Ricardo Araújo: “Agora é hora de fazer Guimarães mudar”

O atual presidente da concelhia do PSD Guimarães tem um propósito: Vencer as eleições autárquicas em 2025. A pouco mais de um ano do ato eleitoral, diz estar concentrado em reunir uma equipa capaz de apresentar aos vimaranenses um projeto de mudança vencedor.

© Eliseu Sampaio/ Mais Guimarães

Entretanto, a 10 de março, nas eleições legislativas, foi eleito deputado à Assembleia da República, estreando-se nessas funções ao lado de Emídio Guerreiro, que regressou à “Casa da Democracia”. A nomeação de Rui Armindo Freitas, seu vice-presidente na Comissão Política concelhia, para Secretário de Estado Adjunto da Presidência do Conselho de Ministros, foi mais uma boa notícia e que está a motivar o líder concelhio laranja para as próximas batalhas.

Como é que surge a política na sua vida?

Desde os meus 14, 15 anos, que despertei para a atividade cívica, para a intervenção na minha comunidade. Fui Presidente da Associação de Estudantes da Francisco de Holanda aos 15 anos e, desde então, desenvolvi esse gosto, essa apetência, esse interesse pela participação cívica. Um interesse por intervir e mudar o mundo que me rodeia, a comunidade. É esse sempre o meu foco, independentemente do meu lugar e das minhas funções.

Chegou e vereador da Câmara Municipal de Guimarães, presidente do Partido e agora deputado da Assembleia da República. Como vai gerir estas funções nos próximos tempos?

Até agora tenho conciliado a minha atividade profissional, que é exigente e intensa, com a minha atividade política. A partir do momento em que sou eleito para a Assembleia da República, a minha vida passa a estar concentrada na minha atividade política. Quer a nível nacional enquanto deputado, quer na intervenção local, nomeadamente, na Câmara Municipal onde sou vereador.

“EU QUERO SER O PORTA-VOZ DAS DIFICULDADES E AMBIÇÕES DE GUIMARÃES JUNTO DO GOVERNO”

Referiu, após ser eleito, que não esquecerá de Guimarães e que se vai dedicar às causas e problemas dos vimaranenses. Com o que é que os vimaranenses podem contar?

Podem contar com a minha proximidade e disponibilidade. Eu reitero que sendo deputado assumo naturalmente as funções que me estão inerentes, mas não esquecendo Guimarães e os vimaranenses. Eu quero ser o porta-voz das dificuldades e ambições de Guimarães junto do Governo. E, quero, naturalmente, influenciar no que me for possível essas decisões nacionais que afetam Guimarães e os vimaranenses. Poderão contar, seguramente, com esta proximidade para acompanhar aquilo que se passa em Guimarães, agora com maior disponibilidade, mais tempo e mais foco.

Surgiram algumas críticas à sua candidatura e à lista que apresentou pelo distrito à Assembleia da República. Entretanto foram eleitos dois deputados do Partido, e Rui Armindo Freitas foi nomeado Secretário de Estado, numa posição política muito relevante. A estratégia está a resultar?

Eu creio que sim. Embora o grande objetivo a que me propus, quando me candidatei a Presidente da Comissão Política, é vencer as Eleições Autárquicas em 2025. Portanto, a primeira fase da estratégia só estará concluída quando no próximo ano conseguirmos vencer em Guimarães. Mas diria, naturalmente, que há um caminho que estamos a percorrer dentro de uma estratégia que está delineada a nível local, articulada com o plano distrital e nacional do partido, que eu creio estar a dar os passos certos. A Comissão Política local decidiu indicar-me para deputado destas recentes eleições legislativas, acabei por ocupar a segunda posição na lista distrital, logo a seguir a Hugo Soares que é secretário geral do Partido a nível nacional, o que foi logo um sinal que o partido olha para as ambições de Guimarães com muito interesse e dedicação.

Foi possível nestas eleições termos dois vimaranenses, eu e o Emídio Guerreiro, numa lista que acabou por eleger oito deputados pelo círculo eleitoral de Braga da Aliança Democrática. Já depois das eleições, Emídio Guerreiro foi eleito presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República, que é um lugar de grande responsabilidade, de grande prestígio e dignidade. Portanto, enaltece a qualidade dos nossos quadros locais e, em particular, o doutor Emídio Guerreiro, que já foi Secretário de Estado da Juventude e do Desporto.

