
Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais Guimarães
Tic, tac… tic, tac… O tempo é o bem mais precioso. E que fazemos com o tempo que temos é, a todo o instante, a decisão mais importante das nossas vidas.
Marca a semana informativa em Guimarães a colocação, pela Juventude Social Democrata, de um outdoor no centro da cidade com a imagem de António Magalhães, e a sua declaração de que “Guimarães não tem acompanhado o desenvolvimento de Famalicão, Braga e Barcelos”, citação de uma entrevista recente do ex-presidente da Câmara Municipal ao Jornal o Conquistador.
Nessa entrevista, António Magalhães, deixa duras cíticas à atual gestão da equipa de Domingos Bragança, que o sucedeu na presidência do município, antevendo que Bragança não venha a deixar “legado” dos seus mandatos. A Juventude Socialista já veio a terreiro, naturalmente, repudiar a forma como é exposta a imagem do ex-autarca.
Magalhães, e quem o conhece sabe, até estaria a estranhar que tamanhas declarações tivessem ficado pelas páginas de um jornal. O ex-presidente, que ocupou a cadeira do poder durante 24 anos, e cujo registo é oposto ao do atual, e por isso andam de costas voltadas há uns anos, quis e agitou as águas em Guimarães, e não precisou de muito para o conseguir.
Numa comunidade amorfa como a que Guimarães se está a tornar, com o desinteresse da maioria em saber e em participar na construção da coisa pública, que pouco questiona, pouco crítica, e se acomoda ao “modus operandi”, limitando-se a ver passar os dias, uma frase, uma declaração, pode tornar-se no acontecimento politico mais relevante dos últimos tempos.
E a frase está lá para quem a quiser ler.
Gostando-se ou não do registo, da forma, e isso ficará ao critério mais ou menos largo de cada um, o conteúdo, por muitas voltas que dermos é o que mais importa, merece, no mínimo, alguns minutos de reflexão.