Para o mês de fevereiro, a peça escolhida é um candil de cerâmica datado dos séculos XI/XII, uma peça rara e valiosa que exemplifica a evolução dos métodos de iluminação na época islâmica.

A peça é uma cerâmica com bico de paredes retas e um lábio em bisel, com vestígios de fuligem na ponta. O candil é coberto por um engobe esbranquiçado, tanto no exterior quanto no interior, e apresenta uma base plana, ligeiramente convexa. Para além disso, ainda conta com uma decoração de corda seca parcial e manchas de esmalte amarelo melado, visíveis na parte superior do depósito. Este candil reflete as características de produção dos séculos XI/XII, com um bico de canal de paredes facetadas, uma característica comum aos exemplares dessa época.

Embora a proveniência do candil seja desconhecida, o objeto foi doado ao museu pela D. Amélia Vaz Monteiro Gomes, de Sintra, a 03 de novembro de 1962, tornando-se parte da coleção de artefatos históricos preservada pela Sociedade Martins Sarmento.

A peça em exposição insere-se no contexto histórico dos candis, recipientes de azeite utilizados para iluminação, originados no mundo islâmico. A palavra “candil” deriva do árabe qindīl, e a evolução dessa forma de iluminação acompanha a transformação dos estilos de produção cerâmica, que vão desde o período emiral (séculos VIII-IX) até os períodos almorávida e almóada (séculos XI-XIII).

O candil estará em exibição no espaço do museu de terça a domingo, das 10h00 às 12h30 e das 14h30 às 17h30.