O evento propõe uma reflexão aprofundada sobre os desafios contemporâneos da habitação e as novas formas de pensar a cidade, através de seis painéis temáticos moderados por Ulrich Gehmann, fundador da Ideal Spaces, e pela arquiteta Mariana Rodrigues, do Grupo Zegnea. Organizado pela Fundação Ideal Spaces, em parceria com a Câmara Municipal de Guimarães, o Grupo Zegnea e a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho, o simpósio afirma-se como um espaço multidisciplinar para debater o futuro das cidades e da habitação.

Na cerimónia de abertura, a Secretária de Estado da Habitação, Patrícia Machado dos Santos, destacou a importância deste tipo de encontros. “Enalteço a importância destes fóruns multidisciplinares para a discussão da problemática da habitação. Não há casas sem pessoas e não há cidades sem casas. O nosso desafio é encontrar o equilíbrio entre estas duas vertentes e fazer com que vivam em harmonia e plenitude”, afirmou.

© Helena Lopes / Mais Guimarães

A governante sublinhou ainda o momento de mudança profunda que o setor atravessa: “Vivemos tempos disruptivos na forma como pensamos a casa e a cidade. A sociedade mudou, e com ela, a nossa relação com o espaço – seja ele público, privado, interior ou exterior. Precisamos de novas formas de pensar a ocupação, de respostas coletivas que reforcem o parque público e deem resposta às diferentes realidades da sociedade atual”.

Alertando para a diversidade de perfis que hoje enfrentam dificuldades no acesso à habitação, Patrícia dos Santos sublinhou: “Não estamos apenas a falar da classe historicamente desfavorecida. Falamos também da classe média, de jovens, de famílias monoparentais, de profissionais deslocados, de seniores. Um único estereótipo de casa já não serve. É preciso uma transformação coletiva do paradigma do habitar”.

© Helena Lopes / Mais Guimarães

Câmara disponível para apoiar livro sobre simpósio

Já o Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, reforçou o papel do simpósio na construção de conhecimento e políticas sustentáveis para a cidade. “Este simpósio chama-nos a reinterpretar a habitação e a reimaginar o espaço urbano. Espero que esta reflexão se traduza em pensamento com impacto real. Se os organizadores assim o entenderem, a Câmara está disponível para apoiar a edição impressa das atas deste encontro”.

O autarca sublinhou ainda o compromisso de Guimarães com o desenvolvimento urbano sustentável, lembrando a responsabilidade que advém da distinção como Património Mundial: “A nossa cidade deve continuar a ser uma boa cidade para se viver, com forte interação social, comunidade e sentido de pertença. Isso exige pensar a habitação de forma integrada com o espaço público, o território e até a biodiversidade”. Domingos Bragança revelou também que a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), prestes a entrar em discussão pública, trará novidades: “Estamos a introduzir os contratos de propostas de planeamento, que promovem o diálogo e a colaboração entre promotores e o município. É uma nova forma de pensar o urbanismo, respeitando a história, mas integrando o conforto da vida moderna”.

O “Housing Symposium 2025” decorre até sábado, sendo um palco para o intercâmbio de ideias e a definição de estratégias para enfrentar um dos temas mais urgentes da atualidade: o direito à habitação e o futuro das cidades.