Sem jornalismo, lá se vai a democracia
Decorreu em Lisboa, durante a semana passada, o V Congresso dos Jornalistas. Sete anos após a última edição, o encontro de jornalistas de todo o país voltou a reunir para debater o estado da profissão.
Com a urgência de soluções para a continuidade da profissão tal como a desejamos, livre, independente, ao serviço dos cidadãos e da democracia, o Congresso serviu de alerta para os problemas que a profissão/setor atrevessa.
Sim, porque não há profissão sem empresas, e não há empresas sem receitas, e elas têm que vir de algum lado.
A situação que se vive na Global Media Group, detentora de títulos como o JN, DN ou TSF, é apenas um exemplo do que acontece por esse país fora, nas pequenas, médias e grandes empresas de comunicação.
Com a pandemia, a alteração de comportamentos dos consumidores, a disponibilização de conteúdos na internet, sem receitas significativas daí, e a aposta dos players publicitários também no online, com a redes sociais a destacarem-se, incluindo também as câmaras municipais e outras entidades publicas, que apostam cada vez mais em departamentos de comunicação musculados, e no contacto direto com os potenciais clientes/cidadãos, tiraram espaço de manobra às empresas jornalisticas para poderem captar receitas.
Não, não se iludam que a democracia vai mesmo cano abaixo se o exercício da profissão de jornalista continuar no caminho dos últimos anos. Daí ser urgente alcançarem-se soluções para a manutenção desta atividade como Serviço Público que é, e deveria sempre ser.
Quando comemoramos os 50 anos de democracia em Portugal e de liberdade de imprensa, é hora de escolhermos que caminho queremos seguir.
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