Já a notícia da indicação de Rui Armindo Freitas como secretário de Estado Adjunto da Presidência do Conselho de Ministros, que é um lugar de grande destaque e importância porque está com responsabilidade no centro da ação Governativa, deve orgulhar Guimarães. Mas isto deve-se aos méritos do Doutor Armindo Freitas, pela sua competência e experiência profissional, académica e política.

O partido tem aproveitado os quadros vimaranenses…

É evidente que é um orgulho e satisfação ter o doutor Rui Armindo Freitas ao meu lado desde a primeira hora. É meu vice-presidente da Comissão Política em Guimarães, e vê-lo agora assumir um lugar com tanto destaque e importância é mérito dele, mas ele sabe que tem de partilhar connosco a satisfação e o orgulho que todos temos por desempenhar estas funções.

© Eliseu Sampaio/ Mais Guimarães

Ao longo dos tempos têm sido vários os vimaranenses a assumirem funções de destaque a nível nacional e, para mim, isto importa porque significa que temos bons quadros técnicos de enorme competência, quadros políticos com grande experiência que estão naturalmente ao serviço do partido e, por essa via, ao serviço de Guimarães. E, em síntese, esta é a maior importância que eu atribuo a estes cargos. Nós esperamos que Guimarães venha a poder aproveitar, porque é essa a nossa vontade.

O facto da AD ter chegado ao poder nestas eleições com estes resultados, nomeações e colocações é um bom ponto de partida para as Autárquicas de 2025?

Desde o dia 10 de março e, tendo os portugueses dado um sinal tão claro de vontade de mudança no país, estamos ainda mais entusiasmados para dizer que agora é hora de fazer Guimarães mudar. Estamos empenhados nesse objetivo para que a cidade possa mudar de um governo local que já vai com 35 anos e que nós entendemos que é preciso mudar para melhor.

O que é preciso mudar em Guimarães?

Nos últimos anos Guimarães tem perdido influência na esfera nacional. É evidente que tem evoluído, mas temos de olhar de uma forma comparativa com a região, com o país. E nesse ponto de vista tem perdido população, tem perdido empresas, não tem resolvido os seus problemas principais que estão identificados aos níveis das acessibilidades, dos transportes.

Chegamos a ser uma das cidades mais jovens da Europa e hoje estamos a perder jovens, até no plano regional. Nós temos de resolver o problema das acessibilidades e da mobilidade em Guimarães. É um concelho disperso com diferentes núcleos e centros urbanos e, para garantir a coesão do território, é necessário garantir um bom sistema de mobilidade e acessibilidade.

Para isso precisamos de resolver a acessibilidade do centro da cidade ao norte até às Taipas, a oeste até Ronfe, a sul até Lordelo, de forma a que aquelas pessoas que vivam fora do centro da cidade possam ter a mesma facilidade de acessos.

Segundo grande desafio, gostava que Guimarães acrescentasse à sua marca de cidade histórica, patrimonial e cultural, a marca de inovação. Gostava que Guimarães se afirmasse como Cidade Europeia de Inovação, porque me parece fundamental para o objetivo de aumentar o rendimento disponível dos vimaranenses. Ocupamos uma posição na escala nacional que não é compatível com os desafios e objetivos que Guimarães deve ter. Para aumentar este rendimento médio precisamos de condições para que as nossas empresas se possam desenvolver e crescer.

A inovação é fundamental para acrescentar valor nas empresas para que elas possam ser mais produtivas, obtenham maior rentabilidade e possam partilhar com os trabalhadores para, por essa via, aumentarmos os rendimentos dos vimaranenses.

Guimarães, nos últimos anos, tem feito um esforço e investimento de parceria com Centros de Conhecimento, com as Universidades e o Politécnico, isso é para manter e reforçar. Temos de ser capazes de dar o segundo passo. Além da formação de talento, temos de ser capazes de reter esse talento em Guimarães, atrair novas empresas, criar novos postos de trabalho com boas remunerações. Precisamos de criar condições de contexto para que as empresas existentes se possam desenvolver e também atrair novas empresas, diversificando o nosso tecido económico.

