A vila de São Torcato volta a ser o centro das atenções, entre 1 e 3 de julho. Está de regresso a mítica Romaria Grande de São Torcato, o evento religioso com mais expressão do concelho.

Durante três dias, os devotos ao “Santinho”, como orgulhosamente os torcatenses apelidam São Torcato, são convidados a momentos de grande animação e convívio.

Este ano, após dois anos de pandemia, a Irmandade de São Torcato quer regressar em “força”, neste que é um ano particularmente especial, em que a Grande Romaria comemora 170 anos de existência.

A programação foi apresentada esta manhã, na Casa da memória, numa sessão que abordou também o futuro dos movimentos culturais e religiosos da vila.

Paulo Novais, juiz da Irmandade de São Torcato, começou por agradecer o trabalho colaborativo que tem vindo a ser desenvolvido com a Junta de Freguesia e com o município de Guimarães.

“Todos nós achamos que é uma simples romaria ou uma simples festa, até porque se assim fosse já tinha perdido grande parte da sua importância”, explicou o responsável, recordando o “passado glorioso” do início da Romaria Grande.

Para Alberto Martins, presidente da Junta de Freguesia de São Torcato, “a força que o Santo transmite é o pilar central que perpetua a Romaria Grande, e a sua chama imensa, no tempo”.

O autarca lembrou que a maioria dos romeiros que frequentavam as festividades, há 50 anos, eram homens e mulheres que viviam da faina, muitos deles da Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Matosinhos, e que mantém a tradição de visitar São Torcato de geração em geração.

“A Romaria Grande para mim não é uma festa, até porque festas há muitas. É uma manifestação de cultura popular, de fé e elevação do reconhecimento do património cultural, imaterial e edificado ao longos destes séculos”, finalizou o autarca loca.

Presente na sessão esteve ainda Paulo Lopes Silva, vereador do Turismo e Cultura na Câmara Municipal de Guimarães, que vincou que “do ponto de vista cultural, para Guimarães, é muito simbólico o facto de celebramos os 170 anos, pela importância da preservação da memória, que nos une enquanto comunidade”.

O vereador afirmou ainda que, do ponto de vista turístico, a Romaria Grande e São Torcato, são, para Guimarães, “fundamentais e estruturantes”.

Programação que primazia a cultura popular

Sendo o núcleo religioso o mais portante, a preparação dos fiéis para a Romaria Grande começa alguns dias antes do pontapé de saída das festividades. A 25 de julho tem início a novena em honra do Santo, que acontece, de segunda a sexta-feira, a partir das 20h30, com a oração do terço, seguida da eucaristia.

A 1 de julho, destaque para a entrada dos bombos Mestre Zé (20h00), atuação do Grupo Folclórico de São Torcato (22h00) e cantares ao desafio com Cristina Sá e Augusto Moreira, acompanhados de Joaquim Costa (23h00).

No sábado, dia 2 de julho, Quim Barreiros é a atração principal, com concerto agendado para as 22h00, ao qual se segue a sessão de fogo de artifício.

Ainda neste dia, está marcada a atuação de grupos de concertinas e dos Cantares do Vale de São Torcato do CRCA, a partir das 15h30.

No último dia de festa acontecem três eucaristias, pelas 8h00, 9h00 e 10h00, sendo esta última a missa solene em honra de São Torcato, que contará com a presença de Dom Jorge Ortiga.

A Banda Musical dos B.V. Póvoa de Lanhoso (10h00) e o Grupo Folclórico da Corredoura (16H30) são outras das atrações principais, juntamente com o grupo Musiminho (21h00), que fecham as festividades.

Também os sabores seculares não ficam esquecidos em mais uma edição da Romaria. O Terreiro de São Torcato vai receber o melhor que a gastronomia local tem para oferecer, através da venda de caldo verde, bolo com sardinha ou carne, preparados nos típicos fornos a lenha.

Consulte abaixo a programação completa: