Que seja um novo amanhã
Por Rui Armindo Freitas.

por Rui Armindo Freitas
Economista e Gestor de Empresas
As presidenciais 2021 realizaram-se no contexto mais adverso deste século. Aconteceram na altura em que o país e o mundo vivem o contexto mais incerto que o mundo contemporâneo já experimentou, seja em termos económicos, com uma tempestade séria no horizonte, seja em termos sociais e ainda sanitários, por ainda não termos o fim à vista, de uma pandemia que colocou as nossas vidas em suspenso. Foi neste contexto que sete mulheres e homens se nos apresentaram para darem a sua perspetiva do Portugal presente e futuro, e foi para mim a mais pobre campanha de que me recordo. O candidato incumbente, mostrou ser o único com uma dimensão superior à de todos os outros, ainda que com um vazio de ideias que não foi para lá dos afectos no corolário de um mandato que caucionou uma estratégia socialista que teima em empurrar o país para um abismo. Mas que o fez por falta de contraponto da oposição! O Presidente da República não é o líder da oposição, e julgo que a própria oposição terá de ter isso bem presente no nortear da sua estratégia, que vá para lá de esperar que um dia o poder lhe caia no colo. A extrema esquerda essa, percebeu que os extremos se tocam e que sendo farinha do mesmo saco de Ventura, tiveram que com ele dividir os votos anti sistema, para além dos votos que este granjeou a uma direita que clamava por um grito de revolta contra um Estado cada vez mais insuportável. O preocupante neste fenómeno é assistir a um povo moderado, cair no canto da sereia de alguém que usa a divisão e o ódio para crescer. No meio disto tudo, somos brindados com os mais variados sinais de incompetência que tiveram a sua caricatura num boletim de voto com oito candidatos, onde um deles nunca o foi… Valha-nos o surgir de uma candidatura liberal, que teve ao menos o mérito de mostrar que caminhos existem, apesar de não serem novos e que durante algum tempo tiveram lugar num partido plural como era o PSD, onde aquele liberalismo económico juntava a preocupação social.
Pelo caminho assistimos a um país a desmoronar, com crianças que nunca iriam para casa…verem as sua escolas encerradas, com a novidade de que as férias serão forçadas para todos, porque se os alunos do público não têm condições para prosseguir com ensino online, fruto da incompetência de Brandão Rodrigues e António Costa, então os do privado, onde os pais pagam por um ensino diferenciado, também terão de parar, porque se uns estão bem, a lógica socialista não é que todos fiquem bem, mas que se nivele por baixo e que todos fiquem mal…proibindo-se por decreto a instrução dos mais novos. Assistimos a um confinamento geral tardio e obrigatório, no pico de um Inverno, num país onde infelizmente muitos não têm casa que lhes garanta condições para confinar com dignidade e conforto, e sobre isso nem uma palavra. Assistimos ao colapso do SNS apesar do esforço hercúleo dos seus profissionais, e a uma Ministra da Saúde que ignorou o sistema privado de saúde por preconceito ideológico e por não aceitar pagar aos privados o mesmo que um utente custa no público. A reflexão que deveria fazer é, como o privado consegue prestar serviço idêntico pelo mesmo custo e ainda ter lucro…dá que pensar, menos a Marta Temido…
Esperemos que Marcelo Rebelo de Sousa prove ser merecedor da confiança ampla que os portugueses lhe entregaram, que seja exigente com o Governo, para devolver a todos os portugueses a concretização das expectativas e confiança que nestas eleições depositaram nele. Que seja um novo amanhã.
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