Restaurante encerrou portas depois de vistoria e funcionários estão sem ordenados e respostas
Perigo iminente de derrocada interior, levou ao encerramento do espaço e até hoje, funcionários estão com a vida suspensa.

Desde o dia 23 de dezembro que os funcionários do Restaurante Mumadona, situado na Rua Serpa Pinto, estão sem trabalho e sem remuneração. O perigo iminente, devido à degradação do piso superior – que nada tem a ver com o espaço arrendado – há muito que preocupava, perante a falta de ação por parte do senhorio, e uma vistoria efetuada pela Câmara Municipal de Guimarães, decretou o encerramento imediato do espaço de restauração.
Desde aí que os quatro funcionários dizem que se viram privados de trabalho, de ordenados e de respostas por parte da gerente, que simplesmente informou que teria de fechar portas, solicitando que aguardassem por mais novidades no que diz respeito à situação laboral. Até hoje, dizem não terem tido notícias.
Carlos Caneja Amorim é o advogado que representa três dos quatro funcionários que se encontram com a situação por resolver e fez saber que, na próxima segunda-feira, irá, junto da Segurança Social acionar a suspensão dos contratos de trabalho, para que os funcionários possam beneficiar de algum rendimento até que seja resolvido o processo.
Sobre a gerente, refere que se conhece a ausência e a justificação que apresenta, sempre que é contactada pela parte lesada, é que não tem disponibilidade financeira para pagamento de ordenados. “Falamos de funcionários que recebem à volta do ordenado mínimo, uma delas inclusive não é de nacionaldo portuguesa, estava há poucos meses a trabalhar, tem uma renda para pagar e está cá sozinha”, diz o advogado.
“Até à presente data, os funcionários foram remetidos para uma indiferença assustadora, uma das trabalhadoras interpelou a gerente que disse que não tinha dinheiro nem para os fornecedores”, adiantou o advogado. Por pagar está o mês de dezembro, o subsídio de Natal, e o mês de janeiro. A gerente, Maria do Rosário Pereira Leite, estará a aguardar a indeminização da senhoria, que não terá feito obras de remodelação perante o estado degradante do piso superior, com infiltrações que se espalharam à sala de refeições, para regularizar salários e resolver a situação laboral.
“Estas trabalhadoras não têm outro caminho a não ser pedir à Segurança Social que substitua a entidade patronal que terá depois de acertar contas com os serviços sociais porque estas pessoas não podem estar entregues a um salário que não existe”, deu conta Carlos Caneja Amorim. A questão moral também tem a sua importância, “na medida em que não foi demonstrado respeito por pessoas que tudo fizeram para que a casa funcionasse”, acrescentou.

© Helena Lopes/Mais Guimarães
Gerente garante que vai resolver situação: “Nunca disse que não ia pagar”
Contactada pelo Mais Guimarães, Maria do Rosário Leite garantiu que vai pagar o mês de dezembro. “Como entreguei tudo a um advogado, estou à espera”, disse, adiantando que, provavelmente as portas do Restaurante Mumadona não se reabrirão mais, pelo menos sob a sua gerência.
“Hoje mesmo tive reuniões com os meus advogados, e disse mesmo à dona Amélia (uma das funcionárias) para acertarem uma hora para uma reunião com o objetivo de acertarmos a situação”. “Nesse dia em que reunirmos, eu vou pagar o mês de dezembro, mas vou encerrar a minha empresa e o pessoal vai para o fundo de desemprego. Eu sei bem o que devo”, adiantou.
Maria do Rosário Leite garante que pretende resolver a situação o quanto antes. “Fecharam-me a porta, a culpa não é minha e a senhoria não quer assumir o meu prejuízo”, rematou.
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