O poder da Inteligência Artificial (IA) na proteção do Ambiente, esteve em debate na iniciativa da Vitrus, assim como o recurso à mesma na aplicação de tecnologias que correspondam aos desafios ambientais. A regulamentação reuniu consenso. “O que todos esperamos é que a IA possa vir acrescentar, mas sempre do ponto de vista positivo”, disse Sérgio Castro Rocha.

E como se garante que isso aconteça? Foi a questão também debatida, e daí saiu a ideia, como premente, de criar regulamentação para estabelecer limites, naquilo que todos achamos ser ilimitado.

Paulo Novais, docente na Escola de Engenharia da UMinho, em jeito de exemplo, lembrou que muita gente hoje já utiliza, de certa forma a IA, por exemplo, na contagem de passos dados, através do telemóvel, ou do relógio. “Estamos a ser monitorizados”.

As autarquias também já utilizam IA , aliás, Guimarães já deu conta que os próximos estudos de impacto de trânsito, ao nível de mobilidade, em pontos referenciados do concelho, serão através de IA. Mas os dados recolhidos pela IA são fiáveis e reais? Delfina Soares, diretora da Universidade das Nações Unidas não crê, ou pelo menos mostrou-se mais “cuidadosa” na abordagem do tema.

“As minhas grandes preocupações são as fake news e os dados sintéticos que nos são dados pelas máquinas, pela IA. Ao sintetizar dados, não estamos a usar bases reais, é seguro nos regularmos por estes dados”? Daí que ache fundamental regulamentar o uso da IA. “É complexo, e é necessário regulamentar”. O investigador Pedro Oliveira destacou, por sua vez, a importância da “explicabilidade”. E exemplificou: “É preciso regular, dar mais capacidade de explicação e conhecimento a quem está a usar a IA. Isto é como um avião que tem caixa negra e é preciso desmontá-la”. O recurso à IA, que permite aplicar tecnologias para resolver os desafios ambientais, foi também abordado na 12ª edição da Vitrus Talks.

A próxima edição, em abril, vai contar com a presença do Secretário de Estado do Ambiente, anunciou Paulo Machado, assessor de comunicação da Vitrus e moderador do debate. Sérgio Castro Rocha, presidente da Vitrus, diz estar orgulhoso deste projeto que vai já no 12º encontro, “em que centenas de pessoas participaram”, assim como o propósito de projeção de conhecimento alcançada e reconhecida “ao nível local e até nacional”. Deu ainda conta que a Vitrus se encontra a trabalhar, juntamente com parceiros, numa APP que terá como finalidade, incutir melhoramento nos circuitos de recolha de resíduos no concelho.

A Vitrus está a assinalar 15 anos de fundação com um programa de eventos e projetos que se estende até ao final do ano. Destaque para a inauguração, este ano, do Centro de Inovação Vitrus Ambiente (CIVA), realizado em parceria com a Câmara, para desenvolver projetos ambientais e partilhar conhecimento com a comunidade.

As comemorações dos 15 anos encerram em outubro, com o lançamento do livro “História dos 15 Anos da Vitrus”.