Vânia Dias da Silva critica falta de execução; Domingos Bragança rebate com avanços
Vânia Dias da Silva, vereadora da Coligação Juntos por Guimarães, traçou um balanço crítico do cumprimento dos 30 compromissos assumidos pelo presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, no início do atual mandato, usando a metáfora dos semáforos para classificar o estado de execução das obras e projetos: verde, amarelo e vermelho.

© Rodrigo Marques/Mais Guimarães
“A verdade é que mais de 20 compromissos estão parados no semáforo vermelho”, afirmou, numa intervenção marcada por uma frase adaptada de Hamlet, de Shakespeare: “Tudo está bem no Reino da Dinamarca para o sr. presidente da Câmara”.
A vereadora lembrou que muitos desses compromissos remontam a 2017 ou até antes, e enumerou uma série de obras e projetos ainda não concretizados, entre os quais se destacam o BRT, a Via do Ave Park, a ligação da Rotunda de Silvares à Nacional 206, o desnivelamento da Rotunda de Covas, a entrada da Circular Urbana para o Hospital, a requalificação de avenidas, o Eco Parque Industrial, a Piscina do Vitória, a Loja do Cidadão, a Academia da Transformação Digital, e ainda infraestruturas escolares e planos de saúde.
Vânia Dias da Silva criticou a resposta do presidente da Câmara, que considerou “ligeira” ao afirmar que quase todas as obras estavam em execução ou projeto, salientando que “estar em projeto é apenas um projeto, e um projeto não é nada”. “As obras prometidas não existem e a cidade está parada, em retrocesso, a distanciar-se de outras cidades da região”, destacou.
Um dos exemplos apontados pela vereadora foi a Circular Urbana, considerada “fraca” e “anacrónica”, que não atende às necessidades atuais da cidade e que nunca foi devidamente fechada ou comportada. “Se o sr. presidente acha que o que está em projeto vai ser implementado daqui a 20 ou 30 anos, isso significa atraso e retrocesso”, advertiu, frisando ainda que muitos dos projetos tinham o apoio unânime do Executivo, incluindo a oposição, e “dependiam exclusivamente da Câmara para avançar, o que não aconteceu”. A vereadora também questionou como o presidente da Câmara pode apoiar um candidato que já dispensou e considerou incapaz [Ricardo Costa], sem esclarecer como esse candidato dará continuidade aos projetos, deixando “a dúvida” sobre o futuro.

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“Tudo verde nos 30 compromissos, exceto a Via do Ave Park, devido a decisão judicial”, respondeu Domingos Bragança
Domingos Bragança respondeu, por sua vez, que a maior parte dos compromissos está “em verde”, em execução, projeto, lançamento de obra ou obra em curso. Disse ainda que, aos 30 compromissos, se juntaram outros que não constavam da lista em andamento ou com projetos concluídos, como o Centro de Saúde da Encosta da Penha, assim como a requalificação dos existentes, e o alojamento para investigadores e estudantes no Ave Park. Reconheceu como exceção as Piscinas e a Via do Ave Park, esta última suspensa por decisão judicial do Tribunal Administrativo, que impede a Câmara de avançar enquanto não houver decisão definitiva.
“Conseguimos o projeto e os 40 milhões de euros necessários, mas não foi possível avançar devido ao funcionamento do Estado de Direito, que passa pelas decisões dos tribunais”, explicou o presidente, referindo ainda que havia dúvidas levantadas pelo IGAMAOT e Ministério Público sobre a obra, justificando a suspensão.
Domingos Bragança destacou a importância estratégica da Via do Ave Park, em especial para o metrobus, que terá via própria, valorizando o transporte público na cidade. O autarca reafirmou ainda que o Executivo tem trabalhado para garantir o avanço dos projetos e que muitos já se encontram em fase de execução, contrariando a ideia de atraso generalizado transmitida pela vereadora da oposição.