Ricardo Araújo: “É hora de virar a página e olhar para o futuro em Guimarães”
O comício na tarde deste sábado, 04 de outubro, no Centro de Artes e Espetáculos de S. Mamede, antecedido por uma participada arruada, transformou-se numa demonstração de força da coligação Juntos por Guimarães (PSD/CDS-PP).

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães
Perante uma plateia com centenas de apoiantes, bandeiras ao alto e um ambiente carregado de expectativa, o candidato Ricardo Araújo contou com a presença do atual primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro, e do secretário-geral do partido, Hugo Soares, para reforçar a mensagem de que as eleições autárquicas de 12 de outubro são uma “oportunidade histórica para acabar com 36 anos de governação socialista e iniciar um novo ciclo de desenvolvimento”, afirmou Araújo, sublinhando que a sua candidatura é “o projeto do futuro”.
Ricardo Araújo: “O PS bloqueou o futuro de Guimarães”
Ricardo Araújo subiu ao palco como o protagonista da tarde e centrou parte da sua intervenção nas críticas a Ricardo Costa e ao legado socialista. “O Dr. Ricardo Costa fala de revisão do Plano Diretor Municipal como se fosse novidade. Mas ele próprio foi vereador durante oito anos e nada fez. O PS transformou o PDM numa novela sem fim, travando investimentos e deixando Guimarães para trás”, acusou.

© Mais Guimarães
O candidato da coligação acusou o adversário de prometer agora, relativamente ao problema da falta de habitação, o que já deveria ter sido concretizado: “Quem não serviu para ser vereador não serve para ser presidente. É preciso falar verdade: em quatro anos a Câmara Municipal de Guimarães não construiu uma única casa. Agora falam de habitação como se fosse bandeira, mas a única coisa que fizeram foi propaganda.”
As críticas estenderam-se ao estilo de governação socialista: “Estão instalados há 36 anos. Habituaram-se ao poder, mas perderam a ambição e a capacidade de sonhar. É por isso que os vimaranenses olham à volta e veem Braga a crescer, Famalicão a atrair investimento, Vizela a criar emprego, enquanto Guimarães fica parado. Isso tem de acabar.”
Ricardo Araújo apresentou três bandeiras principais: mobilidade, habitação e fiscalidade. Quanto aos transportes públicos prometeu implementar um sistema gratuito em todo o concelho, incluindo noites e fins de semana, e a aposta no Metrobus. Na habitação, acusando o PS de falhar na resposta à crise, garantiu “lançar programas de habitação pública e parcerias com privados” para fixar jovens e famílias. Já na fiscalidade assegurou que irá “baixar o IMI para o mínimo legal e reduzir o IRS municipal”, criticando a “fome fiscal” da atual gestão: “Em três anos, a Câmara arrecadou mais 10 milhões de euros em impostos sem dar retorno às famílias.”

© Mais Guimarães
“Os vimaranenses não querem mais propaganda, querem resultados. E é isso que nós vamos trazer: mais transportes, mais casas, menos impostos. Essa será a marca do novo ciclo que vamos iniciar em Guimarães”, concluiu, sob aplausos.
Críticas diretas a Ricardo Costa e ao “conformismo socialista”
Ricardo Araújo posicionou o adversário socialista como símbolo da continuidade. “A candidatura de Ricardo Costa é apenas a continuação do mesmo conformismo. Guimarães precisa de futuro, mas o PS só olha para trás. Precisamos de visão, não de ilusão. Precisamos de competência, não de demagogia.”
E deixou a mensagem central da tarde: “O que está em causa no dia 12 de outubro não é escolher entre duas pessoas. É escolher entre o passado e o futuro. O rosto do passado é Ricardo Costa. O rosto do futuro é este projeto que vos apresento.”

© Mais Guimarães
O encontro político, que marcou o arranque da última semana de campanha, foi também palco para as intervenções de Nuno Vieira e Brito, presidente da concelhia do CDS-PP, e de Rui Armindo Freitas, atual secretário de Estado e candidato à presidência da Assembleia Municipal. Ambos sublinharam a necessidade de mobilização total até às urnas, deixando mensagens fortes de apelo à participação eleitoral.
“Guimarães não pode continuar em pausa”
Nuno Vieira e Brito, presidente da concelhia do CDS-PP, parceiro de coligação, iniciou a sua intervenção evocando a identidade histórica da cidade-berço. “Há 900 anos, alguém saiu de Guimarães e construiu um país. O mais antigo da Europa em fronteiras. Esse orgulho é nosso e não pode ser esquecido”, afirmou, numa alusão a D. Afonso Henriques, sublinhando que os vimaranenses não podem resignar-se ao “marasmo” dos últimos anos.

