Serviços AIMA em Guimarães atenderam 1130 cidadãos em menos de um mês

O serviço AIMA (Agência para a Imigração e Mobilidade), em Guimarães, tem vindo a desempenhar um papel importante na regularização e integração de migrantes, num esforço articulado entre o Município, o Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM) e a estrutura nacional da Agência.

© Mais Guimarães

Desde o início da colaboração com a AIMA, em 10 de março, até ao final do mesmo mês, os seis balcões criados em Guimarães realizaram já mais de 1.130 atendimentos, um número que frequentemente “ultrapassa a capacidade média prevista de 120 por dia”.

A vereadora Paula Oliveira, responsável pela área social, destacou que este é um trabalho “muito exigente”, mas que tem sido levado a cabo com “profissionalismo e sentido de missão pelos colaboradores do município”. Os atendimentos são realizados maioritariamente a cidadãos residentes em Guimarães, que são prioritários, mas têm também abrangido pessoas vindas de outras regiões do país, “incluindo das ilhas, o que revela a confiança crescente no serviço local”, adianta a vereadora Paula Oliveira.

“Ao longo deste processo, temos encontrado muitas histórias de pessoas que vivem há meses ou até há mais de um ano numa situação de espera angustiante, sem conseguir sequer estabelecer contacto com os serviços”, referiu a vereadora. “Quando finalmente conseguem ser atendidos, há um grande alívio e gratidão, pois é o primeiro passo para a esperança de uma vida estável e digna”, acrescentou.

Apesar de o atendimento ser agendado pela estrutura central da AIMA, muitos cidadãos deslocam-se espontaneamente aos balcões em busca de respostas. Mesmo nos casos em que os serviços não têm competência direta para resolver a situação no momento, é assegurado o encaminhamento dos casos para os canais apropriados, com o compromisso de acompanhamento. “Muitos destes cidadãos, ou por dificuldade da língua, ou porque já não acreditam nos serviços, estão tão desesperados, que já vêm de outros municípios acompanhados com outras pessoas, associações, outros com advogados”, contou a vereadora.

Paula Oliveira sublinhou ainda a importância da integração plena destes cidadãos, muitos dos quais já se encontram a trabalhar e a contribuir para a sociedade vimaranense. “Estamos a falar de pessoas que são necessárias ao Portugal de hoje. Defendo uma integração boa, um trabalho de toda a comunidade, contínuo. Temos um desafio demográfico sério e falta de mão de obra em setores como a agricultura, os serviços e as instituições sociais. Os empresários queixam-se de falta de mão de obra em determinadas áreas e precisamos de capacitar, formar todos estes cidadãos que queiram viver, residir em Guimarães, é preciso fazer este trabalho e há um trabalho em rede. Estes migrantes são essenciais, e é nosso dever garantir não só a sua regularização legal, mas também uma verdadeira integração social e profissional”.

Neste esforço, Paula Oliveira defende uma abordagem integrada e colaborativa, envolvendo não só o poder local e central, mas também associações, escolas, clubes desportivos e culturais, e cada cidadão. “Todos somos convocados para este processo”, afirma. “A integração é um desafio que exige muito mais e melhor, de todos nós.”

“Não temos sinais que a comunidade tema os migrantes”, Paula Oliveira

A cidade de Guimarães, garante a vereadora, é um território que sabe acolher. “Não temos sinais de que a comunidade tema os migrantes. Pelo contrário, somos uma cidade solidária, que está disponível para construir um futuro comum, com respeito pelos direitos e deveres de todos.”

Apesar dos desafios, especialmente ao nível da habitação, um problema transversal também à população local, o balanço geral da integração dos migrantes em Guimarães é positivo, com uma resposta, assegura a vereadora, “eficaz por parte dos serviços e um envolvimento cada vez maior da comunidade”.

Paula Oliveira forneceu ainda os dados relativos à população ucraniana, refugiada da guerra que encontrou paz na cidade berço. Ao todo, como refugiados da guerra na Ucrânia, foram acolhidos por Guimarães 276 cidadãos, sendo que 159 já saíram da cidade. Nesta altura estão a residir em Guimarães 117 pessoas de nacionalidade ucraniana.

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