Alexandra Malheiro toma posse como nova presidente do IPCA no dia do 31.º aniversário da instituição
Alexandra Malheiro tomou posse na passada sexta-feira, 19 de dezembro, como nova presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), para o mandato 2025-2029. A cerimónia revestiu-se de um significado particularmente simbólico, ao decorrer no dia em que a instituição celebrou o seu 31.º aniversário, assinalando simultaneamente o encerramento de um ciclo e o início de uma nova etapa na vida do Politécnico.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães
Professora coordenadora do IPCA e diretora da Escola Superior de Hotelaria e Turismo desde 2017, Alexandra Malheiro sucede à vimaranense Maria José Fernandes, que liderou a instituição durante oito anos. Com 27 anos de ligação ao IPCA, a nova presidente é doutorada em Marketing e Estratégia, tem formação de base em Gestão de Empresas e um percurso académico e científico, com produção relevante nas áreas do marketing e do turismo, bem como experiência em cargos de gestão académica.
A sessão solene ficou marcada por dois discursos centrais: o discurso de despedida de Maria José Fernandes, profundamente emotivo e marcado pela reflexão sobre o percurso da instituição, e o discurso de tomada de posse de Alexandra Malheiro, que traçou as linhas estratégicas e os princípios orientadores do novo mandato.

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Um aniversário com história, identidade e pessoas
Na sua intervenção, Maria José Fernandes começou por sublinhar o simbolismo do momento, lembrando que “celebramos hoje mais um aniversário do IPCA: 31 anos de história, de crescimento e de afirmação”. Reconhecendo que três décadas podem parecer pouco tempo na vida de uma instituição, destacou que são, na verdade, “uma vida inteira feita de pessoas, de escolhas, de desafios e de coragem”.
A presidente cessante enfatizou o caráter plural, democrático e inclusivo do IPCA, descrevendo-o como uma instituição “feita com todos e para todos”, que soube crescer de forma responsável, sustentada e sempre ao serviço das pessoas. Ao longo do seu discurso, recordou o papel determinante da comunidade académica, estudantes, docentes, investigadores e pessoal técnico e de gestão, bem como das empresas, instituições, autarquias locais e parceiros nacionais e internacionais, com particular referência à aliança europeia RUN-EU.

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Maria José Fernandes destacou ainda as profundas transformações enfrentadas ao longo das últimas décadas e a capacidade do IPCA para responder com “coragem, ousadia e arrojo”, sem perder de vista a missão de servir a região e o país. Passados 31 anos, afirmou existir um sentimento comum de orgulho na instituição construída e no caminho percorrido, lembrando todos quantos contribuíram para afirmar um projeto que nasceu mais tarde do que outras instituições de ensino superior, mas que conquistou o seu lugar.
Num momento de reconhecimento, evocou os anteriores presidentes do IPCA, os professores Lopes Nunes, Norberto Cunha e João Carvalho, sublinhando o legado essencial deixado por cada um. Foi precisamente ao professor João Carvalho que Maria José Fernandes regressou no final do seu discurso, recordando-o com emoção e reconhecendo a sua liderança visionária, que marcou profundamente a identidade da instituição.
No seu último ato oficial como presidente do IPCA, Maria José Fernandes optou por não apresentar um balanço formal dos oito anos de mandato, preferindo refletir sobre o impacto humano e social da instituição. Confessou que os momentos que mais a marcaram aconteceram fora do campus, quando, em contextos inesperados, alguém se aproximava para dizer: “Estudei no IPCA”.
Para a presidente cessante, esses testemunhos representam a prova mais clara de que o IPCA cumpre a sua missão, ao permitir que muitos jovens e adultos tenham acesso ao ensino superior, aos sonhos e a uma vida melhor. “É nesses momentos que sinto, de forma profunda e serena, que o IPCA cumpre a sua missão”, afirmou.

