Rugby: “Os homens de valor e fibra” do GRUFC só regressam na próxima temporada

Organismo federativo anunciou fim da época. "O contacto, envolvência e camaradagem", características intrínsecas da modalidade, só regressam na próxima época.

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A pandemia tirou ao GRUFC a sua “casa”, situada nas Pistas Gémeos Castro. Depois de uma temporada tranquila, a Federação fez saber que “o contacto, envolvência e camaradagem”, características intrínsecas da modalidade, só regressam na próxima época.

© GRUFC

A pandemia de covid-19 deixou os clubes vimaranenses num limbo. Instalou-se a incerteza perante a indefinição, mas há instituições desportivas mais expostas às consequências da propagação do novo coronavírus. É o caso do Guimarães Rugby Union Football Club (GRUFC). “É a situação mais atípica que podíamos ter”, resume o presidente da formação da cidade-berço, Manuel Paulo Ribeiro.

Afinal, falamos de um clube amador que, fruto das consequências do surto, não tem casa própria. “Temos uma dificuldade acrescida em lidar com esta situação: servimo-nos das Pistas Gémeos Castro e neste momento estão encerradas. Temos lá o nosso espaçozinho. Não temos a nossa sede, o complexo é precisamente a nossa casa”, adianta o responsável.

Na altura em que o Mais Guimarães falou com Manuel Paulo Ribeiro ainda não era conhecido o futuro das competições seniores da modalidade. No entanto, as medidas de retoma da atividade desportiva anunciadas pelo Governo deixaram de fora o râguebi (bem como todas as outras modalidades coletivas, com exceção da Primeira Liga de futebol). Ficou, assim, sentenciado o final dos campeonatos nacionais seniores da modalidade. A Federação Portuguesa de Râguebi (FPR) anunciou, no último sábado, em comunicado, que vai auscultar os clubes no decorrer da próxima semana, a fim de tomar “uma decisão sobre as classificações finais da época”.

Mas, mesmo antes da decisão ser conhecida, Manuel Paulo Ribeiro já se mostrava reticente ao regresso da modalidade esta temporada: “Paira uma dúvida muito grande. É que é um desporto de muita afinidade, muito contacto, envolvência e camaradagem. Não sei, no futuro próximo, o que poderá acontecer com um desporto amador como o rugby, onde as pessoas tem o seu trabalho, estão confinadas a uma série de situações. É uma situação complicada”. A posição dos Bravos no campeonato nacional dá segurança, já que, “independentemente do que acontecer”, o lugar na 1.ª Divisão do Campeonato Nacional estava assegurado.

A ânsia de regressar

Tal como acontece noutras modalidades, a articulação entre responsáveis, treinadores e atletas tem sido feita através da internet. No entanto, a “dificuldade maior” é manter o staff do GRUFC “ordenado e preparado para regressar”. “Somos amadores, não temos ordenados, temos ajudas de custo. Mesmo as pessoas que estavam habituadas a receber alguma verba estão paradas. Tivemos que arranjar formas de manter essas pessoas connosco”, indica o dirigente, que aproveita para destacar o papel do patrocinador JF Almeida, que permitiu alguma estabilidade em tempos incertos. Ainda para mais, os Bravos, fruto da concentração de clubes a Sul, tiveram pela frente “deslocações muito grandes, para o Alentejo e para Lisboa”. “Em termos de gastos fizemo-los todos como se fosse uma época normal”.

Os Bravos só vão regressar aos terrenos do jogo daqui a alguns meses. Resta aos vimaranenses esperarem pela próxima temporada para ver ação nas Pistas Gémeos Castro. Manuel Paulo Ribeiro deixa uma certeza: ninguém está com mais vontade de regressar do que os atletas. “Os homens do rugby são homens de valor e de fibra. O amor que eles têm à disciplina é imenso. Eles adoram a modalidade. Não tenho duvidas que eles estão ansiosos para regressar”

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