A Oficina com olhos postos em 2023
No encontro de apresentação, ficou esclarecido que a programação passa, agora, a ter uma apresentação quadrimestral.

A nova agenda de programação d’A Oficina, para os meses de setembro a dezembro, já foi apresentada, assim como a visão e os projetos artísticos das Artes Performativas, Artes Visuais e Artes Tradicionais “que norteiam a missão desta cooperativa cultural, focada em Guimarães e aberta para o mundo”.

No encontro de apresentação, ficou esclarecido que a programação passa, agora, a ter uma apresentação quadrimestral. Helena Pereira, diretora executiva d’A Oficina, reiterou que este momento é “um momento de continuidade, um trabalho que tem sido feito no decorrer destes anos”. Reforçam-se, assim, questões que têm sido levantadas, mas “convém posicionar A Oficina no momento atual da sociedade e da própria cooperativa”.
Neste sentido, a “humanidade e a sensibilidade para o outro” serão bases do trabalho d’A Oficina ao longo destes próximos quatro meses. A isto, junta-se a ligação ao território que deve “potenciar sinergias”. “Passamos de uma cooperativa de não só programação, mas também de co-produção”, explica Helena Pereira. A Oficina tem, garante, a missão “nova de encontrar novas fontes de financiamento e diversificá-las”.
Rui Torrinha, diretor artístico do Centro Cultural Vila Flor (CCVF) e Artes Performativas d’A Oficina, falou de um “novo tempo de organização, de definição e comunicação” que vem “combater uma certa vertigem em que a informação sucede rapidamente e não conseguimos assimilar”. A Oficina é vista, então, como “um lugar de vivência, onde nos encontramos, nos testamos, crescemos e nos conhecemos”.
A responsabilidade social d’A Oficina, explicou, estará presente em quatro áreas transversais que informam os programas artísticos, mas também informam a atuação da cooperativa no seu interior e exterior: ecologia, tecnlogia, ciência e cidadania.
As Artes Visuais
Marta Mestre, diretora artística do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) e Artes Visuais d’A Oficina, revelou que esta é uma agenda a quatro meses e que “antecipa” o pretendido para 2023, marcando uma programação “robusta e forte”. No futuro, o objetivo é “um movimento de dentro para fora, abrindo a porta à relação”.
Programar a partir das Artes Visuais tem, diz Marta Mestre, “a subtileza de um tempo mais lento”, o que não impede, contudo, uma programação “dinâmica”. De dentro para fora, nascem, então, os ateliês comunitários – um espaço dentro do CIAJG dado à comunidade e que junta o empreendedorismo e a universidade.
O novo ciclo abrirá a 08 de outubro, num figurino totalmente novo, em parceria com a Revolve, editora de música de Guimarães. Está contemplado um “programa fora de horas e, além das exposições, até horas tardias, haverá apresentações musicais”.
No que às exposições diz respeito, as reservas do museu vão ficar vazias e a coleção subirá toda. Serão 1.128 objetos que simbolizam “a afirmação dos dez anos do CIAJG”. Mais tarde, em dezembro, haverá uma exposição conjunta entre o CIAJG e o Palácio Vila Flor, que contará com a coleção da galeria Zé dos Bois e com curadoria da dupla Sara e André.
As Artes Tradicionais
Catarina Pereira, diretora artística da Casa da Memória de Guimarães (CDMG) e Artes Tradicionais d’A Oficina, reforçou a ideia de que “a tecnologia tem que ver também muito com as artes tradicionais que está muito presente na própria exposição permanente Território e Comunidade”.
Do programa, destaca “a casa acolhe”, em relação à memória dos 100 anos do Vitória, e que “vai permitir ir intervindo na exposição permanente da Casa da Memória”.
Veduta, uma publicação já com largos anos, vai na 16.ª revista e, este ano, “reflete toda a programação que se tem vindo a fazer, a maior parte pela educação e mediação cultural, que faz também essa relação com o território”.
As Artes Performativas
A música é algo que ressalta na programação do CCVF e Rui Torrinha comprova-o. “Vamos voltar a ter uma importância de programação nesta área”, diz. Acreditando que a predominância da música se deve, em parte, ao ecossistema da cidade, que é “muito rico”, vai ser feito um investimento para que esta seja uma dimensão em crescimento.
Haverá ainda a apresentação da companhia Útero, “Hamlet, L’Angle du Bizarre”, que vem mostrar que A Oficina “continua a investir nos processos de criação” e, tal como habitual, “um grande Guimarães Jazz”, adiantou.
O diretor artístico do CCVF lembrou que estarão em cena dois espetáculos de Vitor Hugo Pontes e, a 22 de setembro, a criação de Sara Barros Leitão, do Teatro Oficina, mostra-se a público.
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