© Mais Guimarães
Para o dirigente, o concelho viveu “uma pausa de 36 anos” imposta pelo Partido Socialista. “Guimarães foi, durante séculos, manancial de ilustres personalidades, empreendedores, empresários, homens da cultura e da política. Mas, há quase quatro décadas, essa dinâmica foi travada por sucessivas governações socialistas. Ficámos em modo de pausa, e essa pausa só pode ser interrompida agora, com este projeto”, disparou.
Vieira e Brito traçou a escolha eleitoral como um confronto entre dois mundos: “Um projeto de ilusão contra um projeto de visão. Um projeto de demagogia contra um projeto de competência. O imobilismo contra o desenvolvimento. O passado contra o futuro.”
Terminou com um apelo: “Guimarães é demasiado grande para se conformar. É tempo de despertar, de fazer como há 900 anos: sair da inércia e voltar a erguer um projeto de futuro. Esse projeto tem um rosto: Ricardo Araújo.”
Rui Armindo Freitas: “Esta onda já não para”
Rui Armindo Freitas recordou as suas raízes. “Estou na minha terra, onde nasci, onde trabalho, onde crio os meus filhos. E hoje venho dizer-vos que é hora de mudarmos de rumo”, declarou, perante aplausos.

© Mais Guimarães
O governante destacou as reformas do Governo nacional liderado por Luís Montenegro, presente na sala: “Trouxemos paz social às escolas, valorizámos as pensões, reformámos 19 carreiras da administração pública, iniciámos a reforma do Estado, lançámos obras paradas há décadas e reduzimos impostos. Mostrámos que é possível governar para os mais jovens e, ao mesmo tempo, para os mais velhos. Fizemos o que muitos não tiveram coragem de fazer, nomeadamente no combate aos problemas da imigração.”
Transportando esse balanço para o plano local, Freitas acusou o PS de ter deixado Guimarães “parado no tempo”, a perder “investimento, empresas e população”. “Mas isso vai acabar. Ricardo Araújo tem a coragem e a equipa necessárias para inverter esta trajetória”, garantiu.
O discurso fechou com emoção: “Falta uma semana para fazermos história. Esta onda já não para, mas depende de cada um de nós. Rua a rua, casa a casa, café a café, temos de mobilizar todos. No dia 12 de outubro, ninguém pode ficar em casa. Vamos votar em Ricardo Araújo, vamos transformar Guimarães”.
Luís Montenegro: “Guimarães tem uma oportunidade que não pode desperdiçar”.
O primeiro-ministro e líder do PSD, Luís Montenegro, encerrou o encontro elogiando Ricardo Araújo como “um candidato preparado, com visão e coragem” e sublinhou que “Guimarães tem uma oportunidade que não pode desperdiçar”.

© Mais Guimarães
Montenegro garantiu que o Governo nacional está “de mãos dadas com Guimarães para apoiar a mudança” e apelou à mobilização final: “Não basta sentir que a vitória é possível. É preciso conquistá-la, voto a voto. E nós vamos conquistá-la.”
O líder laranja afirmou que a geração liderada agora por Ricardo Araújo, é a “prova de que a política pode ser feita com pessoas qualificadas, com carreiras fora do espaço partidário, mas com vontade de servir”.
No seu discurso, Montenegro sublinhou as medidas implementadas pelo Governo da AD, em particular as destinadas aos jovens. “Temos hoje um regime fiscal único no mundo: um jovem que começa a sua vida profissional tem, no primeiro ano, 100% de desconto em IRS. Depois 75%, depois 50%, depois 25%, ao longo de 10 anos. É um incentivo claro a ficar em Portugal, a criar futuro aqui, e não a emigrar por falta de oportunidades.”
O líder social-democrata destacou também a redução generalizada do IRS para todos os trabalhadores, as atualizações de pensões e o reforço do complemento solidário. “As nossas políticas não deixam ninguém para trás. Queremos que todos, jovens e idosos, ativos e pensionistas, tenham mais rendimento e uma vida mais digna.”
Habitação e mobilidade no centro das propostas
Dirigindo-se diretamente a Ricardo Araújo, Montenegro sublinhou que as prioridades locais coincidem com as nacionais: mobilidade, habitação e apoio às famílias. “Guimarães não pode perder mais tempo no trânsito, precisa de transportes mais eficientes e de mais oferta habitacional. Não podemos aceitar que a classe média, os professores, médicos, engenheiros, trabalhadores e empresários não consigam arrendar ou comprar casa na sua própria cidade”, afirmou.

© Mais Guimarães
Apontou ainda que existem em Portugal mais de 300 mil casas devolutas que podem ser colocadas no mercado, defendendo políticas fiscais que incentivem proprietários a arrendar e construtores a investir. “Mais habitação significa dignidade e justiça social. É isso que queremos trazer também a Guimarães.”
Montenegro lembrou o passado histórico da cidade para projetar o futuro: “Guimarães precisa que o seu futuro esteja à altura do seu passado. Foi daqui que partimos para construir o país. Agora precisamos de um governo municipal com espírito de mudança, transformação e vitória.” O Primeiro-Ministro não poupou nas garantias: “Eu saio daqui com a certeza de que no dia 12 vamos ganhar, ganhamos o país e agora vamos ganhar Guimarães”.
O comício no S. Mamede marcou o arranque da reta final da campanha de Juntos por Guimarães para as eleições autárquicas de 12 de outubro.