Temos de apoiar os setores da indústria tradicional, têxtil, calçado, cutelarias. Mas temos também de lançar uma estratégia que seja capaz de diversificar a nossa economia. Para isso, uma proposta que temos vindo a reivindicar é a criação de uma Agência Municipal para o Desenvolvimento Económico ou para o Investimento, que seja capaz de elaborar um plano estratégico. Em setembro entreguei um dossier ao presidente da Câmara para a criação de uma nova política económica municipal com um conjunto de contributos que me parecem fundamentais. Entre os quais, o facto de precisarmos de ter solo disponível para que as empresas que já estão cá possam expandir-se e outras possam aqui instalar-se.

As medidas que o município tem tomado, não têm sido suficientes?

Muito pouco. Só recentemente é que Câmara Municipal e o senhor presidente têm mostrado um pouco mais de preocupação com esta área, mas é tardio e está muito longe de ser aquilo que precisa ser. Nós temos de promover a diplomacia económica, de criar na Câmara Municipal condições para agilizar os processos de atração de investimento, de todos os processos de licenciamento. Precisamos de criar uma “Via Verde” para o setor empresarial, não perdendo a exigência, nem as regras que têm de ser cumpridas. Temos é de agilizar os procedimentos de forma a que cumprindo as regras e exigências a burocracia não seja fator de impedimento.

“O TEMPO DAS EMPRESAS NÃO É COMPATÍVEL COM O TEMPO QUE, ÀS VEZES, O ESTADO DEMORA A TOMAR DECISÕES E A RESOLVER. A NÍVEL LOCAL TAMBÉM TEMOS DE FAZER ESSE ESFORÇO”

Em que outra área pretende intervir caso vença as Autárquicas 2025?

Temos de requalificar os centros cívicos das nossas vilas que são fundamentais para que todos os vimaranenses, independentemente de estarem no centro da cidade ou mais afastados, possam ter a qualidade de vida que merecem. Queremos afirmar que Guimarães é boa para viver, boa para trabalhar, boa para estudar. Devemos ter a ambição de, no espaço de uma década, voltar a fazer e afirmar Guimarães como uma cidade de jovens.

No que tem errado o município para essa estratégia de atração?

Além da questão do emprego, que é fundamental para um jovem se fixar, o jovem procura formação, e nós temos bons Centros de Formação e Conhecimento, e precisa de oportunidades de emprego.

Um jovem precisa de habitação, que é isso que também tem faltado. Há um ano apresentamos, em reunião de câmara, um Plano Municipal para a Habitação com sete medidas, para promover a oferta de habitação e criar um conjunto de medidas para facilitar ao jovem o acesso à habitação. Este é um outro problema que Guimarães tem de resolver e que está diretamente ligado com a necessidade de atrairmos jovens para que eles se possam aqui instalar.

O problema da habitação não é só para os jovens, coloca-se também para aqueles que estão mais carenciados, para os que estão economicamente mais vulneráveis, mas, também, para a classe média. Temos de criar condições com medidas concretas de aumento de oferta por um lado e fortalecimento das condições da procura.

© Eliseu Sampaio/ Mais Guimarães

Guimarães tem de crescer para se tornar mais dinâmica?

É importante e um objetivo Guimarães voltar a crescer também do ponto de vista demográfico, e não o que tem acontecido nas últimas duas décadas, em que tem havido regressão. Isso tem várias explicações, a questão do emprego, a falta de oferta de habitação, falta de solos disponíveis para a habitação, um PDM que foi demasiado restritivo nestas duas últimas décadas e que não fomentou, nem facilitou a oferta de habitação e a vida das empresas. Espero que agora esteja a ser corrigido com a elaboração do novo PDM. O PDM é um instrumento fundamental do planeamento do território que deve estar em consonância com os objetivos estratégicos que temos do ponto de vista político para o desenvolvimento do concelho.

Ainda há meia dúzia de anos, no último PDM, o Partido Socialista se vangloriava por ter reduzido o solo urbanizável e ter aumento o solo verde. A verdade é que agora o discurso é ao contrário.

