PSD: Governo “não assumiu compromissos com os principais problemas do concelho”
O líder do PSD lamenta ainda que não tenham sido anunciadas novas decisões que permitissem resolver problemas ou desígnios do próprio território.

ricardo-araujo-com-barra
“O Governo por Guimarães passou e nada deixou”. É este o parecer de Ricardo Araújo, presidente do PSD Guimarães, relativamente às iniciativas que decorreram em Guimarães, no âmbito do Governo + Próximo, que percorreu todos os concelhos do distrito de Braga.

Em conferência de imprensa, Ricardo Araújo afirmou que esta se tratou de uma “oportunidade perdida”, uma vez que se esperava não só que os membros do Governo visitassem o conjunto de obras em curso que são financiadas pelo Governo ou mesmo com fundos comunitários, mas também que tomassem conhecimento dos reais problemas do território e que ainda não têm solução à vista, algo que, a seu ver, não aconteceu.
O líder do PSD lamenta ainda que não tenham sido anunciadas novas decisões que permitissem resolver problemas ou desígnios do próprio território.
“A conclusão a que se chega é que o governo se limitou a visitar o conjunto de obras em curso, empresas em plena atividade e investimentos terminados ou em curso”, afirmou o social-democrata, que considera que estas iniciativas foram “uma desilusão para Guimarães”.
“Foi uma iniciativa que se ficou pelas ações de promoção e de propaganda. Uma iniciativa festivaleira de tirar fotografias em torno de tudo aquilo que está a acontecer no território”, referiu.
Desta forma, Ricardo Araújo enumerou dez medidas prioritárias para o concelho que gostaria de ter visto anunciadas pelo Governo central.
A começar pelo BRT em Guimarães, que viu assinados três protocolos, nomeadamente com fundo ambiental para a elaboração de estudos técnicos, no valor de um milhão de euros, Ricardo Araújo refere que não foi apresentada nenhuma novidade diferente daquela dada a conhecer há cerca de um mês.
Neste sentido, compara as verbas atribuídas ao município vimaranense comparativamente com a cidade vizinha de Braga, que viu, no âmbito do Governo + Próximo, serem-lhe atribuídos 100 milhões de euros para execução de duas linhas de BRT que visam resolver os problemas de mobilidade interna e não só de ligação a outras cidades, como prevê que aconteça com o BRT de Guimarães.
“Muito mais do que ligar Guimarães à alta velocidade ou ligar Braga, devia ser equacionado como uma solução para facilitar e ultrapassar os problemas de mobilidade e acessibilidade no concelho de Guimarães, particularmente a norte, a sul e a oeste”, adianta Ricardo Araújo.

Ainda no que à mobilidade diz respeito, o social-democrata lembrou outra das propostas que não foi anunciada e que diz ser uma reivindicação antiga do Partido Socialista: a criação do nó de acesso da autoestrada A7 em Brito/Vila Nova de Sande.
Na sua visão, esta infraestrutura iria permitir não só a resolução dos problemas de acessibilidade ao norte do concelho, como sobretudo ao AvePark.
Além desta solução, lembrou a urgente requalificação dos principais eixos rodoviários de ligação da cidade às suas vilas e concelhos vizinhos, transformando-as em “avenidas urbanas com corredores exclusivos para transportes públicos”. Para isso, elenca a requalificação de “três estradas nacionais fundamentais para a melhoria da mobilidade no concelho”. São elas a N101, Guimarães – Taipas – Braga, a N206, Guimarães – Ronfe – Famalicão, e a N106, Guimarães – Lordelo – Santo Tirso.
A terminar a temática dos transportes, Ricardo Araújo enalteceu a necessidade de requalificar e duplicar a linha férrea de Guimarães a Porto, a par do regresso imediato do serviço Alfa Pendular, interrompido desde a pandemia. “Seria a oportunidade certa para Guimarães exigir a retoma destes serviços de velocidade rápida”, considerou o vereador da Câmara Municipal, que acrescenta que a recuperação desta linha iria também proporcionar uma ligação estratégica para a alta velocidade no Porto.
Também o projeto de fecho da circular urbana e a sua ligação direta ao hospital, que nunca foi concluído, foi outro dos temas abordados.
Relativamente ao Campus da Justiça, Ricardo Araújo criticou o facto de o Governo ter feito “exatamente o mesmo anúncio em 2019” e que devia, por esta altura, “já estar concluído”.
“Se o protocolo está assinado desde 2019, não é para levar a sério?”, questionou o vereador, acrescentando que esta se tratou de “mais uma promessa”.
No âmbito cultural, Ricardo Araújo indagou o porquê de não terem sido realizadas visitas aqueles equipamentos que merecem ser alvo de financiamento urgente. A este propósito, enumerou o financiamento da Plataforma das Artes e o CIAJG, na sequência da CEC 2012, a descentralização e gestão integrada dos equipamentos culturais e a reabilitação da Igreja da Costa.
Também os parques escolares deveriam, na sua opinião, ter merecido mais esforço da autarquia. “Podíamos ter aproveitado a oportunidade para justificar junto do Governo o investimento” na escola EB 2,3 Afonso Henriques, em Creixomil, e na EB 2,3 em Pevidém.
Ainda na educação, e face à precária rede de creches do concelho, lembrou a “evidente falta de vagas” e considera que “a autarquia e Governo podiam ter conversado sobre soluções imediatas para incrementar o número de vagas”.
Por último, na área da habitação, Ricardo Araújo refere que a aprovação da Estratégia Local de Habitação podia ter servido para renegociar o protocolo de colaboração da Câmara com o IHRU, de forma a aumentar o financiamento para Guimarães, que atualmente se fixa em 30 milhões de euros, enquanto que Famalicão e Braga têm 60 e 120 milhões de euros contratualizados, respetivamente.