Quo vadis, Portugal?
Por César Teixeira.
Por César Teixeira.
A proposta de Orçamento de Estado apresentada pelo Governo foi reprovada. Pelos partidos que, em 2015, se uniram ao PS para destruir o legado e derrubar o Governo liderado por Passos Coelho. Ruiu a maioria parlamentar que permitiu a Costa, nas costas dos portugueses, camuflar a derrota que, então, sofreu nas urnas. Dos escombros verifica-se o legado da geringonça. Capaz de destruir uma obra. Mas incapaz de sobre ela dar um futuro a Portugal. A geringonça é a fonte e causa do problema com que Portugal se depara.
António Costa, coerente na incoerência, apresenta-se agora travestido. Com nova roupagem. É, pois, fundamental perceber qual o caminho que o PSD tem a oferecer aos portugueses. No momento em que escrevo, os órgãos estatutários do PSD entenderam aceitar a cronologia proposta inicialmente por Rui Rio e marcaram eleições internas para o dia 4 de dezembro. Tomada a decisão pelo órgão legítimo, deverá o Partido concentrar-se no debate sobre as questões que verdadeiramente interessam aos portugueses.
Das diferentes ideias que os candidatos apresentem resultará um PSD plural. Que se assuma como a pedra angular da construção de uma alternativa. Uma campanha eleitoral que fosse limitada a questões formais e estatutárias, significaria o abandono do debate substantivo. Só debate a forma quem nada tem de substantivo a dizer.
E esta é primeira questão a colocar no processo de reflexão que cada um deve fazer: que projetos e propostas têm os candidatos ao PSD a apresentar a Portugal?
É decisivo que os portugueses assistam, no processo eleitoral interno do PSD, a um salutar confronto de ideias e de projetos. E não a uma mera luta de galos. Mais interessados em bicar-se um ao outro. Esquecendo a habilidosa raposa que está à espreita.
É, por isso, que se apela a um debate vigoroso e intenso. Mas sobre ideias, projetos e propostas. Sem ofensas ou ataques pessoais. Um ato eleitoral é algo normal num partido democrático. Desejável. Abdicar de um processo eleitoral aberto no seu calendário normal, seria ofensivo dos princípios democráticos e feriria quem assim não procedesse. Veja-se o que sucede no CDS. E o que diria António Costa, num debate a dois, a um líder partidário não legitimado? Pelo calibre a que nos habituou, imagina-se…
Do confronto de ideias saem novas sínteses. O PSD é um partido atípico no panorama partidário europeu. Consegue ter no seu interior diversas sensibilidades. Com diferentes perspetivas para Portugal, que têm sido conciliáveis. Mas a construção de pontes entre as sensibilidades exige, em primeiro lugar, vontade. Mas também saber. Conhecimento. Cultura. Só com esses atributos pode um Presidente superar o espírito de fação e assumir-se como líder.
Pacificar o PSD é fundamental. E para pacificar o PSD é necessário construir pontes e não cavar trincheiras. Que se aceite, incentive e respeite a diferença. Que se faça da tolerância um princípio, mas também uma prática. No ato eleitoral que se avizinha, a definição de qual o militante mais habilitado a pacificar o partido deve estar no topo das preocupações. Por isso no processo reflexivo de cada um, outra questão se coloca: quem reúne as melhores condições para conseguir contruir pontes e não trincheiras?
Foi esta capacidade de conciliação que deu força ao PSD. Que o transformou no partido reformista de Portugal. Quem consegue construir pontes no seu interior está preparado para construir pontes para o exterior. Portugal precisa do PSD reformista. De um PSD alargado, no interior. Que consiga projetar para o exterior. Ser atrativo. Interpretando os novos anseios e necessidades dos portugueses. Conseguindo envolver as forças reformistas da sociedade portuguesa. Por isso mesmo, outra pergunta que deveremos colocar a nós próprios é a seguinte: quem, de entre os candidatos, conseguirá atrair e agregar as forças vivas do Portugal reformista em torno de si?
Sejamos claros. Ninguém pensa exatamente como cada um de nós pensa. Pelo que nenhum candidato coincidirá integralmente com o pensamento de cada um. Mas teremos de tomar as nossas posições em função do momento circunstancial que nos é apresentado, das candidaturas que nos são propostas e com a qual mais nos identificamos e de acordo com o processo reflexivo de cada um.
Tenho para mim que é decisivo afirmar um projeto positivo e manifestamente diferente de António Costa. Que nos liberte do intervencionismo que tudo limita e tudo condiciona. Que traga o PSD para o lugar onde sempre esteve. Onde foi capaz de construir soluções para Portugal. De formas calma, serena e tranquila. Porque no fim tudo se resume a um ato eleitoral. E a uma escolha. No dia 5 de dezembro todos estaremos onde hoje estamos. Por isso abdique-se dos fundamentalismos. Aspire-se à tolerância e ao respeito. Assim se assegurará o interesse nacional.
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