Relatório e Contas 2021 aprovado em Assembleia Municipal pela maioria socialista

A sessão ordinária da Assembleia Municipal tem continuidade esta terça-feira, 3 de abril.

assembleia municipal com barra

O Relatório e Contas do município de Guimarães foi aprovado na Assembleia Municipal da passada sexta-feira, 29 de abril, pela maioria socialista, abstenção da Iniciativa Liberal e votos contra das restantes bancadas parlamentares, PSD, CHEGA, BE, CDU e CDS-PP.

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O documento foi escrutinado pela oposição, que apontou falhas à gestão municipal.

Tiago Laranjeira, deputado municipal do PSD, fala em “números abundantes no relatório”. Deu como exemplo o facto de “1,5% da população ativa do município ser empregue pela Câmara diretamente, fora as entidades para-municipais, o que faz da Câmara Municipal o maior empregador do concelho”.

“Numa cidade que carrega a bandeira da cultura, e que quer erguer a da criação artística, querem o paralelismo entre política e arte”, referiu, classificando a ação do município como “obra pouco inovadora”.

No que à mobilidade diz respeito, o deputado municipal refere que “desde 2013 que se anunciam grandes revoluções”, mas não se encontram “obras que permitam ver as mudanças prometidas”. Criticando a falta de soluções para o “tráfego, acidentes e incidentes”, Tiago Laranjeira abordou ainda as matérias de urbanismo, a dinâmica da atividade económica e habitação, comparando-as com os resultados obtidos nos concelhos vizinhos de Braga e Vila Nova de Famalicão, que “geram economia à sua volta e criam oportunidades em toda a linha”.

“O tempo corrido e a obra feita deixam um sabor amargo e um sabor a pouco perante as oportunidades que se apresentam”, finaliza.

O documento também não mereceu a aprovação do Bloco de Esquerda. Sónia Ribeiro destaca que que o Relatório denota uma “fraca capacidade de investimento”, referindo ainda que “as verbas destinadas a melhorar a vida dos vimaranenses ficam longe da meta e nada mais é do que uma vontade política das escolhas deste executivo” que, acrescenta, “certamente não passará despercebida aos Vimaranenses”.

Por sua vez, a CDU revela uma “opinião negativa do mandato”, que justifica pelos “atos falhados de gestão”. Torcato Ribeiro criticou as respostas da autarquia no setor da habitação e realçou que “urge construir habitação e dar respostas aos moradores dos bairros sociais, que estão à espera há anos”.

Incitando a que a câmara “resolva os problemas e deixe de lado a retórica”, o deputado municipal lembrou as obras do centro cívico das Taipas que decorrem “a passo de lesma” e que têm sofrido “constantes atrasos”. Assim, diz não se rever naquilo que considera como uma “ausência de sensibilidade social”, que levou o partido a reprovar o Relatório.

A gestão da área social mereceu críticas do CDS, que refere que “do ponto de vista económico, as contas estão equilibradas, mas entendemos que do ponto de vista político e das suas prioridades, as mesmas ficam aquém do que é expectável para um concelho com os pergaminhos e as ambições de Guimarães”, elenca Paulo Peixoto.

O deputado municipal exemplifica que “os vimaranenses não foram poupados à carga dos impostos”, tal como demonstra “a execução da receita e a sua cobrança de impostos”, e julga o facto de “Guimarães se manter na velocidade cruzeiro a ver os seus concelhos limítrofes a ultrapassarem-nos em quase todos os indicadores e, ano após ano, a perder competitividade”.

Destacando como pedras basilares “a educação, ciência e cultura”, Pedro Cunha, do Partido Socialista, destaca “as taxas de execução superiores, em diferentes indicadores, que permite, sequencialmente, um saldo corrente positivo”. O deputado municipal refere que “o executivo camarário colocou o concelho no lote daqueles que mais rigorosamente gerem o erário público”.

Lembrando os “desafios dos últimos anos”, Pedro Cunha destaca que “mais de 4,3 milhões de euros foram investidos nas pessoas mais frágeis e vulneráveis do município, de forma direta ou através das diferentes IPSS do concelho”, entre outros referidos. O deputado assinala ainda o esforço no “combate à habitação indigna”.

“Ainda que tendo uma visão estratégica macroeconómica de desenvolvimento da cidade, a Câmara não deixou de investir recursos e de elaborar políticas que promovam a atração de investimento”, acrescentou.

Em resposta à oposição, o presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança reitera que “o pior cego é aquele que não quer ver” e recorda que “Guimarães está no quinto lugar de saldo da balança de bens e de empresas” e que “em 2021, tem um volume de exportação superior ao concelho de Braga”.

O edil vimaranense lembrou todas as obras levadas a cabo durante o período pandémico, que ficaram marcadas pela falta de mão de obra, aumento dos preços no setor da construção civil e por atrasos devido aos isolamentos profiláticos, que, naturalmente, também afetaram os trabalhadores das empresas de construção civil.

Referindo-se às diversas críticas que lhe foram endereçadas, Domingo Bragança relembra que “grandes obras tais como a do Teatro Jordão, a Escola das Taipas, Rua da Caldeiroa, Rua D. João I, ruas adjacentes ao Castelo e Paço dos Duques, todas têm comparticipações financeiras de fundos comunitários na ordem dos 80%”. São números animadores, porque “refletem um investimento municipal de apenas 20%”.

“Não é de admirar que a União Europeia considere Guimarães, a par de Lisboa e Porto, para a neutralidade climática”, acrescentou.

A sessão ordinária da Assembleia Municipal tem continuidade esta terça-feira, 3 de abril.

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