São longos e sinuosos os caminhos de Santa Clara!

Por Carlos Guimarães.

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por Carlos Guimarães
Médico urologistaVivemos tempos ambíguos, entramos num espaço geracional onde o esforço da visibilidade tem mais impacto que as realizações. A criação de eventos e a divulgação da imagem atrai a curiosidade e atenção das massas e transporta consigo mensagens encriptadas (quase sempre). O principal inquilino do antigo convento de Santa Clara perdeu o protagonismo em detrimento de uma das suas empresas municipais que se tem apresentado com uma dinâmica criativa e muita visibilidade mediática desde o início ano. Algo mudou, sem dúvida que mudou e não se vai ficar por aqui. Haverá um esforço sinérgico de ambas as partes? Quem sabe!

Já gasto solas há muitos anos neste planeta para acreditar que as ações que se querem mostrar se esgotam nas próprias ações. Quando se planta uma árvore e se arrasta um cortejo de gente com projeção mediática e se cola um rosto ao ato (aparentemente) nobre de zelar por um planeta mais verde, ninguém retém a imagem da árvore, mas sim a da pessoa. A plantação de mil arvores, de uma floresta “anónima”, será sempre ignorada se não alocar um nome, uma imagem ou intenção. Todos sabemos da enorme importância dos rios, os rios merecem ser bem tratados, estimados e preservados. A monitorização dos seus leitos, a preservação da qualidade das suas águas e de todo o universo ecológico que dele depende merece o nosso esforço de cidadania coletiva, por isso foram criadas brigadas de “Guarda Rios”. Por si só, estas brigadas devidamente formadas e empenhadas, merecem o nosso aplauso, mas quando se agigantam as luzes mediáticas e o carrossel de entrevistas e fotografias com a mesma imagem, talvez outros valores mais altos de elevam. O homem sabe o que quer, tem capacidade executiva, poder de decisão, ideias novas e espírito de liderança. Santa Clara fica ofuscada, uns passos atrás, na sombra, sem a visibilidade que lhe é devida, uma espécie de Portugal ao lado de CR7, um país com menos visibilidade planetária que o homem.

Podem ser precipitadas as minhas conclusões, mas o tabuleiro do xadrez para o concurso socialista às próximas eleições autárquicas tem uma nova figura, uma espécie de bispo que corre em diagonal e que sabe movimentar as outras peças. A nova peça do xadrez tem boa mobilidade e sabe usar a sua boa posição na hierarquia da empresa municipal para sair do “anonimato” e cimentar a sua imagem na mente dos eleitores. Servir e servir-se, uma prática comum e bem aceite pela comunidade lusa.

Os caminhos de Santa Clara são longos e sinuosos, bem e mal iluminados e nem todos os peregrinos chegam ao fim, ao fim que ambicionam, uns já compraram as botas, outros fazem exercícios de aquecimento, mas parece-me ver alguém que já dobra as curvas do caminho.

Boa Páscoa e uma boa renovação

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