Recordar… o Vitória #40

Por Vasco André Rodrigues.

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Por Vasco André Rodrigues, Advogado e fundador do projeto ‘Economia do Golo’Metódico…estudioso… cordial, capaz de agradar a toda a gente.

Assim é Paulo Autuori, o treinador que chegou a primeira vez a Guimarães na inesquecível época de 1986/87 para adjunto de Marinho Peres. Ainda com menos de 30 anos, seguia um mestre do futebol numa aventura, que era, também o momento em que dava os seus primeiros passos fora do seu país.

Seria fantástico! Ao lado do grande mestre conseguiriam entrar na história vitoriana, ao conquistarem um terceiro lugar. Nesse momento, o trabalho de Marinho seria elogiado, bem como do seu jovem e fiel escudeiro capaz de ser a sua extensão.

Aliás, o seu papel seria tão importante, que ousaria encetar uma carreira a solo. Rumaria à Madeira ao Nacional, para entrar na história do clube. Na verdade, seria com Autuori que os alvinegros ascenderiam pela primeira vez à Primeira Liga, para, de seguida, fazerem uma prova tranquila.

Estava confirmada a sua valia… tanto que Pimenta Machado resolveu resgatá-lo! Seria treinador principal na equipa que lhe tinha aberto as portas europeias. No Vitória, naquela temporada de 1989/90, fez sonhar! A equipa jogava bem, era competitiva e estaria durante muito tempo na luta pelos lugares do pódio, ainda que terminasse no quarto posto e tenha sofrido uma das maiores desilusões que os vitorianos a partir dos 35 anos se lembram. Falamos daquele final de tarde de Maio, em que o Estrela da Amadora, veio arruinar os sonhos dos Conquistadores descerem a Lisboa para disputarem a final da Taça de Portugal frente ao Farense. Um balde que não foi de água fria, mas de gelo siberiano!

Na temporada seguinte, as esperanças eram mais do que muitas. Os bons sinais da época anterior, o apuramento europeu onde os Branquinhos iriam encontrar os turcos do Fenerbahce, a aparente harmonia entre jogadores e treinadores pareciam ser conducentes a uma época para recordar. Sê-lo-ia…pelos piores motivos! Começaria logo no estágio de pré-temporada, no Rio de Janeiro, com o disparo que quase mataria o lateral direito Nando. Seguir-se-ia com um início titubeante, que levaria Pimenta Machado a perder a paciência e a despedir o treinador. Uma decisão precipitada como se perceberia pelo decorrer da época, mas Pimenta não era homem para remoer decisões: ou era, ou não era!

Voltaria ao refúgio da Pérola do Atlântico para fazer história. Num trabalho de sapiência e paciência levaria o Marítimo pela primeira vez às competições europeias.

Por estas alturas, Autuori era já um nome conceituado no seu país. Tal fez com que assumisse o comando do Botafogo, onde terá tido a sua maior glória. Graças aos golos de um tal de Túlio Maravilha haveria de vencer o campeonato brasileiro, pelo Botafogo. O técnico, era, pois, em 1995, o treinador da moda. Tanto que Manuel Damásio, presidente do Benfic, traumatizado pelo fracasso que fora a contratação de Artur Jorge, apostou no brasileiro.

Até começaria bem, mas, paulatinamente, iria perdendo gás. Teria a sua certidão de óbito, ironia das ironias, em Guimarães, frente ao Vitória. Graças a um golo de grande penalidade de Quim Berto, os responsáveis directivos encarnados perderiam a paciência com o técnico e rescindir-lhe-iam o contrato.

Voltava ao Brasil pela porta pequena! Porém, aí voltaria a ter uma carreira com bons resultados, que faziam com que fosse cobiçado por muitos clubes.

Acabaria por regressar ao Vitória, numa decisão, como tantas outras, surpreendente do então presidente. Com ele traria alguns nomes de homens que eram da sua confiança. Falamos do central Paulão e dos avançados Manoel, Maurílio ou Sérgio Júnior, bem como depois do início da temporada o colombiano Edwin Congo.

A temporada começou, contudo, de modo infeliz. Em Braga, no eterno derby, as expectativas eram mais do que muitas. Porém, uma entrada assassina do defesa central Artur Jorge sobre Manoel condicionaria, logo no início, a exibição vitoriana. Foi um dia cinzento, sem inspiração, em que a excessiva dureza adversária ditou leis. Pior ficaríamos, quando o malogrado Miki Féher apontou o único golo da partida.

Era o sinal de que os astros não estavam alinhados neste regresso de Autuori ao Vitória. Duraria 12 desafios, só conseguindo vencer 3. Aliás, seria despedido após uma derrota por quatro bolas a zero frente a um Benfica na altura treinado por…um tal de José Mourinho!

Partiria para outras paragens, quase como um andarilho! Estaria no Japão, no Qatar, no Perú onde seria seleccionador principal, na Bulgária, sempre com o mesmo traço de simpatia e honestidade. Nos dias de hoje é o treinador principal do Botafogo, onde, como já vimos, atingiu o apogeu no seu país natal.

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