Bipol Fashion fecha e deixa 40 pessoas sem subsídio de desemprego

A empresa não cessou os contratos de trabalho e, por isso, os funcionários não podem aceder ao fundo de desemprego.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

A Bipol Fashion, empresa de confeção especializada em roupa interior, com instalações na Rua da Caldeiroa, não recomeçou a trabalhar, esta segunda-feira, depois do período de férias, como estava previsto.

De acordo com informações do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, a gerência vai apresentar a empresa à insolvência. Uma vez que a Bipol fechou portas sem cessar os vínculos laborais, os trabalhadores terão de aguardar uma decisão do futuro gestor a quem vier a ser distribuído o processo de insolvência, para poderem ter acesso ao fundo de desemprego.

A Bipol fechou para férias no dia 16 de agosto e devia recomeçar a laborar esta segunda-feira, contudo, a maioria dos trabalhadores já sabia que isso não ia acontecer. A meio das férias os funcionários foram surpreendidos com uma nota da gerência comunicando a decisão de encerrar a empresa, com “tristeza e pesar”.

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Nessa comunicação, a gerência afirma que a empresa “tem vindo a atravessar um período de grandes dificuldades económicas” motivadas, entre outras razões, “pela falta de encomendas, custos dos fatores de produção e carga fiscal”.

Salários em atraso

“Estamos ainda a procurar conversar com a administração. A nossa convicção é que estão a ser mal informados e, com isso, estão a causar grande dano aos trabalhadores”, afirma Francisco Vieira, coordenador do sindicato têxtil.

Caso não seja possível chegar a acordo com a gerência para a cessação dos vínculos laborais, os trabalhadores – que ainda não receberam o salário de agosto, parte do de setembro e o subsídio de férias – terão de esperar que o processo de insolvência dê entrada.

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O tribunal terá então três dias úteis para se pronunciar e só quando for nomeado um gestor é que os trabalhadores poderão desvincular-se e pedir o fundo de desemprego.

A Bipol produzia roupa interior e exportava a maioria da sua produção para mercados como o Reino Unido, os EUA e o Canadá.

Pelo jornalista Rui Dias.

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