Santiago de Compostela: Vimaranenses no Caminho da autodescoberta
Com maior ou menor dificuldade, sozinhos ou acompanhados, a meta é comum a todos: Santiago de Compostela.
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Com maior ou menor dificuldade, sozinhos ou acompanhados, a meta é comum a todos: Santiago de Compostela. Ouvimos frequentemente que “todos os caminhos vão dar a Roma”, mas a expressão também se aplica à cidade espanhola. A diversidade de caminhos para lá chegar é vasta, mas há rotas mais populares que outras.
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Atualmente, há dois vimaranenses que se encontram a fazer o Caminho: José Capela e o pároco José Antunes, com histórias completamente antagónicas.
Apesar de já ter visitado Santiago de Compostela várias vezes de carro, sabia que um dia queria fazer o Caminho a pé. José Antunes confessa que “tinha medo de não conseguir” e, por isso mesmo, investiu na preparação física para fazer o Caminho pela primeira vez. “Fiz caminhadas pela cidade, durante este último ano e meio, para me sentir motivado e forte, num total de 1700 quilómetros”, explicou.
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Acrescentando que era um desejo seu “de sempre”, até porque nasceu no dia de Santiago, a 25 de julho, pôs pés ao Caminho da Costa, de 280 quilómetros, com início na Póvoa de Varzim. Esta quarta-feira, já se encontrava em Caldas de Reis, a cerca de 50 quilómetros de Santiago, e hoje segue para Padron.
Com um plano estipulado de todas as paragens e quilómetros a fazer por dia, reconhece que são dias “maravilhosos”. “Cada dia que ando, e quanto mais próximo estou de Santiago, parece que a força é maior”, revelou o padre Antunes que, neste dia, conseguiu fazer 11 minutos por quilómetro, menos oito minutos do que o dia anterior, apesar do cansaço ser maior.
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Se a “proximidade do objetivo motiva a andar com mais genica”, a companhia também é uma boa alavanca. Vincando a ideia de que o Caminho nunca se faz sozinho, revela que se cruzou com italianos, ingleses e espanhóis de várias cidades, tanto homens, como mulheres e crianças.
“Uns dias com mais sofrimento, outros dias com menos, todos sabemos que o Caminho é em frente. O Caminho faz-se caminhando, com alegria”, destacou.
Da viagem diz esperar um “rejuvenescimento e fortalecimento da fé, junto do túmulo de Santiago e dos amigos de Jesus”, finalizou o pároco.
“O Caminho é muito mais do que uma viagem”
O Caminho Português, Primitivo, Inglês, Finisterra, Sanabrês, entre outros, já não são novidade para José Capela. Atualmente a percorrer, pela primeira vez, o Caminho Francês, de 780 quilómetros, conta com a preparação física como grande aliada, mas garante que a força mental é também muito importante.
A extensão da rota, e os dias necessários para a completar, fez com que adiasse a aventura algum tempo, mas que ficará brevemente concluída.
Esta quarta-feira, ao início da tarde, ao décimo dia de Caminho, encontrava-se em Astorga, a 230 quilómetros do destino, a fazer uma média de 50 a 60 quilómetros por dia.
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Pelo menos este Caminho Francês é “40% preparação física e 60% mental porque estamos sujeitos a andar sozinhos durante muito tempo, com retas extensas, a perder de vista, mas claro que para esta rota as pessoas devem estar preparadas e ter experiência de outros Caminhos”, explicou José Capela.
Vincando que “os caminhos devem ser feitos ao ritmo de cada um”, enaltece a necessidade da autodescoberta que o Caminho proporciona. “Estamos numa sociedade em que tudo é muito imediato. O Caminho, pelo contrário, exige paciência e obriga-nos a pensar e refletir. Estamos numa era em que as pessoas pensam muito pouco e é precisamente por isso que gosto de fazer o Caminho”, reforçou o desportista.
Destacando que “o Caminho é muito mais do que uma viagem”, na qual diz ter conhecido “pessoas fantásticas”, confirma que são dias de “introspeção e de autodescoberta”.
Por fim, resume o resultado que advém de percorrer qualquer Caminho: “começamos a ser mais tolerantes, a dar mais valor ao tempo e às pequenas coisas, que nos passam ao lado no nosso dia a dia. Aprendemos que podemos viver com pouco e ser felizes assim”.
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