O edifício, com configuração em estrela, imagem ligada ao logotipo da medicina, vai servir Moreira de Cónegos, mas também Lordelo, Conde, Gandarela e Guardizela, numa abrangência em número de utentes que atinge os sete mil.

Há muito que os cidadãos reclamavam por este serviço, olhando às parcas condições do anterior, que despertou ainda mais as suas fragilidades, por altura da pandemia. Domingos Bragança, autarca de Guimarães, assumiu a responsabilidade pelo atraso desta nova infraestrutura, mas garantiu tê-lo feito para, “hoje, ser possível uma obra desta envergadura”. “Recusei um projeto que era metade deste, teria mil e trezentos metros quadrados apenas. Com negociação e insistência, com o contributo de todos, chegamos até aqui”, disse, no final, aos jornalistas. Lembrou também que a obra da nova USF, inicialmente contava com a comparticipação financeira de fundos europeus, de 30%. “Mas como era um compromisso com a vila de Moreira de Cónegos, e justo, decidimos avançar. Entretanto, a qualidade deste projeto, comparativamente a outros, fez subir a comparticipação a 86%”.

Coube ao vimaranense Rui Armindo Freitas, secretário de Estado adjunto da Presidência, representar o Governo neste momento importante para a vila e para o concelho. Refletia, tal como disse ser conhecedor, um problema no acesso à saúde na zona sul de Guimarães.

Valorizou a questão dos fundos europeus que se aplicam, nesta obra, em 86%, considerando “fundamental que as pessoas percebem que o projeto europeu se materializa muito nestas dimensões”.

Sendo a Saúde como um dos principais pilares do Governo, é importante a coesão “e temos estes fundos comunitários ao serviço da área, com o impulso da autarquia, porque as câmaras é que identificam as necessidades da coesão”. Disse Rui Armindo Freitas que a vontade de quem governa é que “Portugal seja contribuinte líquido e não recetor de fundos”: “Neste momento não é a nossa realidade, estamos a correr para acabar de executar um PRR, de forma acelerada, para que não se percam fundos comunitários que são fundamentais”.

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Aproximação aos privados? “O objetivo é que os cuidados de saúde cheguem às pessoas”

O secretário de Estado abordou ainda a aproximação aos cuidados de saúde privados, frisando que “o foco do Governo está na solução para os problemas das pessoas, sem dogmas, o objetivo é que os cuidados de saúde cheguem às pessoas, por isso referi os modelos da USF tipo C, o enquadramento que estava pensado, mas há muitos anos que não era regulamentado”. “Fizemos isso em outubro para que possam existir parcerias que façam com que as pessoas não fiquem vedadas do acesso aos cuidados de saúde”.

Pedro Cunha, presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alto Ave, demonstrava a sua satisfação, referindo que a nova USF demonstra aumento da capacidade resolutiva que facilita o acesso do utente, e que simboliza “o trabalho de proximidade que pode ser feito”.

Unidade Pré-hospitalar da Encosta da Penha e requalificação de centros de saúde

São os passos que se seguem depois de Moreira de Cónegos. O presidente da Câmara Municipal de Guimarães abordou a candidatura ao PRR aprovada, tendo em vista a construção da Unidade Pré-hospitalar da Encosta da Penha, orçada em 13 milhões de euros e, para já, com garantia de financiamento na ordem dos 40%. É intenção a autarquia negociar para aumentar esta comparticipação.

“Vai abranger a cidade e será um apoio importante à Urgência do Hospital. A primeira triagem será feita ali com valências de diagnóstico, com equipamentos avançados”, garantiu o autarca.

Além disso, serão requalificados sete centros de saúde do concelho, de que são exemplo o de Urgezes, que vai canalizar um maior investimento, na ordem dos dois milhões de euros, mas também as unidades de S. Torcato, Pevidém Amorosa e Serzedelo. Os projetos estão em fase de revisão e deverão ir a concurso em dezembro ou janeiro do próximo ano.