Trabalhadores da Amtrol Alfa acusam empresa de querer criar um salário único para a classe operária

A comissão de trabalhadores considera "inaceitável" que a empresa queira colocar todos os trabalhadores a ganharem a salário mínimo nacional e de desvalorizar as categorias profissionais de grau superior.

© Rui Dias

No âmbito do pré-aviso de greve apresentado pela comissão sindical, os trabalhadores da Amtrol Alfa voltam ao protesto por “melhores salários e melhores aumentos” na próxima terça-feira, dia 20 de fevereiro, com ações às 08h00 horas e ás 14h00 em frente a empresa localizada em Brito, Guimarães.

A Comissão de trabalhadores aponta que, tal como aconteceu na passada quinta-feira, dia 15, cerca de 250 a 300 trabalhadores participem na ação reivindicativa.

Nos protestos de quinta-feira, os trabalhadores cortaram ao trânsito, de forma ordeira e com a presença da GNR, um sentido de cada vez, a estrada nacional Guimarães – Famalicão, localizada em frente às instalações da empresa.

Os trabalhadores da Amtrol Alfa protestam pelo facto da empresa “não aceitar nem se disponibilizar para negociar as nossas propostas reivindicativas de 2024”, adianta a comissão de trabalhadores.

Os trabalhadores estão, por isso, descontentes e protestam pelas políticas adotadas pela empresa nos últimos seis anos que, segundo a comissão “aposta na desvalorização categorias profissionais e dos salários de grau superior”.

Dizem ainda não aceitar nem concordar que a empresa “promova e alinhe na estratégia da uma aproximação do salário mínimo nacional aos restantes salários, criando o salario único na classe operária”.

Segundo o comunicado da comissão de trabalhadores, neste momento, “a Amtrol Alfa e a generalidade das empresas aplicam aos trabalhadores com vencimentos acima do SMN um aumento muito inferior ao aplicado ao SMN , e em muito caso nem aplicam qualquer valor, o que faz com que os vencimentos e categorias profissionais desses trabalhadores sejam desvalorizados”.

O trabalhadores acusam a Amtrol Alfa e essas empresas de seguirem um “propósito estratégico criar um salário único para classe operária”.

O protesto dos trabalhadores é alargado ao Governo, solicitando os trabalhadores que este tome medidas no sentido de promover a contratação coletiva e que imponha atualizações dignas nas tabelas salariais em todos os graus.

“O Governo errou ao aprovar uma lei que promove a caducidade da contratação coletiva conforme de verifica, basta analisar os CCT que desde de 2012 tem vindo a caducar, o governo deu poderes às entidades patronais para impor tudo que lhes apetece, caso contrário, os CCT caducam e assim ficam sempre a ganhar, tiraram poder de negociação aos representantes dos trabalhadores”, acusa a comissão de trabalhadores da Amtrol Alfa.

Por isso, a comissão apresenta uma nova proposta de lei que, nos  casos em que as entidades representativas dos trabalhadores e das empresas não consigam chegar a um acordo, o governo “deve impor que se mantenha o contrato coletivo antigo e impor que sejam atualizadas todos os anos as tabelas salariais conforme o aumento aplicado ao SMN. Só assim as entidades patronais negoceiam, caso contrário, nunca negoceiam”, diz.

“Todos se recordam que por parte das entidades patronais o salário mínimo nunca subia, foi preciso o Governo impor, por isso, o governo tem de aplicar a mesma medida nos restantes salários, caso contrário, dentro de pouco tempo em vez termos 21% de trabalhadores a receber o salário mínimo, a percentagem será maior”, termina a comissão.

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