Inserido nas comemorações do Centenário do Vitória SC, foi apresentado, este domingo, o livro “O Clube do Rei – 100 Anos, 100 Cartoons”, da autoria de Miguel Salazar.

Na apresentação do livro, Miguel Salazar contou que este era um projeto já com vários anos. Quando, em 2015, começou a fazer publicações no Mais Guimarães, António Amaro das Neves escrevia os textos. “Eram publicações sobre episódios marcantes da vida de Guimarães”, explicou dizendo que os vimaranenses se consideram “únicos”, e que, concordando, acredita haver “uma razão para sermos isso” que devia ser conhecida por todos.

Foi pelo meio dessas publicações que surgiram duas ilustrações relativas à origem do Vitória e foi aí que começou a ver “que era capaz de ser engraçado fazer um livro deste género, diferente, que fala sobre a história. É importante conhecermos a nossa história, do país, da cidade, das instituições de que gostamos”.

Entretanto surge o Guimarães Noc Noc e, em 2019, realiza uma exposição com o nome “Aqui é só Vitória”. Desafiou António Amaro das Neves para fazer umas palestras sobre o clube, tal como, em 2017, tinham feito sobre a identidade vimaranense. “Tinham sido um sucesso e quisemos repetir a receita”, esclareceu. Fizeram, então, palestras sobre o desporto no Vitória, sobre o ambiente, a realidade vimaranense o contexto em que surgiu, e a fundação e consolidação do clube propriamente dito.

O convite para a Comissão do Centenário

A ideia de editar um livro continuava lá, um livro sobre o Vitória, “mas numa perspetiva diferente, uma coisa mais ligeira do que às vezes é um livro de história”. 

Finalmente, surge o convite para fazer parte da Comissão do Centenário e esta tornou-se a altura ideal para dar forma e materializar este projeto. “Houve a proposta à Comissão do Centenário, em junho, foi aceite e começou-se a trabalhar. Foram seis meses de muito trabalho, mas acho que valeu a pena”, confessou Miguel Salazar.

O livro retrata, assim, 100 momentos da história do clube em 100 cartoons distintos acompanhados por textos de vitorianos. O facto de estar escrito é, para Miguel Salazar, “necessário”. “Não se consegue encontrar 100 anos de história apenas com desenhos. Os desenhos são o mote, mas era preciso mais”, reiterou.

“É uma perspetiva diferente, porque não temos um livro que é contado sempre da mesma maneira, temos um livro com 14 estilos completamente diferentes uns dos outros”, argumentou referindo-se aos textos de Alberto de Castro Abreu, Aníbal Rocha, António Amaro das Neves, António Lourenço, António Xavier, César Machado, João Rocha, José João Torrinha, Luís Cirilo Carvalho, Pedro Coelho Lima, Pedro Ribeiro, Raúl Rocha, Ricardo Gonçalves e Vasco André Rodrigues. Considera, assim, que está é uma “mais valia”.

Os cartoons têm “uma capacidade de comunicação muito fácil e intuitiva”, como refere Miguel Salazar e, por isso, Miguel Pinto Lisboa acredita que este livro “permite que a história do Vitória seja conhecida e compreendida pelos mais jovens”.

“Uma obra que interessa não só aos vitorianos, mas a todos os vimaranenses, porque a história do Vitória integra-se na história da cidade”, disse o presidente do clube na apresentação do livro.

Para Luís Cirilo Carvalho, que escreveu sobre o período compreendido entre 1972 e 1982, este é “um livro que qualquer vitoriano gostará de ler, porque, para além da genialidade de Miguel Salazar na elaboração dos magníficos cartoons, conta também com a colaboração de mais 14 autores que escreveram sobre as dez décadas de vida da instituição”. Destaca o “conjunto de visões diferenciadas, no estilo e na expressão, sobre a vida centenária do Vitória”.

Vasco Rodrigues acredita que “este será o maior contributo que um vitoriano poderá dar, deixar o seu testemunho ao lado de outros que o tempo ensinou a respeitar e a admirar”.

Também Pedro Coelho Lima, co-autor dos quase 20 anos do pólo aquático, se mostrou agradados com o resultado final. Acredita que “o projeto está a ter a projeção e os resultados para o qual foi pensado” por si e pelo Pedro Magalhães. “É uma honra deixar mais esta marca para a eternidade do nosso Vitória Sport Clube”, escreveu nas redes sociais.

Miguel Salazar deixou ainda um agradecimento a António Amaro das Neves que fez a revelação que resultou do seu trabalho de investigação e que culminou com a descoberta de um facto que era desconhecido até ao momento, o facto de ter havido uma primeira direção, anterior à de António Macedo Guimarães, presidida por Mariano Fernandes da Rocha Felgueiras.

Os livros, 3.000 exemplares, estão à venda por 20 euros para o público em geral e 15 euros para os sócios do Vitória.