O Suave Fest tem sido, ao longo da última década, um ponto de encontro entre gerações, estéticas e linguagens musicais, projetando Guimarães como palco privilegiado da criação artística nacional. Em 2025, o evento promete ser uma celebração da sua história e, ao mesmo tempo, um olhar para o futuro da música feita em Portugal.

Um cartaz sólido e diverso

A programação desta edição reflete a identidade que o festival construiu ao longo dos anos: ousadia, diversidade e qualidade artística.

No primeiro dia, o destaque vai para CAIO, jovem cantautor que apresenta o seu novo álbum Ritmo de Procura, editado pela Cuca Monga. Com apenas 27 anos, o artista soma já uma discografia sólida, marcada pela sensibilidade e pela honestidade emocional. O concerto promete ser uma viagem íntima pela canção, onde a palavra e a melodia se entrelaçam em retratos emocionais.

Segue-se a atuação de Ana Lua Caiano, uma das artistas mais aclamadas da nova geração, que conquistou reconhecimento nacional e internacional com o seu álbum Vou Ficar Neste Quadrado. A sua fusão entre tradição portuguesa e eletrónica contemporânea transformou-a numa referência incontornável. Depois de uma digressão internacional, com passagens por festivais como Roskilde, Reeperbahn e Primavera Sound, regressa a Portugal para continuar a afirmar a sua linguagem musical singular, entre o ancestral e o futurista.

O primeiro dia fecha com os Bed Legs, banda de rock n’ roll de Braga que vive intensamente no fio da navalha entre o mundano e o profano. As suas canções são um diário sonoro de emoções cruas, embaladas por riffs poderosos e uma energia que convida tanto à dança como à contemplação.

© Suave Fest

No segundo dia, 07 de setembro, o público é convidado a mergulhar nas atmosferas eletrónicas e dançáveis dos Quadra, sexteto bracarense que tem vindo a afirmar-se no panorama nacional pela capacidade de transformar os concertos em verdadeiras pistas de dança emocionais.

Depois, chegam os Cassete Pirata, banda que conquistou o público com a sua energia vibrante e canções que já fazem parte da memória coletiva. Em 2024 lançaram A Família, o seu terceiro álbum de originais, que consolidou o seu estatuto e levou a banda a salas esgotadas de norte a sul do país.

A encerrar o festival, o psicadelismo poderoso dos Black Bombaim, histórico power trio de Barcelos que é hoje uma das grandes referências do rock instrumental português. Com mais de uma década de carreira e colaborações com nomes internacionais como Steve Mackay (The Stooges) e Peter Brötzmann, a banda promete um concerto hipnótico, feito de improvisação e energia crua.

Dez anos de Suave Fest: uma identidade construída

Criado pelo Convívio Associação Cultural e Recreativa, o Suave Fest cresceu ao longo da última década como um espaço de descoberta, partilha e celebração da música nacional. Desde a sua primeira edição, tem sido um festival com uma identidade própria, baseada na proximidade com o público e na aposta em artistas que representam o que de mais criativo se faz em Portugal.

Este ano, o festival não se limita a celebrar o passado: procura também projetar o futuro, reforçando o compromisso de valorizar a criação artística nacional e de continuar a ser um espaço de encontro para músicos e público.