Vitrusbus: serviço de transporte flexível arranca na segunda-feira
Três miniautocarros elétricos vão fazer transporte de passageiros, a pedido, nos horários e nas zonas do concelho que não têm cobertura pela Guimabus e pela Ave Mobilidade.
A partir de segunda-feira já vai ser possível fazer marcações de transporte no novo serviço flexível – Vitrusbus. Os miniautocarros de 22 lugares (11 sentados) começarão a fazer os primeiros transportes na terça-feira. Os utilizadores terão de fazer uma marcação, no dia anterior, até às 15h00.
Os miniautocarros da Vitrusbus não vão receber passageiros sem marcação, não se vão sobrepor aos serviços regulares e só vão transportar os utilizadores até um ponto da rede em que exista conexão com as carreiras das concessionárias. Na apresentação do serviço, na noite desta sexta-feira, o presidente da Câmara, Domingos Bragança, voltou a defender o metro ligeiro como a melhor solução para ligar o concelho a Braga e à futura estação de alta velocidade.
Para alguém que trabalhe no Hospital de Guimarães, viva em Ronfe e saia do serviço às 20h00, atualmente, as carreiras regulares só lhe oferecem transporte até Silvares (Espaço Guimarães). A partir de segunda-feira, esta pessoa pode marcar uma viagem na Vitrusbus que opera esta linha (zona 4) até à meia-noite. Este é um exemplo da forma como o serviço pretende funcionar, em complementaridade e sem se sobrepor às carreiras da Guimabus e da Ave Mobilidade.
Para viajarem, os utentes devem fazer uma marcação, até às 15:00 do dia anterior, pelo telefone (800 50 60 60), na aplicação ou plataforma online. De seguida, entre as 15:00 e as 17:00, receberão uma mensagem com a confirmação do serviço e com o horário em que o miniautocarro vai passar na paragem que selecionaram. Em função da gestão dos pedidos, o horário de passagem pode não ser exatamente o pedido, mas será o mais aproximado possível.
Serviço grátis para quem tem passe da Guimabus ou da Ave Mobilidade
A Vitrus alerta que passageiros sem marcação não poderão viajar, mesmo que se apresentem nas paragens e haja lugar nos autocarros. Os possuidores de passes da Guimabus e da Ave Mobilidade não terão de pagar pelo serviço, para os restantes utilizadores o preço é o estipulado no tarifário do Município para o transporte público. O preço das viagens terá um valor mínimo de 1,15 euros para uma distância inferior a dois quilómetros e um valor máximo de 4,20 euros para uma distância de 20.
Embora não fosse a solução mais barata, a Vitrus foi a empresa escolhida pelo Município para colocar este serviço no terreno. A Autoridade de Mobilidade e Transportes destacou o facto de haver operadores privados dispostos a fazer o serviço por 3,59 euros por quilómetro contra os 3,73 da empresa municipal. Todavia, a vereadora com o pelouro dos transportes, Sofia Ferreira, defendeu que, por se tratar de uma empresa pública, será mais fácil introduzir alterações ao contrato. Para poder prestar o serviço de transporte flexível, a Vitrus Ambiente, empresa municipal, até aqui responsável pela recolha de resíduos, manutenção e limpeza de edifícios e espaços públicos e estacionamento, teve de fazer uma alteração aos seus estatutos e de passar por um processo de licenciamento para se tornar num operador de transportes públicos.
Presidente da Câmara manda recado ao Governo
Na apresentação do serviço, o presidente da Câmara, Domingos Bragança, referiu que não tem dúvidas relativamente ao sucesso da iniciativa. “Acho mesmo que vamos ter que aumentar o serviço em equipamentos e plataformas digitais”, afirmou. O autarca aproveitou a oportunidade e presença da assessora da secretária de Estado dos Transportes e da Mobilidade para mandar um recado ao Governo. Numa altura em que decorrem estudos para a implementação do metrobus, Domingos Bragança continua a acreditar que a melhor solução para ligar Guimarães a Braga é o metro de superfície e até já lhe deu nome: MLS-GB (metro ligeiro de superfície – Guimarães, Braga). O edil sublinhou o facto de os quatro concelhos que fazem parte do Quadrilátero Urbano fazerem parte do top 10 das exportações do país. Domingos Bragança diz que a região está preparada para participar no esforço de reindustrialização da Europa, “mas precisa de transportes porque os operários vivem dispersos pelo território”.
Pelo jornalista Rui Dias
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