Neste momento é uma empresa com uma boa implementação no Brasil, onde cerca de 200 shoppings centers e várias empresas de diversos ramos de atividade adotaram as soluções Think Digital, e escolheu Guimarães para começar a trabalhar o mercado europeu. Na Europa, a empresa adota o designação de Insight Digital.

Paulo Fodor, que chegou à cidade berço há dois anos, e que tem no currículo mais de 20 anos de ligação ao setor tecnológico, é o rosto da Insight Digital no nosso país, e o responsável pela sua implementação em solo europeu.

Insight Digital é uma empresa que procura revolucionar a nossa experiência enquanto frequentadores de espaços como supermercados, shoppings, farmácias ou mesmo hospitais, clínicas médicas ou laboratórios de análises e também o modo como estas superfícies e os seus responsáveis percebem os hábitos dos seus utilizadores. “A partir da informação que compilamos podem melhorar os seus negócios e, simultâneamente, a experiência de quem os vista”, conta Paulo Fodor à Mais Guimarães.

Mas de que experiência falamos? Vamos por partes. Quando visitamos um destes espaços há determinados hábitos que adotamos em função do que lá vamos fazer. Tomemos como exemplo uma ida ao Centro Comercial ou a um supermercado. Estes são espaços onde visitamos determinadas lojas ou corredores, várias vezes por mês, onde compramos determinados produtos, seguindo uma rota predefinida por nós, ou não.

Foi com base nestes hábitos que nasceu a Insight Digital, com a união de hardware e software que permitem, com base nessas ações que fazemos nestes espaços, definir padrões de cliente que permitirão à superfície que visitamos fazer sugestões de compras, promoções etc.

“Esta é uma solução em que todos ganham. O consumidor, porque consegue encontrar nos lugares certos, nas horas certas, o que precisa, e os lojistas que conseguem adaptar a oferta ao perfil do consumidor”. Paulo Fodor.

Do ponto de vista comercial, este software permite perceber quais os locais, dias e horas com maior frequência de utilizadores, o que facilita na tomada de decisões acerca do, por exemplo, posicionamento de certos produtos ou promoções, ajudando a superfície comercial a otimizar o seu espaço e a aumentar as suas vendas.
A Insight Digital é, então, uma solução com uma vertente orientada para o cliente (supermercado, por exemplo) e o utilizador (quem o vista), estando ligado à rede wi-fi da superfície comercial e que envia para o dispositivo móvel (desde que esteja ligado a essa rede) – baseado nas informações dos hábitos e dos hábitos dos restantes utilizadores, sempre de uma forma anónima- sugestões de promoções ou a aquisição de produtos complementares aos adquiridos, em função do local onde nos encontramos dentro da superfície. Esta solução permite que a superfície comercial consiga otimizar corredores menos frequentados fazendo alusão a promoções que se encontrem nesse espaço e que de outro modo poderiam passar despercebidas ao consumidor.

“As informações que fornecemos são estratégicas e relevantes para que os responsáveis comerciais possam melhorar os seus negócios.” Paulo Fodor, da Insight Digital.

A Insight Digital oferece uma solução baseada no princípio da inteligência de dados e que permite, não apenas conhecer os hábitos de consumo dos utilizadores dos espaços, mas também otimizar a gestão dessas mesmas áreas.

Um dos exemplos disso é a colocação de câmaras na frente das lojas e que possibilita perceber quantas pessoas circulam naquela área e qual o seu perfil de consumo ou, por outro lado, através também da colocação de câmaras inteligentes perceber quando uma determinada área, a zona de caixa, por exemplo, está congestionada, avisando a gerência da necessidade de se aumentar o número de funcionários nesse espaço.

Quando falamos na área da saúde, o objetivo não é comercial, mas sim relacional, procurando melhorar a experiência de utilização do espaço fomentando a relação do utente com o local onde se encontra, proporcionando informações acerca da especialidade que o leva a esse local, ou de saúde em geral, como informação pediátrica, geriátrica, dermatológica, dentária, etc.

A curto e médio prazo a Insight Digital tem o objetivo de trabalhar o mercado ibérico, começando por se estabelecer no mercado nacional, alargar a sua ação a Espanha e depois para o restante mercado europeu, tendo a consciência das diferenças entre este mercado e o brasileiro e adaptando-se, ao longo do processo, a estas mudanças de comportamento que podem levar a alterações no tipo de dados que podem ser agregados e o modo como podem ser rentabilizados.

A recetividade do mercado tem sido “muito boa” segundo Paulo Fodor, porque as empresas estão “naturalmente muito interessadas em soluções que melhorem os seus negócios, e essas soluções são tecnológicas”, termina o responsável.

Marta Mota Prego: “Parece-me evidente que a Insight Digital terá muito sucesso em Portugal e na Europa”

Atualmente instalada no Avepark – Parque de Ciência e Tecnologia, em Barco, Guimarães, Marta Mota Prego acredita que “a Insight Digital terá muito sucesso em Portugal e na Europa”.

Segundo a chefe de divisão de Desenvolvimento Económico na Câmara Municipal de Guimarães, esta estrutura tem como objetivo atrair empresas tecnológicas com grande potencial de crescimento e promover “sinergias muito próprias que caracterizam o ecosistema do Avepark”.

Marta Mota Prego não tem dúvidas de que Insight Digital reune todas as condicoes para ter sucesso neste processo de entrada no mercado europeu através de Portugal, e de Guimarães em particular, porque já tem o know how, a experiência adquirida do mercado brasileiro, e “com pequenos ajustes rapidamente se adaptará à realidade europeia”.

Refere ainda que, para o município é “relevante ver a Insight Digital procurar Guimarães” para iniciar a entrada num novo mercado, “uma espécie de porta de entrada para a Europa”, também porque, acrescenta, “é o tipo de empresa que atrai e potencia recursos humanos qualificados”.

Sendo a Insight Digital uma entidade que trabalha na análise e tratamento de dados, e tendo Guimarães um “tecido empresarial de cariz mais tradicional”, o surgimento da empresa no território pode ser ainda um motor de transformação e potenciar a transferência de conhecimento para o tecido empresarial local, melhorando claramente a competitividade das empresas com que se venha a relacionar.”