Essa maior construção que defendem não colidirá com o interesse de uma cidade verde que tem sido uma das principais bandeiras do Partido Socialista em Guimarães?

Não. Precisamos de encontrar o equilíbrio. Entre, naturalmente, este desígnio estratégico, que é de afirmar Guimarães como uma cidade verde, e sustentável.

“DE NADA ADIANTA TERMOS UMA CIDADE VERDE SE NÃO TEM ESPAÇO PARA AS PESSOAS HABITAREM E TRABALHAREM”

O PSD até tem apoiado…

Claramente. Queremos uma cidade sustentável e inteligente, que utiliza a tecnologia, a recolha de dados para melhorar a Administração Pública e Autárquica, um concelho e cidade verde. Isso não significa que não devamos olhar para o nosso território percebendo que há uma carência de espaços para o crescimento empresarial e ausência de espaços para o crescimento da oferta de habitação, que não decidamos que temos de intervir e resolver este problema.

É perfeitamente possível compatibilizar a afirmação de uma cidade verde com a criação de bolsas devidamente organizadas, planeadas, previstas no instrumento estratégico que é o PDM, e que permitam exatamente conciliar aquela que é a qualidade de vida que nós queremos ter enquanto cidadãos, que se mede pela qualidade ambiental, mas que se mede também pela criação de condições para que possamos ter acesso a bens e serviços fundamentais como é o caso da habitação e emprego.

De nada adianta termos uma cidade verde se não tem espaço para as pessoas habitarem e trabalharem. Portanto isto tem de ser muito claro, temos de encontrar esse equilíbrio. Mas digo-lhe o seguinte, por exemplo, já não é dar um contributo para uma cidade verde quando o Partido Socialista quer construir a via do AvePark, em que em 7km , dois terços quer utilizar solo ecológico ou rural, isso é que já não é contribuir para uma cidade verde. Porque? Porque é um investimento cuja contrapartida para os cidadãos não justifica, não compensa, a utilização de solo agrícola ou solo ecológico.

Portanto, é exatamente aqui que se colocam essas opções. Há decisões que nós temos de tomar que são prioritárias deste ponto de vista, e há outras que são perfeitamente dispensáveis. A via do Ave Parque, além de não ser prioritária e não resolver os problemas principais que estão identificados na ligação a norte do concelho, vem ainda por cima ocupar em 7km dois terços de solo agrícola e ecológico. Aí é que nós não estamos a contribuir nada para as melhores soluções do ambiente, não há equilíbrio, não há aquilo que em economia se diz o “custo de oportunidade” dessa decisão.

© Eliseu Sampaio/ Mais Guimarães

35 anos de partido socialista numa Câmara podem trazer alguns problemas que identifica na gestão da Câmara de Guimarães?

Acho que traz essencialmente dois problemas. Primeiro, uma forte incapacidade para renovar, para inovar, para fazer diferente, porque naturalmente que muitos anos do mesmo partido no poder traz de alguma forma essa incapacidade de renovar, de reformar, de olhar para o futuro e trazer soluções inovadoras.

E tem um segundo problema , que causa vícios, acomodamento às circunstâncias, uma máquina autárquica que depois se confunde muito com o próprio partido, um conjunto de vícios que não são favoráveis ao desenvolvimento do concelho. Portanto, 35 anos do mesmo partido no poder tende a trazer estas duas dificuldades, e em Guimarães, elas são muito evidentes.

Guimarães tem estado a ficar para trás de outros concelhos à nossa volta que, fruto até dessa renovação, agora com lideranças sociais democratas, têm trazido grande dinâmica, grande capacidade de crescimento para esses concelhos. E era o que gostava, naturalmente, de ver aqui implementado.

Este agastamento, este cansaço que o Partido Socialista evidencia na governação autárquica só se contraria com uma nova liderança, com uma nova estrutura, com uma nova organização, com um novo movimento politico, que neste caso deve ser protagonizado pelo Partido Social Democrata. Ou seja, não basta a mudança de caras do Partido Socialista, porque a máquina é a mesma, as equipas são as mesmas.

Domingos Bragança não vai poder candidatar-se em 2025 e o Partido Socialista está aqui numa fase de renovação. Isto não representará essa mudança que Guimarães precisa?

