Teatro Jordão recebe discussão sobre modernização da ferrovia do Minho
O futuro da ferrovia no Minho vai estar em análise esta quinta-feira, 18 de setembro, no Teatro Jordão, numa sessão marcada para as 17h30 e de entrada livre. O debate surge num momento em que a chegada da alta velocidade à região abre novas oportunidades e desafios para a rede ferroviária local.

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Intitulado “A Ferrovia no Minho: articular linhas, construir rede, servir o território”, o encontro contará com intervenções do engenheiro Frederico Francisco, do arquiteto Paulo Silvestre e do professor André Fontes, da Escola de Arquitetura, Arte e Design (EAAD) da Universidade do Minho. A moderação ficará a cargo do jornalista Diogo Ferreira Nunes, autor do podcast Sobre Carris.
O evento é organizado pelos professores André Fontes, Ivo Oliveira e Maria Manuel Oliveira, da EAAD e do Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT), em colaboração com o advogado Luís Tarroso Gomes. Para os promotores, o tema é estratégico, sobretudo num contexto em que os municípios procuram definir sistemas de transporte articulados e integrar a ferrovia entre os principais centros urbanos.
O debate pretende, segundo os organizadores, lançar pistas sobre o modelo ferroviário que o Minho deve assumir, os critérios que garantam a sua viabilidade e o calendário necessário para uma integração efetiva.
A região minhota, com mais de um milhão de habitantes e responsável por exportações superiores a 10 mil milhões de euros anuais, tem vivido avanços e retrocessos no setor ferroviário. No final do século XX, foram encerradas linhas como Famalicão-Póvoa de Varzim, Guimarães-Fafe e Valença-Monção. Já no século XXI, houve eletrificação de troços como Ermesinde-Braga, Lousado-Guimarães e Nine-Valença.
Apesar destas melhorias, a rede continua fragmentada, com ramais que não permitem ligações diretas entre cidades vizinhas. Viajar de Braga para Guimarães, por exemplo, ainda obriga a mudança de comboio, o que, segundo os organizadores, “faz perder tempo e recursos, penalizando a sociedade e enfraquecendo as ligações a nível regional, nacional e internacional”.
Para a organização, a chegada da alta velocidade a Braga e Valença representa uma oportunidade histórica para repensar a ferrovia no Minho, reforçando a coesão territorial e consolidando o setor como motor de desenvolvimento económico e social.