75 ANOS DE SÓCIO: O AMOR AO VITÓRIA NO SEU ESTADO MAIS PURO
Recorde aqui as três histórias da ligação ao clube.

A frase “Vitória, eu nunca te irei abandonar” nunca fez tanto sentido. Estes três sócios têm 75 anos de paixão ao Vitória e são a prova viva de que o apoio de um Conquistador é eterno.
São sócios do clube há 75 anos e, sendo essa uma marca histórica para o emblema vitoriano, foram homenageados na Gala dos Conquistadores. José Luís Fernandes, Fernando Machado e Joaquim Barroso são, atualmente, os rostos da mais longa ligação ao vitória.
José Luís Fernandes: “Não há ninguém que goste mais do vitória que eu”
José Luís Fernandes tem 91 anos de idade e fez este ano 75 anos de sócio do Vitória. Para além de se recordar que entrou em setembro de 1943, lembra-se também em que meses entraram os seus amigos que foram também homenageados na última Gala dos Conquistadores. A sua memória fascina qualquer um, o que torna qualquer conversa com José Luís Fernandes um privilégio.
Começou por recordar o primeiro jogo que viu, com cerca de sete anos. O campo era ainda no antigo Benlhevai, “uma caixinha de fósforos pequenina, perto do Toural”, e o Vitória enfrentava o Braga. Num jogo que contava para o Campeonato Distrital de Braga, os Conquistadores venceram o eterno rival por 1-0 e sagraram-se campeões. “Vi o Vitória vencer aqui, depois fomos a Braga empatar 1-1 e fomos campeões do distrito. Lembro-me que fizemos uma festa no Toural”, apontou. Daquele tempo, recorda alguns jogadores “com saudade”. “Os que mais destaco são o guarda-redes Rui Coca, o Maneca, o Mário e o Paredes que eram defesas, de médios recordo o Freitinhas, um rapaz que morava na Misericórdia, e de avançados o Pantaleão, o Virgílio e o Constantino, que era padeiro”, referiu, com pena por não se lembrar de mais.
Pena é não poder contar todas as memórias de José Luís, que é uma figura da cidade-berço. Como o próprio diz, o que o mais o orgulha “é ser Vimaranense, Vitoriano e Nicolino”. Recorda que chegou a levar dois jogadores e um massagista a uma deslocação no seu carro, porque o Vitória não tinha dinheiro. Recorda ainda que o Vitória contratou um jogador por vinte escudos, um jantar e umas calças. Foi um dos fundadores do Hóquei e do Atletismo do Vitória e não esquece a batalha financeira para sustentar estas modalidades. “Fui bater às portas dos sócios para pagarem uma quota extra para o hóquei, e consegui que 82 sócios pagassem”, revelou.
Hoje, José Luís Fernandes e a esposa mantêm os seus lugares cativos e pagam as quotas. Embora já não vejam o Vitória no D. Afonso Henriques, não perdem um jogo na televisão.
Sobre o momento da homenagem dos 75 anos, não hesitou em responder que gostou muito. “75 anos de sócio é difícil. Agora é mais fácil porque metem os bebés logo que nascem, já eu entrei com 16 anos. Mas digo-lhe: pode haver quem goste tanto do Vitória como eu. Mas não há ninguém que goste mais do Vitória que eu”, rematou o sócio emblemático.
Fernando Machado: “Eu ia assistir aos jogos e gostava”
Fernando Machado nasceu em 1929, a 31 de agosto, e com 13 anos fez-se sócio do Vitória. Corria o ano de 1943 quando, pela mão do pai, fez a sua inscrição, passando desde aí a fazer das visitas ao estádio uma tradição. O seu pai já foi, em anos passados, o sócio n.º 01 e, seguindo-lhe os passos, Fernando Machado é atualmente o sócio n.º 04.
Adepto desde sempre, não falhava um jogo em casa. Já os jogos fora, acompanhava sobretudo os que se fizessem perto, não embarcando em grandes viagens pelo futebol. “Eu ia assistir aos jogos e gostava!”, explicou Fernando Machado.
Segundo o filho, Jaime Machado, o pai nunca foi “aquele tipo de adepto doente”. “Era aquele sócio que normalmente não perdia um jogo em casa, enquanto teve autonomia para ir aos jogos sempre foi, agora há cerca de três, quatro anos que não vai, mas faz questão de se manter ligado ao clube e não perde um jogo na televisão”, admitiu Jaime Machado.
Fernando Machado abdicou do lugar anual por já não se conseguir deslocar até ao D. Afonso Henriques, mas continua a fazer o pagamento das suas quotas e a alimentar a sua ligação ao emblema da cidade-berço.
No momento de homenagem aos 75 anos de associado de Fernando Machado, a família fez questão de marcar presença na cerimónia, mesmo os elementos mais “desligados” do futebol.
Joaquim Barroso: “Já ia ao futebol antes de ser sócio”
É o sócio n.º 02 do Vitória, um vínculo que mantém desde os seus 16 anos e que começou por iniciativa própria. “Foi por minha vontade, já ia ao futebol antes de ser sócio”, recordou Joaquim Barroso.
Nasceu em abril de 1927 e hoje, com 91 anos, viu essa ligação ser reconhecida com uma distinção nunca antes feita pelo clube. Com o sócio n.º 01 já falecido, Joaquim Barroso poderá ocupar, na próxima atualização, esse posto. Apesar de atualmente não frequentar o estádio e assistir aos jogos apenas em casa, é outro dos exemplos que mantém as quotas em dia.
Enquanto conseguiu, como adepto nas bancadas a apoiar os Conquistadores, foi assíduo no D. Afonso Henriques mas também nos estádios para onde a equipa se deslocava. Inclusive na Europa.
Uma das memórias que partilha com o filho, também Joaquim Barroso, é a visita à capital espanhola, para o encontro europeu frente ao Atlético de Madrid.“Nas competições europeias, o meu pai não falhava um. Lembro-me que fui com o pai a Madrid e colocaram-nos lá numa bancada muito íngreme e, na altura, não deixaram o D. Afonso Henriques entrar connosco. Aquilo era uma espécie de mascote mas enorme, tipo os ‘Zés Pereiras’ que andam nas festas. Em Madrid andamos na rua com ele mas no estádio não nos deixaram entrar. Ou melhor, entrou no estádio mas para debaixo das bancadas. Mas era hábito ficar junto com a claque em todos os jogos”, recordou o filho Joaquim Barroso.
Hoje em dia, a tradição de ver o futebol em família mantém-se, num ambiente mais caseiro, mas do qual ambos não abdicam.
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