Quem sabe faz a hora

Por Ana Amélia Guimarães.

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por Ana Amélia Guimarães Professora

Leio na imprensa local que «A apresentação de ideias inovadoras por jovens empreendedores dominou a iniciativa «Demo Day».

Com interesse, leio também que o lançamento de projectos como um soutien que previne e reduz infecções microbianas; o desenvolvimento de produtos para os pais e para o bebé; um centro criativo comunitário para fomentar a economia circular; a criação de um babygrow que orienta massagens terapêuticas para o alívio das cólicas dos bebés; um sistema de reaproveitamento de águas residuais para campos de futebol e golfe; a transformação de bolas de ténis e de padel para calçado desportivo e casual; a solução automática de detecção e marcação de defeitos por visão artificial e ainda uma solução têxtil lar com aplicação de um agente natural de repelência sustentável, foram algumas das ideias demonstradas pelos empreendedores participantes no resultado do programa intensivo de aceleração de startups, desenvolvido pela Câmara Municipal de Guimarães, através da Set.Up Guimarães em parceria com a TecMinho.

Tudo bem, e parece que não há nada a apontar, não fosse a enésima vez que vemos a autarquia nestas encenações dum pretenso «crescimento de uma nova cultura industrial na região, baseada em soluções inovadoras» e na previsível (porque o vemos há décadas) vitória de Pirro dessas mesmas pretensões.

E porquê? Porque, simplesmente, não será possível uma «reindustrialização» do Ave, ou «apoiar a nova geração para o desenvolvimento e o crescimento de ideias de negócio», que continue a assentar numa política de baixos salários, ponto.

Sabemos como as palavras possuem um peso próprio, incubadora despoleta a ideia imediatamente positiva associada a um processo de criação e proteção.

No entanto, parece-nos que a ideia de uma «incubadora» de empresas será, neste contexto e nas atuais circunstâncias, uma designação mais publicitária que política, destinada a vender um desenvolvimento económico condenado à mesmidade.

E «o mesmo» é a recorrente cedência, por parte do PS, à manutenção de um paradigma de promoção do tecido económico, que assenta numa anacrónica política de baixos salários, tornando incompatível o desejo de desenvolvimento económico vinculado à melhoria das condições de vida da maior parte da população portuguesa.

Simplificando: enquanto por um lado, o PS local promove a «incubação» de novíssimas empresas, o PS central (com o acordo e sustentação dos locais) cede, por outro, a políticas de trabalho que condenam as famílias ao racionamento, à precariedade, à emigração e amarram a economia a um modelo de subdesenvolvimento impossível de sustentar.

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