Eu não quero entrar, naturalmente, na vida pessoal do Partido Socialista e nessas divergências e desalinhamentos que todos temos acompanhado através da Comunicação Social. Mas a verdade é que quem quer a mudança em Guimarães, essa mudança é protagonizada pelo Partido Social Democrata e pelo amplo movimento que nós estamos a construir que estará aberto naturalmente a outros partidos e a cidadãos independentes. Porque dentro do Partido Socialista não há mudança nenhuma, os rostos são os mesmos, aquilo é uma luta interna pelo poder mas os rostos e as equipas são as mesmas do partido socialista de há 35 anos a esta parte.

Não há mudança. Não é pelo facto de, perdoe-me a expressão, um ser loiro e outro ser moreno, de um ter olhos azuis e outro olhos verdes, que faz a mudança dentro daquilo que importa fazer em Guimarães. Porque esta mudança só se faz com uma equipa nova, com um programa novo, com uma ambição nova, com uma ambição de introduzir uma nova dinâmica em Guimarães, dinâmica essa que devolva desenvolvimento e crescimento a Guimarães.

E porque é que essa mensagem não tem passado nos últimos anos para os vimaranenses?

As mudanças são sempre difíceis e são mais propicias a acontecer nas mudanças de ciclo político, como agora com a saída de Domingos Bragança. Isso traz uma nova janela de oportunidade e nós estamos muito empenhados em construir essencialmente uma alternativa sólida, robusta que dê garantias aos vimaranenses de que aquilo que está bem, e há muita coisa bem felizmente aqui em Guimarães, e há muita coisa bem feita pelo Partido Socialista também.

© Eliseu Sampaio/ Mais Guimarães

Temos de o reconhecer e por isso os vimaranenses foram-lhes dando e confiando sucessivas vitórias eleitorais. Mas temos de ser capazes de acrescentar camadas de qualidade àquilo que foi feito. Eu não me resigno a ver Guimarães a ficar para trás, a ver atração de investimentos nos concelhos à nossa volta e nós não temos um único investimento externo de relevo para apresentar ao contrário dos concelhos vizinhos.

“QUEREMOS INTRODUZIR UMA NOVA DINÂMICA, QUE DEVOLVA DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO A GUIMARÃES”

E essas são marcas da governação de Domingos Bragança destes últimos 11 anos? Como é que classifica este tempo?

Acho que, naturalmente, o doutor Domingos Bragança deixa marcas positivas na sua governação. Desde logo ter introduzido na agenda política o tema ambiental e o tema da sustentabilidade, e acho que tem feito também uma aposta acertada ao nível da cultura e do conhecimento.

Agora, nós precisamos de muito mais, nós temos de ser capazes de olhar para o futuro e desenhar um concelho que seja atrativo e capaz de ser economicamente projetado como foi lá atrás. Temos de ser um concelho atrativo do ponto de vista cultural e desportivo. Temos sobretudo de alargar horizontes e de afirmar Guimarães na esfera regional , nacional e internacional.

Uma das criticas que foram fazendo ao longo do tempo foi a pouca influência que o Partido Socialista de Guimarães, e Domingos Bragança em particular, tinha junto do Governo socialista. Agora com o Governo social democrata, se a Câmara Municipal de Guimarães mudar também, haverá melhores condições para Guimarães conseguir o que pretende?

Sinceramente, não tenho duvidas. E porquê? Primeiro porque nós vamos ter uma ambição clara e uma estratégia bem definida para Guimarães, para colocar Guimarães novamente a crescer. Em segundo lugar, vamos ter uma voz ativa, reivindicativa e com peso junto da esfera nacional, junto do Governo, para poder reivindicar as soluções que Guimarães exige e que tem direito. E estes dois fatores são essenciais, são determinantes. É ter uma visão, saber o que é que queremos, e em segundo lugar termos uma voz escutada.

Estas nomeações recentes fazem perceber que haverá essas condições?

Isso significa que os protagonistas de Guimarães e o PSD de Guimarães é uma equipa ouvida, escutada a nível nacional. De resto, a nossa ambição de governar Guimarães é independente do Governo que hoje ou amanhã possa estar no Governo da República. As condições continuam a ser as mesmas.

