O vereador eleito pela coligação “Juntos por Guimarães” considera que a auditoria, é “preocupante”, além de ser “arrasadora do ponto de vista político”. Ricardo Araújo justificou que “foram atribuídos apoios a entidades sem se perceber a ligação entre os critérios de apoio, os resultados de avaliação e os valores atribuídos aos clubes.”

De acordo com o social-democrata, a auditoria “não há ligação entre regras, critérios, resultados de avaliação de candidaturas e montantes entregues. Os apoios foram atribuídos ao longo dos anos de acordo com os critérios políticos de cada responsável.”

Além disso, Ricardo Araújo apontou que o relatório “não abrange todo o universo dos apoios desportivos feitos pela Câmara. Apenas se focou numa pequena parte dos apoios dados anualmente.” O vereador da oposição explicou que, ao longo dos últimos quatro anos, “estas dez associações (que foram incluídas no relatório da auditoria) receberam cerca de 134 mil euros. Por ano, o município atribui cerca de 1,5 milhões de euros. Em quatro anos, atribui cerca de seis milhões de euros, que é o universo deste regulamento de apoio.”

Na reunião do executivo, o tribuno recordou que tem vindo a “exigir e apelar por uma maior transparência e clareza nos critérios de ponderação e na avaliação final, para sabermos os montantes correspondem a avaliação. O que a auditoria diz, é que isso não existe.”

Relativamente à continuação de Nélson Felgueiras como vereador do Desporto, Ricardo Araújo continua a defender que não tem condições para assumir estes pelouros.

Já Nélson Felgueiras está “satisfeito por o relatório vir dar resposta às questões essenciais sobre a conduta enquanto vereador.” Aponta que o relatório “não traz evidências de favorecimento a associações desportivas”. “Em momento nenhum está identificado qualquer tipo de incumprimento do regulamento”, rematou.

No que concerne ao seu regresso à funções na vertente do desporto, Nélson Felgueiras ressalvou que isso passa pela “decisão total do presidente. Ele tomará a decisão de reintegração.”

O presidente do município considera que as “conclusões não apontam para nenhuma irregularidade” mas alertou que “pode ter interpretações diversas” de outras entidades. Domingos Bragança acrescenta que o “resultado do inquérito não traduz uma censura das decisões de Nélson Felgueiras”.

O presidente da Câmara Municipal de Bragança vai tomar uma decisão durante o mês de outubro, quando “entender que tem os dados para a decisão.”