“Um Pensamento, Uma Palavra, Uma Atitude”: Associação de apoio a doentes oncológicos

“Um pensamento, uma palavra uma atitude” (PPA) é uma associação de apoio a doentes oncológicos provenientes de meios sociais menos favorecidos e foi fundada em 2016.

© Leonardo Pereira/ Mais Guimarães

A PPA ajuda pessoas através do fornecimento de materiais e equipamentos como camas articuladas, sofás, cadeiras de rodas, cadeiras sanitárias, cadeiras de banho, medicamentos, perucas, próteses capilares e mamárias e viagens. No total, a associação vimaranense já apoiou cerca de mil pessoas.

A associação tem sede em Guimarães, na Rua D. João IV, mas também apoia doentes de vários concelhos que envolvem a cidade berço, nomeadamente de Fafe, Vizela, Celorico de Basto, Mondim de Basto e Famalicão. De acordo com Fernanda Coelho, presidente da PPA, “nenhum doente ficou sem o apoio solicitado, mesmo durante a pandemia. Orgulhamo-nos muito do nosso trabalho.”

Como presidente de uma associação solidária, Fernanda Coelho sente que a PPA “é importante na vida dos doentes e das famílias. Eles vêm aqui e conseguimos que tenham esperança. Se conseguirmos ver um sorriso da parte deles é uma satisfação para nós. Toca-nos muito.” Fernanda Coelho conta que “é muito difícil arranjar voluntários para este trabalho. Os órgãos tentam ajudar no que podem, mas também têm o seu trabalho.

Os doentes são encaminhados pelo gabinete social do hospital de Guimarães para a PPA, estrutura que conta com apoio da Câmara
Municipal de Guimarães e de alguns empresários. “A Câmara ajuda-nos muito, como na aquisição da nossa carrinha para transportar
os equipamentos para as casas dos doentes, mas conheço alguns empresários solidários que nunca me dizem que não”, conta a presidente da associação. Além disso, a PPA conta com apoios de algumas Juntas de Freguesia e organiza alguns eventos para angariar fundos como saraus solidários, caminhadas, passeios, jantares e o outubro rosa.

PPA tem dois protocolos com a Unidade Local de Saúde do Alto Ave

A PPA estabeleceu dois protocolos com a Unidade Local de Saúde do Alto Ave: Um deles é para apoiar os doentes oncológicos com as
suas necessidades e outro é para ajudar os doentes nos cuidados paliativos: “Quando os doentes vão para casa, o hospital encaminha
um médico ou enfermeiro para fazer assistência e consultas em casa. Nós fornecemos todo o equipamento que o doente precisa
para que esteja mais confortável e para que se sinta mais feliz nos seus últimos tempos de vida, na segurança da sua casa”, explica
Fernanda Coelho.

Além disso, a associação também apoiou, em 2022 e 2023, as famílias carenciadas com a oferta de 15 cabazes de natal, “para tornar a data festiva do doente melhor”, expressa a dirigente da associação.

A PPA foi fundada quando Manuela Veloso, que já foi vítima de  cancro, decidiu criar uma associação para ajudar os doentes oncológicos. Manuela Veloso juntou-se a Fernanda Coelho e a mais um membro, formando a estrutura. No início, a atual presidente da PPA atendia os doentes no café mas, posteriormente, foi-lhe cedido um espaço de forma gratuita. “Precisava de um local para armazenar todos os materiais que a associação tem”, conta.

Já para o futuro, a presidente da PPA “gostaria de passar a associação para outra pessoa para continuar o nosso trabalho. Estou um pouco cansada e gostava de viver o resto da minha vida com os meus netos e netas.”

Testemunha do impacto da associação junto da comunidade

Um dos casos mais marcantes de que Fernanda Coelho se recorda foi o de André Oliveira, que lutou contra um colangiocarcionoma (tumor nas vias biliares) durante mais de meio ano. Depois de sentir uma dor na zonamabdominal e de ver as suas consultas médicas serem
adiadas devido à pandemia da Covid-19, o vimaranensemdescobriu que tinha um tumor maligno, tendo sido colocado nos cuidados paliativos.

Depois de ter conhecimento da PPA através dos médicos da atual Unidade Local de Saúde do Alto Ave, André Oliveira foi recebido pela associação “de braços abertos no imediato e ainda mantemos contacto. Gosto bastante da Dr. Fernanda Coelho e da dona Manuela Veloso. A associação é daquelas que, se uma pessoa der algum donativo, vai usá-lo. Nota-se logo que fazem tudo para ajudar as pessoas.”

Sem capacidade para suportar os custos dos medicamentos, que rondaram um total de mil euros, o vimaranense de 42 anos deslocou-se à associação para receber ajuda financeira: “Tive de ser medicado com injeções que custavam cerca de 120 euros mensais e ainda havia mais medicamentos, como de ferro, magnésio, para o estomago e enjoos. Em alguns meses tinha contas de 300 euros. Durante cerca de seis meses tomei esses medicamentes e fazia contas à vida. Falaram-me da PPA e ajudaram-me a 100%”, conta André Oliveira.

Além do suporte financeiro, a PPA também o ajudou a nível psicológico: “Uma das senhoras já passou pelo mesmo e realmente ela deu-me força para nunca desistir, bem como a dona Fernanda Coelho. Disseram-me para nunca desistir e para pensar na minha filha.” Entre as várias pessoas que marcaram o seu período de luta contra o colangiocarcionoma, André Oliveira destaca Fernanda Coelho e Manuela Veloso, responsáveis pela PPA: “Foram das melhores pessoas que conheci, tiveram um peso enorme. Mas também não me posso queixar as enfermeiras e de todas as pessoas do hospital, ajudaram-se sempre.”

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