa também a nível económico e comunitário. “Além de incentivar os alunos, promovemos o comércio local com prémios a utilizar em vouchers. A reabertura da escola e esta atividade toda dão um novo ânimo à vila,” afirmou. “Mesmo quem passa pela estrada sente a diferença, ver os corredores cheios de alunos e ouvir o barulho é incrível,” concluiu.

O Prémio Literário Vila de S. Torcato reafirma-se assim como uma iniciativa de excelência na promoção da língua portuguesa, do talento jovem e do envolvimento da comunidade. A edição deste ano, dedicada a Camões, não deixou dúvidas quanto à vitalidade da escrita e da expressão criativa entre os alunos da vila.

 

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