Primeiros refugiados ucranianos chegam a Guimarães na próxima semana
Continua a recolha de bens essenciais.

A onda de solidariedade criada em Guimarães tem mostrado que os vimaranenses não estão indiferentes às necessidades do povo ucraniano. A vigília pela paz levada a cabo esta quarta-feira, no Largo do Toural, reuniu centenas de pessoas que juntaram forças e rezaram por aqueles cuja vida está em perigo.

É já na próxima semana que o concelho de Guimarães vai acolher os primeiros refugiados ucranianos através de famílias de acolhimento. A informação foi avançada ao Mais Guimarães por Paula Oliveira, vereadora da Ação Social, que acrescenta que tem conhecimento de “vários os empresários com disponibilidade para fornecer alojamento e emprego”.
Tendo já chegado entre 100 a 150 refugiados ao território português, a responsável diz não ter “dúvidas de que chegarão muitos mais” e que “em Guimarães, no Centro de Local de Apoio aos Migrantes, a comunidade ucraniana com título de residência está próxima de uma centena”.
Também a Câmara Municipal diz ter dobrado esforços para ajudar o povo ucraniano, uma vez que “o trabalho já era acrescido pelas consequências da pandemia e esta guerra veio aumentar a necessidade de aumentar a intervenção da ação social do município”, explica Paula Oliveira.
Reiterando que “a solidariedade e generosidade está no ADN do povo vimaranense”, desde a primeira hora foi “organizada uma rede solidária gigantesca que reuniu a delegação da Cruz Vermelha Portuguesa, o Arciprestado de Guimarães e Vizela, empresas locais, Juntas de Freguesia, o Lions Club, entre outras entidades, que sempre se mostraram disponíveis para trabalhar em prol da defesa da vida do povo ucraniano”.
Desta forma, todas as Juntas de Freguesia são portas abertas para a recolha de bens essenciais. Contudo, há cuidados a ter em conta na hora de entregar esses mesmos artigos.
A vereadora da Ação Social lembra que “estamos a lidar com um cenário de guerra, sem condições para cozinhar ou com condições precárias, que são as possíveis nos campos de refugiados”. Assim, no que à alimentação diz respeito, privilegiam-se os alimentos enlatados com fácil abertura ou em boiões de vidro, por exemplo.
Em articulação com a comunidade ucraniana que vive em Guimarães, e com aqueles que estão nos centros de refugiados, foi possível apurar que entre os bens que mais falta fazem estão também os produtos de higiene como toalhitas, fraldas para crianças e idosos, mas também cobertores, casacos quentes, gorros, luvas, almofadas, mantas e sacos-cama. Os medicamentos são também essenciais, entre eles paracetamol, compressas, tintura de iodo e kits de primeiros socorros.
Paula Oliveira não esconde que vê “este conflito armado com uma deceção muito grande e tristeza também”. “Não entendo como é que é possível, em pleno século XXI, que alguém atente contra os direitos humanos. Quando pensamos que vivemos em sociedades civilizadas, quer do ponto de vista cultural, social e político, infelizmente não é assim em todos os pontos do globo. Assistir a esta barbárie deixa-nos completamente infelizes e tristes, mas não derrotados. Esta é uma causa de todos, porque todos podemos fazer a diferença. Esta mobilização da comunidade portuguesa e da comunidade vimaranense é um sinal de esperança”, finaliza.
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