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Maria José Fernandes recordou ainda a visão política que esteve na origem da criação do IPCA, destacando o papel decisivo de Fernando Reis, então presidente da Câmara Municipal de Barcelos, cuja decisão “corajosa e visionária” transformou a própria região.
Tendo ingressado no IPCA há cerca de 28 anos, a presidente cessante descreveu a instituição como o espaço onde iniciou a sua carreira académica e onde se fez professora. Liderar o IPCA, assumiu, foi “uma honra, um privilégio e uma enorme aprendizagem”, exercida com um profundo sentimento de pertença, responsabilidade e compromisso.
Um reconhecimento particular foi dirigido à sua equipa mais próxima, cuja “lealdade, compromisso e trabalho incansável” considerou determinantes ao longo dos oito anos de mandato. A família e os amigos foram igualmente lembrados pelo apoio constante e pela compreensão das ausências e exigências inerentes ao exercício da presidência.
Encerrando o ciclo, Maria José Fernandes desejou sucesso à nova presidente, Alexandra Malheiro, expressando admiração pessoal e profissional, confiança na sua liderança e sublinhando o lema escolhido para o novo mandato: “Identidade e Compromisso”.
Um novo ciclo com continuidade e ambição
Na sua tomada de posse, Alexandra Malheiro assumiu a presidência do IPCA com “grande motivação, profundo sentido de responsabilidade, espírito de missão e compromisso com o bem comum”. Sublinhando o significado pessoal e coletivo do momento, afirmou tratar-se do início de um novo ciclo que se quer de continuidade, mas também de renovação, escuta, ação, ambição e humanismo.

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As primeiras palavras foram de agradecimento ao IPCA, instituição que serve há 27 anos, e à presidente cessante, Maria José Fernandes, cuja liderança considerou determinante para o posicionamento do IPCA como instituição de referência a nível nacional e internacional. Alexandra Malheiro destacou a visão estratégica, a coragem, a proximidade e o compromisso com a inclusão e o território que marcaram o legado da sua antecessora.
Num registo pessoal, dirigiu-se também à colega e amiga Maria José Fernandes, recordando um percurso comum desde o início da sua ligação ao IPCA e sublinhando os laços humanos que se constroem a instituição.
A nova presidente agradeceu ainda a confiança do Conselho Geral, assumindo o compromisso de liderar o IPCA com “humildade, dedicação e espírito de missão”, bem como à equipa que a acompanha neste novo mandato, destacando a sua diversidade, coesão e alinhamento com os valores da instituição.
O lema “Identidade e Compromisso” foi apresentado como a síntese da visão de Alexandra Malheiro para o IPCA: uma instituição que “honra a sua história e singularidade, mas que se projeta com determinação no futuro”. No seu discurso, identificou os principais desafios que o ensino superior enfrenta, desde o declínio demográfico à transição digital, passando pelas alterações legislativas em curso, como a revisão do RJIES e o novo modelo de financiamento.

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Alexandra Malheiro sublinhou que o IPCA se encontra numa fase determinante da sua trajetória, com a consolidação como universidade politécnica a representar uma oportunidade estratégica para reforçar a missão pública da instituição, a promoção do desenvolvimento regional, da inclusão social, da inovação e da excelência.
A nova presidente apresentou ainda os seis eixos estratégicos do plano de ação para os próximos quatro anos, centrados nas pessoas, na governação responsável, no ensino, na investigação e inovação, na cooperação e internacionalização e na cultura e interação com a sociedade, reforçando que o sucesso deste plano depende do envolvimento e compromisso de toda a comunidade académica.
Uma instituição consolidada e projetada no futuro
No encerramento da cerimónia, Alexandra Malheiro destacou os números e a dimensão atual do IPCA: seis escolas, quase oito mil estudantes, uma oferta formativa diversificada, centros de investigação acreditados, um campus consolidado em Barcelos, um novo campus em Guimarães, com a Escola de Hotelaria e Turismo e a Escola de Desporto junto à Quinta do Costeado, e uma rede de polos que cobre toda a região do Cávado e do Ave.

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Assumindo a presidência num dia de celebração, deixou uma mensagem de união e confiança, apelando ao sentido de comunidade e à participação ativa de todos na construção do futuro do IPCA. “Cabe-nos agora consolidar o que somos e projetar o que queremos ser”, afirmou, desejando que os próximos anos continuem a afirmar o IPCA como uma instituição de excelência, humana, inovadora e transformadora.
A cerimónia terminou num ambiente de celebração, com a atuação das Tunas do IPCA, simbolizando não apenas a passagem de testemunho na liderança da Instituição de Ensino mas também a continuidade de um projeto coletivo que, ao longo de 31 anos, se afirmou como um motor de desenvolvimento, conhecimento e transformação social na região e no país.





