Ricardo Costa apresenta programa eleitoral do PS: Educação, Mobilidade e Habitação são eixos centrais

O candidato socialista Ricardo Costa apresentou, no Centro Cultural Vila Flor, o programa eleitoral do Partido Socialista para as eleições autárquicas de 2025. Intitulado “Afirmar Guimarães”, o plano está estruturado em sete eixos estratégicos, inovação e talento, economia e desenvolvimento, vida urbana e mobilidade, bem-estar, governação democrática, integração regional e diplomacia de cidade, e propõe uma transformação profunda do concelho, com uma visão de planeamento a 12 anos.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

“Afirmar Guimarães é mais do que um lema eleitoral: é um compromisso com o futuro da cidade e com os vimaranenses. Queremos responder às necessidades imediatas, mas também preparar o concelho para os grandes desafios das próximas décadas”, afirmou Ricardo Costa.

Na sessão de apresentação, destinada aos jornalistas, estiveram presentes os membros da lista à Câmara Municipal, liderada por Ricardo Costa, Pedro Vilhena Roque, candidato à Assembleia Municipal, e Francisco Teixeira, coordenador do programa autárquico.

A educação surge como bandeira maior do programa. Ricardo Costa garantiu que será feita a renovação integral do parque escolar durante o primeiro mandato, numa lógica de conforto, modernidade e qualidade pedagógica. “ A educação é a principal porta de entrada dos nossos filhos, dos nossos netos, dos nossos amigos. É a porta de entrada e, por isso, temos de garantir melhores condições de conforto”, sublinhou.

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O candidato recordou que o Governo anunciou recentemente um programa de 1.000 milhões de euros para a recuperação do parque escolar nacional. “Já foram sinalizadas as escolas. Não estamos a falar de criar escolas novas em todos os sítios, mas de pequenas intervenções, as madeiras, nas pinturas, nas zonas de conforto, para que todos se sintam em escolas apropriadas”, explicou.

O programa prevê também a colocação de um psicólogo adicional em cada agrupamento escolar e a implementação de programas de cidadania ativa para crianças e jovens. “Queremos começar, desde cedo, a falar de cidadania, de convivialidade, e vamos instituir a participação das crianças em modelos de democracia escolar”, apontou Ricardo Costa.

Entre as medidas estruturantes está ainda a criação da Casa do Mundo, espaço destinado à integração de migrantes e à promoção da diversidade cultural.

A dimensão social é outro dos pilares do programa. Ricardo Costa frisou a importância da integração de novos residentes: “Nós não queremos expulsar os imigrantes. Por outro lado, queremos que eles sofram um processo de aculturação, que compreendam as nossas raízes e artes, mas também que se sintam incluídos em políticas mais justas.”

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Na cultura, o candidato destacou Guimarães como território com vocação internacional e defendeu o reforço da sua projeção externa. “Precisamos de reposicionar, do ponto de vista internacional, a imagem de Guimarães”, disse. Entre os projetos, destacou uma maior aposta na Orquestra de Guimarães, não só para utilização nos eventos internos, bem como para participações a nível nacional e internacional, e o lançamento de dois ou três eventos anuais com capacidade para projetar Guimarães. Ainda o Guimarães Sports Hub, um centro de alto rendimento que integrará formação académica e desporto de competição, e a aposta em novos polos de ciência e inovação, como a expansão do Curtir Inovação, em articulação com o Curtir Ciência.

Habitação e qualidade de vida

Um dos compromissos mais fortes do programa é a construção de mil casas a custos controlados, complementando o programa 1.º Direito. Ricardo Costa assegurou que a autarquia vai liderar este processo: “O negócio tem que ser bom para ambas as partes, mas a Câmara tem que ditar as regras do jogo. É possível fazer mil casas, ou até mais, com construção modular e preços controlados.”

No plano social, está prevista também a criação do Gabinete Municipal de Apoio à Família e da Equipa de Missão do Idoso, a implementação de um Plano Municipal de Saúde Mental, medidas de incentivo ao desporto feminino e exames médico-desportivos gratuitos para todos os atletas federados, e o alargamento da rede de ecovias e ciclovias, consolidando Guimarães como cidade sustentável e promotora de estilos de vida saudáveis.

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A mobilidade assume-se como um dos pontos mais ambiciosos do programa. Ricardo Costa voltou a defender o Metro de Superfície intraconcelhio, com pelo menos 16 quilómetros de linha, ligando polos estratégicos como a Universidade do Minho, o Hospital ou o futuro Campus da Justiça. Há também a ligação “ferroviária rápida” à  futura Estação de Alta Velocidade em Braga. “Não posso aceitar que me digam que 400 milhões para 16 quilómetros de linha é muito dinheiro, quando em Gaia, para seis quilómetros, já gastámos 500 milhões. Guimarães não pode continuar a ser o parente pobre do país”, frisou.

O plano inclui ainda a gratuitidade do transporte urbano para estudantes e seniores com mais de 65 anos, três novos parques de estacionamento subterrâneos (Na Alameda Mariano Felgueiras, em frente ao Hospital, na Alameda Alfredo Pimenta (PSP) e no Largo República do Brasil) e a descentralização do transporte público, através de minibuses articulados com as Comissões Interfreguesias.

Economia, indústria e comércio

No campo económico, o programa do PS propõe isenções de derrama durante quatro anos para empresas tecnológicas que se instalem em Guimarães, a criação de dois novos parques industriais a norte e a sul do concelho, além de incentivos às industrias já instaladas, à agricultura e pecuária locais. “Não podemos continuar a ter respostas antigas para problemas atuais. Vamos eliminar burocracias municipais e criar um simplexe autárquico”, garantiu Ricardo Costa, sublinhando a necessidade de simplificação administrativa para acelerar investimentos.

© Mais Guimarães

Para o comércio tradicional, será revitalizado o programa “Lojas com História”, que pretende preservar a identidade do centro histórico e dar maior visibilidade aos estabelecimentos junto de visitantes e turistas.

No capítulo da governação democrática, o PS propõe a criação de um Portal da Transparência Municipal, a transmissão em direto das reuniões de Câmara e a descentralização periódica das sessões para diferentes freguesias, aproximando a política dos cidadãos.

Já na projeção externa, Ricardo Costa reforçou a ambição de uma diplomacia de cidade: “Nós não podemos estar fechados em nós próprios. Temos de aproveitar as redes europeias e as cidades geminadas, trabalhar a diplomacia de cidade e internacionalizar o território.” Guimarães reforçará a sua participação em redes como a Eurocities, a Rede Europeia de Capitais Verdes e a Organização das Cidades Património Mundial, além de organizar bienalmente a Assembleia da Diplomacia de Guimarães.

Um programa de longo prazo

Assumindo uma visão a 12 anos, Ricardo Costa afirmou que nem todas as medidas poderão ser concluídas num único ciclo autárquico: “Quando me apresento aos vimaranenses, apresento-me para 12 anos. Há obras que são para o primeiro mandato, como as mil casas e o parque escolar. Outras são estruturais, como os parques subterrâneos ou o metro de superfície, que exigem mais tempo mas têm de arrancar já.”

© Mais Guimarães

No encerramento da sessão, o candidato socialista deixou uma mensagem de ambição: “Queremos uma cidade universitária, mais cosmopolita, mais amiga das pessoas. Uma cidade que se planeia da base para o topo, que aposta na educação, na habitação, na mobilidade e na inclusão. É isso que propomos para os próximos anos.”

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