SÓCRATES TEM QUE MORRER EM DUAS PARTES
Mickaël Oliveira apresenta "Sócrates tem que morrer" no Vila Flor, hoje (sexta-feira, dia 23) e amanhã.

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O Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, recebe nos próximos dias 23 e 24 de fevereiro os dois episódios de “Sócrates Tem de Morrer”, díptico de peças do dramaturgo e encenador Mickaël Oliveira, que em 2007, aos 22 anos, venceu o Prémio Teatro Maria Matos de Dramaturgia, com a peça “O que é teu entregou aos mortais”.As duas peças que Guimarães tem oportunidade de ver agora, a segunda em estreia absoluta, são a prova da chegada à idade maior da escrita de Mickaël Oliveira. O primeiro episódio, “A Morte de Sócrates”, sobe ao palco na sexta-feira, dia 23 de fevereiro, às 21h30. Partindo da obra Fédon de Platão, a peça junta as figuras reinventadas de Sócrates (Albano Jerónimo) e dos seus fiéis amigos, Paulo (Paulo Pinto), Pedro (Pedro Lacerda), Raquel (Raquel Castro) e Ana (Ana Bustorff). A ação transporta-nos para o último mês da vida de Sócrates, durante as festas da cidade, em que a lei proibia todas as execuções. Apesar de os amigos o tentarem demover da ideia de se deixar executar, oferecendo-lhe alternativas, este mantém-se convicto de que a morte é preferível à vida, sendo o corpo um impedimento ao verdadeiro conhecimento. Paulo, Pedro, Raquel e Ana acabam por ser, eles próprios, convencidos de que a morte é a melhor saída. Acabam por apresentar ao filósofo os planos da constituição de um grupo terrorista que visa a utopia de um mundo livre e a sua perpetuação ao longo dos tempos.
No sábado, dia 24 de fevereiro, também às 21h30, é a vez do segundo momento deste díptico: “A Vida de John Smith”. Uma estreia absoluta no Centro Cultural Vila Flor. Desta vez, Paulo, Pedro, Raquel, Ana e Sócrates- que, entretanto, reencarnou em John Smith – acordam de um longo sono, num Museu de História Natural. São despertados por três membros da Academia: Aquela (Miguel Moreira), Aquele (Pedro Gil) e Aqueloutro (John Romão). Os três apresentam-lhes o mundo em que a alma tem primazia sobre o corpo. Um mundo que emergiu da utopia do primeiro episódio. O futuro deste novo mundo está ameaçado e todos eles têm que chegar a uma decisão sobre estas ameaças.
Depois do espetáculo o público pode reunir-se no foyer do Grande Auditório do CCVF para falar com o dramaturgo/encenador, sobre os processos de criação da obra. Entre 29 de janeiro e 24 de fevereiro decorreram oficinas de criação, com Mickaël Oliveira, destinadas a atores, criadores e dramaturgos da rede do Teatro Oficina.