Marcha LGBTQIAP+ não foi “momento seguro, de celebração e união”
A Humanamente, movimento promotor da Marcha LGBTQIAP+ de Guimarães, organizou, no passado sábado, dia 1 de julho, a Marcha LGBTQIAP+.
A Humanamente, movimento promotor da Marcha LGBTQIAP+ de Guimarães, organizou, no passado sábado, dia 1 de julho, a Marcha LGBTQIAP+.
No percurso, junto da Câmara Municipal, leram o manifesto político e social da Marcha. Na cidade berço, acreditam, “o poder local tem vindo a demonstrar algum interesse em agir nas questões LGBTI+, feministas e antirracistas. No entanto, urge a necessidade de políticas de inclusão e de proteção”, acredita a organização.
Por essa razão, exigem que a autarquia “comece a trabalhar nestas questões imediatamente” e disponibilizam-se “a trabalhar em conjunto sobre estas temáticas”. “É necessário garantir que nenhum membro da comunidade LGBTI+ seja perseguido, maltratado, agredido por amar ou ser elu mesmo. Não aceitamos que a comunidade LGBTI+ vimaranense continue a ser ignorada, exigimos reconhecimento e respeito, queremos políticas municipais que nos protejam de qualquer tipo de preconceito”, frisam.
A comunidade LGBTQIAP+ sai à rua, em Guimarães, “pela visibilidade, inclusão, aceitação e empatia”. Lutam, leram no manifesto, “por uma vida melhor não só para nós, mas para a de todes”. Contudo, em comunicado, o Movimento Guimarães LGBTQIA+ lamenta que a marcha “não tenha sido um momento seguro, de celebração e união, na reivindicação por uma cidade mais justa e igualitária para todas as pessoas”.
“Não podemos ficar em silêncio, sob pena de estarmos a compactuar com decisões que voltem a pôr em causa as pessoas, o seu bem-estar, assim como a luta LGBTQIA+”, escrevem denunciando que a entidade promotora da Marcha LGBTQIAP+ de Guimarães, a Humanamente, e a sua comissão organizadora “não são entidades inclusivas, democráticas nem transparentes”.
Na opinião do Movimento Guimarães LGBTQIA+, “esta organização apropriou-se da Marcha LGBTQIA+ e exclui grande parte dos movimentos e das pessoas LGBTQIA+ de Guimarães”. A promotora e a comissão organizadora, acreditam, “desconhecem a realidade local e não são realmente representativas das pessoas LGBTQIA+ de Guimarães, pois privilegiam pessoas LGBTQIA+, maioritariamente, de fora da cidade, assim como alguns partidos e agentes políticos hétero-cis, que não se importam de instrumentalizar a luta LGBTQIA+ para fins pessoais e partidários”.
O Movimento Guimarães LGBTQIA+ faz ainda referência às negligentes decisões organizativas, como a escolha da hora de início que “não refletiu as previsões climatéricas e o percurso escolhido”, a data ser novamente o dia em que acontece o Sunset Praça e, “pior ainda”, lamentam que, “mais uma vez, a organização tenha colocado um partido de extrema esquerda no meio do desfile”, partindo a Marcha e quebrando o protocolo dos movimentos cívicos, as pessoas em primeiro lugar”.
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