Ópera “1976 – A Evolução dos Cravos” no próximo sábado em Guimarães

A ópera está de regresso à cidade berço com o terceiro momento do V Festival de Canto Lírico de Guimarães, denominado de "1976 - A evolução dos Cravos". O Grande Auditório Francisca Abreu do Centro Cultural Vila Flor acolhe o espetáculo a 18 de maio, pelas 21h30.

© Direitos Reservados

“1976 – A Evolução dos Cravos” é o terceiro momento da tetralogia de canto lírico de Guimarães. Depois da revolução de 25 de abril de 1974, foi “preciso fazer uma evolução” de Portugal explica Risoleta Pinto Pedro, autora do livreto da obra.

Depois de “Mau Tempo em Portugal”, apresentado a 22 de julho de 2023, que retratou o período em que foi criada a primeira constituição portuguesa, e “A Conspiração da Igualdade”, que subiu a palco no dia 22 de dezembro e que abordou a desigualdade entre homens e mulheres e da luta pelo voto feminino na altura da Constituição de 1911, o evento apresenta agora o momento da revolução de 25 de abril.

Na apresentação do terceiro espetáculo, Risoleta Pinto Pedro explicou que “foi preciso fazer uma evolução da sociedade depois da revolução de 25 de abril de 1974, feita para grande contrariedade de algumas pessoas.”

De acordo com a autora do livreto que dá origem a “1976 – A Evolução dos Cravos”, a evolução da sociedade portuguesa está totalmente relacionada com “as condições que foram criadas a partir desse momento e que foram indispensáveis para fazer qualquer coisa.”

© Leonardo Pereira/ Mais Guimarães

Com António Salazar e Antero na história, o espetáculo aborda um par de amigos que se transforma num romance. A jovem, filha de um latifundiário alentejano, viaja para Lisboa para estudar. E o seu namorado também passa a viver em Lisboa com os estudos pagos pelo pai da sua namorada, para que a vigie durante o seu curso, sendo informador.

Numa relação “com grande dimensão psicológica”, o namorado “quer proteger a sua namorada, apesar das forças impostas pela PIDE”, contou Risoleta Pinto Pedro deixando, naturalmente, em suspense o resto do espetáculo.

A autora acrescenta que o público terá um “grande contributo nesta obra pela sua imaginação. Há partes que não podem ser colocadas em palco mas que podem ser incluídas pela imaginação.”

Francisco Teixeira,  presidente da Associação Artística Vimaranense (ASMAV), acrescenta que o espetáculo, que aborda a Constituição de 1976, é “uma tentativa de imaginar o que ocorre às pessoas que sofrem aquela transformação num dos momentos mais decisivos da história de Portugal através da música, dança e encenação.”

© Leonardo Pereira/ Mais Guimarães

O dirigente da ASMAV explicou que o objetivo do Festival de Canto Lírico passa por “ter, de forma regular, uma operação operática que habituasse as pessoas para os espetáculos, e quem sabe se conseguíssemos envolver os vimaranenses. Esta é uma tentativa de introduzir um hábito na programação cultural que não costumámos ter.”

A peça terá uma encenação “livre e psicadélica”, garante Jorge Salgueiro, diretor artístico global da tetralogia, que considera a ópera como o “espetáculo mais completo que existe por envolver artes plásticas, música e a voz do autor que é construída.”

Paulo Lopes Silva, vereador com os pelouros da Cultura na Câmara Municipal de Guimarães, admite “saber da importância do projeto para o território”, acrescentando que “se enquadra nos eventos culturais de interesse municipal.”

O tribuno recorda os “registos de espetáculos de ópera na cidade berço há muitos anos” e destaca que “o projeto da ASMAV permite que a ópera volte ao calendário cultural da cidade.”

Paulo Lopes Silva considera que o Festival de Canto Lírico de Guimarães “encaixa que nem uma luva” na programação da cidade e enaltece o “retorno económico, cultural, social e político” que este evento deixa em Guimarães.

Por fim, o vereador da cultura convidou os vimaranenses a assistir ao “1976 – A Evolução dos Cravos” num “ano especial em que se comemoram 50 anos do 25 de abril”, e mostrou-se disponível, enquanto ligação ao município de Guimarães, para “apoiar o projeto para a próxima candidatura à DGArtes e para continuar a oferta operática em Guimarães.”

O V Festival de Canto Lírico de Guimarães conta com o apoio da Associação Setúbal Voz, a DGArtes e a Câmara Municipal de Guimarães.

Por fim, a última ópera tem lugar a 14 de dezembro e denomina-se “2030 – A Nova Ordem”, que retrata a “quarta possível constituição portuguesa, passada em 2030, com a subida da extrema direta ao poder depois de alguns escândalos nas democracias de um país imaginário”, explica José Salgueiro.

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