Guimarães Corre Corre despede-se esta noite após 11 anos a correr pela cidade
Na noite deste segunda-feira, 29 de dezembro, pelas 21h00, a partir da Plataforma das Artes, realiza-se a última edição do Guimarães Corre Corre, iniciativa que, ao longo de 11 anos, transformou as noites de segunda-feira num ponto de encontro para centenas de corredores e amantes da cidade.

© Corre Corre
Criado em 2014, o Guimarães Corre Corre chega ao fim depois de 422 edições, incontáveis quilómetros percorridos e memórias gravadas nas ruas, vielas, becos e praças do centro histórico. Mais do que um grupo de corrida, foi um movimento de cidadania ativa, convívio e partilha, guiado por um lema simples: correr, brincar e conviver.
Ao longo da última década, o projeto juntou pessoas de todas as idades, nacionalidades e culturas, promovendo a integração social, o bem-estar físico e emocional e o amor à cidade. “Criámos laços, vencemos medos, elevámos a autoestima e descobrimos capacidades adormecidas”, sublinham os dinamizadores.
Em declarações ao O Mais Guimarães, José Capela, um dos fundadores e principais impulsionadores do Guimarães Corre Corre, admite que o momento é vivido “com tristeza, mas também com alegria”.
“Foram 11 anos de muitas segundas-feiras, com chuva, frio ou noites primaveris. Houve alturas em que chegámos a ter centenas de participantes. Era uma verdadeira festa”, recorda.
Para além da corrida, o responsável destaca a dimensão humana e social do projeto. “A amizade era tão importante como correr. Tivemos muitos estudantes universitários, pessoas de várias nacionalidades e religiões. A corrida tinha, e tem, a capacidade de agregar pessoas”, afirma.
O Guimarães Corre Corre desenvolveu também uma forte vertente solidária, com iniciativas de apoio social, campanhas de Natal, recolhas solidárias e ações de ajuda a causas específicas, deixando uma marca que vai além do desporto.
Questionado sobre os motivos que levaram ao fim do projeto, José Capela aponta a diminuição do número de participantes nos últimos anos, em particular após a pandemia, bem como as mudanças nos hábitos de prática desportiva.
“Hoje existem muitas provas, mais tecnologia, relógios, aplicações, grupos mais pequenos e motivações diferentes. O espaço para o Corre Corre foi diminuindo. Achámos que fazia sentido terminar enquanto o projeto ainda representava aquilo para que foi criado.”
Apesar do encerramento, o balanço é assumidamente positivo. “Passaram centenas e centenas de pessoas pelo Corre Corre. Famílias inteiras, crianças que cresceram a correr connosco. Deixámos uma marca que não se apaga”, garante.
Para a última edição, a expectativa é simples: celebrar. “Gostava que aparecesse muita gente, fazer uma festa e um grande aplauso para todos nós e para a cidade”, conclui.





