Recordar… o Vitória #25
Por Vasco André Rodrigues.
Por Vasco André Rodrigues,
Advogado e fundador do projeto ‘Economia do Golo’Na história do Vitória, há muitos nomes que a marcaram!
Nesta aventura, permitam-me que lembre dois… que conheci de perto, por serem familiares!
Poderão pensar que, por essa razão mereceriam esta lembrança, mas a verdade é que fizeram parte de alguns dos momentos mais inolvidáveis dos Conquistadores.
Falo dos “Costeados”… aqueles, que durante dois períodos distintos, foram laterais titulares do Vitória e cada um à sua maneira ajudou a escrever memoráveis páginas.
O primeiro, o Fernando, vestiria a camisola branca, depois de um tirocínio por clubes da região, na temporada de 1966/67. Integraria aquelas equipas vitorianas que ensinaram todos os adeptos do Clube do Rei a olhar para qualquer adversário de peito aberto. Daquelas equipas que tudo fizeram para acabar o estigma de à saída de Guimarães já se encontrarem a perder. Só por isso mereceria realce. Porém, além disso seria pedra preponderante na caminhada, já aqui falada, que quase culminou num surpreendente título na temporada de 1968/69. Eram os tempos de Manuel Pinto, Joaquim Jorge, Peres, Mendes… eram os tempos do primeiro apuramento europeu de uma equipa que surpreenderia o Velho Continente ao eliminar o Banik de Ostrava, para marcar encontro com os ingleses do Southampton. Até aí, entraria na história ao apontar um autogolo no The Dell que precipitaria a derrocada dos sonhos Conquistadores. Seria o primeiro jogador vitoriano a provar o infeliz sabor de um autogolo numa das provas mais glamourosas do futebol. Triste encontro com a história, para um homem que haveria de permanecer no Vitória até à temporada de 1973/74, para cumprir 191 jogos de Rei ao Peito.
Passados dez anos, chegaria ao Vitória, depois de passagens pelo Fafe e pelo Salgueiros, o seu irmão João. Talvez, tenha feito parte da melhor equipa da história do Vitória. Uma equipa em que foi dono e senhor do lado direito da defesa e onde em loucas correrias punha a cabeça em água do seu oponente adversário. Naquela época inolvidável, em que com Marinho Peres os vitorianos sonharam, haveria de ter o seu momento mais marcante na nossa equipa. Aquele golo apontado ao Sporting, numa mágica reviravolta encetada à bomba de N’Kama e o consequente festejo, cheio de paixão, raça e amor vitoriano ficariam na história de quem o viu.
Mas além disso, falamos de um internacional português, que beneficiando das questiúnculas de Saltillo, haveria, em conjunto com alguns dos seus colegas de equipa, sentir as Quinas no peito e arrepiar-se com os acordes da Portuguesa.
Partiria do Vitória no final da temporada de 1987/88, com a mágoa de o seu último desafio ter sido o da máxima ilusão e da dor mais profunda. Aquela final da Taça de Portugal, frente ao FC Porto, perdida num rasgo de Jaime Magalhães impediu-o de despedir-se de Guimarães com um troféu que tanto desejava. Seguiria viagem rumo a Aveiro, ao Beira-Mar, que, por esses dias, regressava à Primeira Divisão.
Numa família predisposta para o futebol, faltou continuidade nos mais novos, ainda que muitos deles tenham feito toda a formação no Vitória. Outros, por clara falta de talento, dedicaram-se a narrar os feitos deles e de outros heróis da história vitoriana!
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