Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesRicardo Costa venceu, no fim de semana, as eleições para a concelhia do Partido Socialista de Guimarães. E não, não foram apenas umas eleições internas de um partido político. Foi uma pedrada no charco, no lago de águas paradas em que transformou a política vimaranense nos últimos anos e onde agora, finalmente, se conseguem imaginar algumas ondas.

Da esquerda à direita todos aguardavam o resultado destas eleições no partido que há mais de três décadas governa o concelho. Parece que começa agora a corrida para 2025.

Tudo é cíclico nesta vida. E talvez os militantes do partido socialista tenham percebido agora que o ciclo estava a fechar-se e que, ou mudavam, ou os vimaranenses os obrigavam a fazê-lo, em 2025.

Ricardo Costa ganhou as eleições contra Sofia Ferreira. Sofia, vereadora do município, foi lançada para a batalha política por Domingos Bragança. Dessa forma, a candidata concorreu anunciando o apoio de todos os vereadores socialistas, das principais figuras do partido na Assembleia Municipal e ainda da anterior liderança da concelhia. Não chegou para ganhar. Ricardo venceu Bragança, mostrando-lhe porque o deveria ter mantido na sua equipa em 2021, e venceu a máquina do partido, demonstrando coragem e também resiliência em doses invulgares no meio. Ganhou admiração dentro do partido e fora dele.

No entanto, Ricardo Costa tem muito trabalho pela frente, e a sua candidatura à Câmara Municipal em 2025 está longe de consumada, mesmo que não venham a ocorrer novas eleições internas em 2024, pela proximidade das autárquicas. Não imagino, nem vai acontecer, estenderem-lhe o tapete rosa.

Ricardo Costa terá de convencer os socialistas, unir de novo as tropas, demasiado dispersas pelos episódios dos últimos anos, e provavelmente depois os vimaranenses, de que o novo ciclo que anunciou agora é o melhor caminho para Guimarães, e que o Partido Socialista, neste fim-de-semana, terá mudado para melhor.

E não adivinho tarefa fácil.