Recordar… o Vitória #34

Por Vasco André Rodrigues.

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Por Vasco André Rodrigues, Advogado e fundador do projeto ‘Economia do Golo’O maior goleador de sempre do Vitória no principal escalão do futebol português.

Uma lenda dos anos setenta do século passado e que que deliciava a quem o via jogar.

Falamos de Tito, um lisboeta, que se formou no tradicional Atlético da Tapadinha, deu nas vistas na União de Tomar e chegou a Guimarães para substituir o mítico Mendes “Pé Canhão”, depois de muitos tiros indefensáveis deste.

Estávamos em 1971 e o treinador dos Conquistadores era um nome consagrado no futebol português e que haveria de ser uma referência técnica da equipa nesses anos: Mário Wilson, que sonhava criar um projecto de um Vitória europeu.

O lisboeta entraria de caras na equipa vitoriana. Sendo um avançado baixo, mas bastante móvel, colocava a cabeça em água aos sectores defensivos rivais. Por essa razão, os 14 golos obtidos nesse ano seriam um cartão de visitas de inegável valia. O avançado que chegava de Tomar foi o segundo melhor marcador da equipa e contribuiu de forma inestimável para o sexto posto final… o lugar tradicional dos vitorianos por aqueles anos!

Esse seria, também, o posto que os Branquinhos ocupariam na temporada seguinte… um sexto posto, para o qual o avançado ajudou ao marcar 8 tentos. Aos poucos os seus créditos iam-se afirmando, mantendo uma média interessante de golos, na ordem da dezena.

A época de 74/75 seria histórica para o Vitória e para Tito. Para o avançado, porque ao lado do brasileiro Jeremias, marcou golos como se não houvesse amanhã. Foram 20 tentos que deveriam ter ajudado a garantir um quarto lugar com “vistas para a Europa” não fosse uma figura não grata no seio vitoriano: António Garrido!

O árbitro leiriense, com efeito, no último desafio da temporada, que decidiria entre os nossos Conquistadores e o Boavista o quarto posto e consequentemente o último lugar com apuramento europeu, teve uma actuação desastrosa. Como sempre, contra o Vitória! A nossa equipa seria derrotada e o jogo entraria na história como “aquele em que o carro do Garrido ardeu”… escusado será dizer como e porquê!

Na temporada seguinte, o avançado continuou a espalhar magia… o terror entre as defesas contrárias… Foram mais 16 golos e novamente António Garrido a ensombrar os sonhos vitorianos. Desta vez, foi numa célebre final da Taça de Portugal, frente ao Boavista… disputada no Estádio das Antas. O Vitória seria derrotado por duas bolas a uma e mais uma vez o árbitro, que muitos juram ter sido o melhor português de sempre, demonstrou que esse título de pouco vale se apitarmos por vingança, com ideias pré-concebidas e com a clara noção de prejudicarmos uma das equipas.

A partir daí, a voracidade goleadora do jogador baixou, bem como a qualidade das prestações vitorianas. Ainda assim, na temporada subsequente apontou 13 golos, num ano em que o Vitória andou muito longe dos lugares cimeiros, para na de 1977/78 se ficar pela meia dúzia de tentos e pelo cinzentismo do meio da tabela!

Seria o seu último ano no Vitória… um desentendimento com o presidente Gil Mesquita acerca da sua renovação, faria com que batesse com a porta! Para fazer escala no Famalicão e Feirense, até aterrar na emergente liga canadiana!

Porém, como já dissemos, “quem bebe da água da Penha há-de sempre regressar a Guimarães” e Tito, depois dessa aventura, voltaria! Para prosseguir a sua vida, sendo, actualmente, um vimaranense de adopção e um vitoriano do coração!

O “Muller vitoriano”, em alusão a Gerd Muller, o Bomber alemão campeão mundial em 1974, entrou na eternidade dos Conquistadores com o seu killer instinct…

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