“Somos feitos de Afonsos e Pedralvas”
Artigo publicado na edição de maio da revista Mais Guimarães.
Salgado Almeida, artista plástico vimaranense, encontra-se com a Mais Guimarães para dar a conhecer o Colosso de Pedralva. Começa por relembrar Afonso Henriques e Pedralva. Não sabemos como podem estar relacionados, mas Salgado Almeida explica que “são duas figuras simbólicas dos vimaranenses em termos do espaço e do tempo. São figuras que nos reportam para as nossas memórias, para as nossas raízes identitárias que se perdem precisamente na lonjura do tempo”.
O Pedralva veio da freguesia de Pedralva, que fica perto de Guimarães, mas já é Braga. Foi Martins Sarmento, enquanto escavava na Citânia de Briteiros, que encontrou três pedaços de uma estátua enterrados no chão.
Em 1892, Martins Sarmento adquiriu e comprou esses pedregulhos e trouxe-os para Guimarães. Mais tarde, reconstituiu o Colosso e colocou-o nos jardins na Sociedade Martins Sarmento, junto dos Claustros do Convento de São Domingos. Esteve ali durante várias décadas, até que, no final do milénio, a autarquia, em consonância com a Sociedade Martins Sarmento, resolveu trazer o Pedralva para o local onde se encontra atualmente.
“É efetivamente um colosso” tem dois metros e 95 de altura. Dizem até que, na Península Ibérica, parece ser o único exemplar assim, com estas dimensões.
Quantos de nós fazemos a Alameda Mariano Felgueiras diariamente? Às vezes passamos mais do que uma vez por dia pelo Colosso da Pedralva e nunca, ou quase nunca, nos questionamos o que encontramos no centro da Alameda.
Afonso Henriques é nativo de Guimarães e o Pedralva veio de fora, assim como os habitantes de Guimarães. “Temos essa particularidade”, diz Salgado Almeida, “somos feitos de Afonsos e Pedralvas. Eu sou Afonso, nasci cá e por cá fiquei. Os Pedralvas vêm de fora e por cá ficam, de pedra e cal, como o Pedralva”.
A cidade de Guimarães parece ter esta caraterística bem vincada, o bem acolher quem vem de fora. A estátua do Colosso de Pedralva é apenas mais um exemplo daqueles que por cá passam e acabam por ficar.
Para descobrir no CIAJG
O Colosso tem, como diz o artista vimaranense, “renascido”. Da Citânia de Briteiros foi passando por vários cenários e hoje, além de o podermos visitar na Alameda Mariano Felgueiras, podemos ficar a conhecê-lo melhor do Centro Internacional de Artes José de Guimarães.
Como escreve Ángel Calvo Ulloa, curador convidado, “para além dos vereditos sobre a importância da origem e datação, o projeto Complexo Colosso pretende aprofundar de forma indisciplinada as várias camadas que constituem este relato. Transferir a análise do Colosso para o campo da arte permite também repensar o relato fazendo uso de todas essas camadas”.
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