© Eliseu Sampaio/ Mais Guimarães

“O QUE É QUE É FUNDAMENTAL? TER VISÃO E TER CAPACIDADE DE EXIGIR E DE REIVINDICAR QUE GUIMARÃES TENHA AQUILO A QUE TEM DIREITO”

Conta que, nas autárquicas de 2025, o Governo da nação seja o que tomou?

Sim, naturalmente.

Há condições politicas para que, por exemplo, o próximo Orçamento de Estado seja viabilizado?

Eu creio que sim, mas isso não depende, naturalmente, só de um lado. Não depende só do Governo nem depende só da Aliança Democrática do PSD e do CDS. Depende, naturalmente, também dos partidos da oposição uma vez que, como é sabido, não temos uma maioria absoluta na Assembleia de República.

Mas creio que sim pelas seguintes razões: Em primeiro lugar , porque nestas eleições os portugueses manifestaram de uma forma clara que queriam uma mudança no país e essa mudança traduziu-se na vitória da Aliança Democrática. Em segundo lugar porque parece que os portugueses querem estabilidade governativa, não querem estar ano após ano em eleições. E recordo que já tivemos os dois últimos governos que não cumpriram o mandato de quatro anos. Portanto, parece-me que há uma vontade clara que haja estabilidade política e estabilidade governativa.

Este Governo, como disse o doutor Luís Montenegro, não é um Governo de turno mas sim um Governo que vem para cumprir o seu mandato de quatro anos e que tem um programa naturalmente para esse horizonte temporal.

Não seria mais garantido se a Aliança Democrática tivesse considerado uma aproximação mais à direita?

Sim , mas a politica não se pode fazer em torno daquilo que é mais garantido ou aquilo que dá mais jeito, daquilo que taticamente pode ser mais fácil. A política tem que ser feita, em primeiro lugar, em torno de convicções, princípios, valores e programas.

O doutor Montenegro foi muito claro durante a campanha sobre a política de coligações caso vencesse as eleições. E depois de as vencer está a ser consequente e a ser coerente. E é essa a forma de estar com a qual me identifico. A

gora, um Governo com o programa apresentado na Assembleia da República tem que governar. E aí eu sou muito exigente comigo próprio e com os meus: Nós temos que governar bem, e isso significa cumprir com aquilo que nos propusemos e apresentamos aos portugueses.

E eu estou convencido que, se o fizermos, nós vamos estar, progressivamente, numa posição fortalecida na própria sociedade portuguesa.

Naturalmente, depois, as forças políticas da oposição também têm responsabilidade e vão ter que a assumir, de a cada momento contribuírem com as suas opiniões, com o seu sentido de voto, com as suas posições políticas, de contribuírem ou não para a implementação das propostas do Governo e de contribuírem ou não para a estabilidade governativa.

Como é que se imagina numa candidatura à Câmara Municipal?

Imagino-me da mesma forma, com a humildade de sempre, sendo a pessoa de sempre, que cresceu muitos anos no centro histórico da cidade mas que desde muito cedo gostou de conhecer o seu concelho, a história do concelho e a história do país. Alguém que gosta de a conhecer mas essencialmente de participar e intervir para a mudança. E voltamos ao início da nossa conversa, porque é isso que me move do ponto de vista político. É entender que posso dar um contributo e tenho essa responsabilidade para mudar a minha comunidade.

Portanto, estarei da mesma forma daqui por um ano, sendo candidato à Câmara, com a mesma humildade de sempre, essencialmente focado no seguinte, em construir até lá um programa, uma equipa técnica e politicamente competente, que seja capaz de desenhar uma visão nova para o concelho, e seja capaz de mobilizar os vimaranenses para essa nova ambição que queremos para Guimarães, de crescimento, de desenvolvimento, de melhorar a qualidade de vida dos vimaranenses, dos que aqui vivem, dos que aqui trabalham ou que aqui estudam. Isso é aquilo em que eu estou absolutamente concentrado e estarei até às eleições autárquicas de 2025.

“A POLITICA NÃO SE PODE FAZER EM TORNO DAQUILO QUE É MAIS GARANTIDO OU AQUILO QUE DÁ MAIS JEITO”

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