Vânia Dias da Silva diz que “Guimarães foi insensível” com Sofia Escobar
Para Vânia Dias da Silva, vereadora da oposição, "Guimarães foi insensível" com uma artista "reconhecida e galardoada, que queria apresentar o seu disco na cidade berço."
A vereadora não acredita que não houve, entre 2022 e 2023, “um dia em que a sala (do Centro Cultural Vila Flor) não estivesse disponível para acolher uma artista vimaranense reputada internacionalmente.” Assim, a oposição pediu ao município uma lista dos espetáculos que aconteceram no CCVF em cada dia desses anos, bem como a receita dos mesmos.
Vânia Dias da Silva considera que “Guimarães pratica uma cultura seletiva do que câmara entende ser os espetáculos a figurar nas salas de espetáculo”.
Além disso, defende que a “cultura que não é tão visível tem de ser apoiada, mas não dirigida. Guimarães tem a função de acolher quem queira vir. E se o espetáculo tem publico, o município tem de aceitar para apoiar a cultura com esse dinheiro”, explica.
Para Vânia Dias da Silva, “se há equipamentos para acolher espetáculos e se há o desejo de apoiar manifestações culturais que não têm público, também há manifestações culturais que têm público e que podem ajudar a recolher receita. Uma coisa não colide com a outra”, remata.
Já Paulo Lopes Silva, vereador da Cultura na Câmara Municipal de Guimarães, nega “resistência” do município e da A Oficina para que Sofia Escobar atue em Guimarães. O autarca frisa que “há toda a vontade de ter um artista com o percurso e talento da Sofia Escobar presente na programação cultural da cidade.”
O vereador entende que “há uma preocupação da A Oficina da não sobreposição da calendarização e em ir àquilo que não está a ser feito, para que haja diversificação” e recorda que Sofia Escobar atuou no final de 2021 em Guimarães: “Foi a nossa prioridade para celebrar os 20 anos do património da humanidade. Não há nada que nos faça querer Sofia Escobar em Guimarães”, reitera.
Paulo Lopes Silva explica que A Oficina foi contactada em fevereiro de 2022 para haver uma data em março do mesmo ano, “não havendo disponibilidade no auditório no imediato nem na inclusão da programação”, aponta o autarca, acrescentando que “a pretensão era que a apresentação do seu disco decorresse em simultâneo com o espetáculo de Lisboa.”
Além disso, realça que o concerto da artista vimaranense na igreja de Nossa Senhora da Conceição foi “financiado pelo município e teve apoio direto da A Oficina.” Durante a reunião do executivo municipal, Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães pediu para que Paulo Lopes Silva falasse com a artista de forma a não haver mal-entendidos.
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