Recordar… o Vitória #74
Por Vasco André Rodrigues.

Por Vasco André Rodrigues, Advogado e fundador do projeto ‘Economia do Golo’Um dos jogadores defensivos com mais classe que passou pela quase centenária história do Vitória.
Um alentejano, proveniente da Académica de Coimbra, e que, durante seis temporadas, assumiu-se como um dos baluartes da estrutura recuada dos Conquistadores.
Na verdade, durante aqueles seis anos, entre as temporadas de 1979/80 e 1985/86, Gregório Freixo, que é dele quem falamos, realizou 183 desafios e apontou 20 golos, a maioria deles na conversão de pontapés de grande penalidade.
Chegado ao nosso clube, depois de um longo percurso na Académica de Coimbra, assumir-se-ia logo como titular indiscutível na equipa gizada pelo argentino Mário Imbelloni, que, contudo, não chegaria ao final da temporada, sendo substituído por Cassiano Gouveia.
Porém, nessa primeira temporada, o alentejano, natural de Évora, disputaria vinte e nove desafios, tendo-se estreado na primeira jornada dessa época, num empate a zero num, sempre escaldante, confronto com o Boavista, no Estádio do Bessa.
Apesar de ser um homem recuado propenso ao golo, nessa temporada, apenas, apontaria um golo num empate a três frente ao Beira-Mar. Era a primeira vez que sentia o prazer de apontar um tento com a camisola do Rei, que terminaria a temporada no sexto posto.
Essa seria a média de um atleta, dotado de uma impressionante regularidade e de um rendimento superlativo, que o faria ser quase imprescindível para os treinadores vitorianos que com ele lidaram. Um verdadeiro líder de branco vestido, capaz de comandar as tropas do Rei a preceito e que, apesar de não ser muito alto para o lugar que desempenhava em campo (1,75), compensava esse handicap com uma velocidade e um sentido posicional inatacáveis.
Aliás, essas características seriam importantíssimas para uma equipa que, aos poucos foi crescendo, foi evoluindo, tendo como base uma estrutura defensiva segura, conseguindo regressar às competições europeias na temporada de 1982/83, sob o comando de Manuel José.
A época seguinte seria, provavelmente, a mais memorável do defensor com as cores brancas vestidas. Freixo realizou trinta e seis desafios, tendo apontado 7 golos. Desses, destaca-se um memorável. Falamos daquele que valeu a vitória caseira frente aos ingleses do Aston Villa, no desafio da primeira eliminatória da, então, Taça UEFA. Posteriormente, os Conquistadores seriam derrotados por cinco tentos sem resposta no Villa Park, mas aquela tarde efervescente, em que os ânimos andaram à flor da pele, mas em que a nossa cidade sentiu na pele os primeiros sinais do hooliganismo ficariam pontuadas por aquele golo…o golo de uma afirmação no Velho Continente do futebol…o reaparecimento do exército do Rei para lá de Portugal!
Esse ano seria, também, marcado por um célebre triunfo por quatro bolas a uma sobre o Benfica. Com uma equipa extremamente jovem, onde pontificavam jovens que se haviam sido vice-campeões nacionais, os branquinhos foram imensos… surpreendentes…extraordinários e golearam os encarnados, com o líder da equipa, o herói destas linhas, a apontar o golo inaugural.
A temporada seguinte, fruto de lesão, seria a que o, já emblemático vitoriano, menos jogaria. Tendo sofrido um problema físico no virar do campeonato, à décima quinta jornada, em jogo caseiro frente ao Penafiel, só regressaria na última jornada desse exercício…passado seis meses e contra o mesmo adversário, no seu estádio 25 de Abril, e por escassos 25 minutos. Aliás, essa temporada tinha tudo oara ser memorável, com o jogador em meia época a ter cinco golos apontados, de onde se destacaram o bis frente ao Rio Ave, num triunfo por três bolas a duas, ou o tento no triunfo, com muito sal, por quatro bolas a três frente ao Salgueiros.
Até que chegamos à época de 1985/86, a última do jogador com o Rei ao peito. Sob o comando do malogrado António Morais, o Vitória faria época de excepção, qualificando-se no quarto posto da Liga. Era o início de uma base em que pontificavam nomes como Jesus ou Paulinho Cascavel, mas, que, nesse ano, contaram com o suporte do capitão Gregório. Um verdadeiro seguro de vida na defesa, capaz de ao lado de Valério, dar uma sustentabilidade que a todos deixava tranquilos.
Foram mais 28 desafios e mais um golo que, curiosamente, sucedeu quando o jogador se despediu do Rei. Aquele empate a um em Portimão, na última jornada do campeonato 85/86, significou o derradeiro de 183 jogos de branco vestido, mas também a última vez, das 20 que o conseguiu, fazer os vitorianos gritarem golo.
Partiria rumo ao Marítimo, onde disputaria duas temporadas…porém, o seu lugar na história do Vitória permanecerá imutável, por ter sido um dos homens que projectou o clube para a sua afirmação europeia.
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