António Miguel Cardoso confia em Moreno
Presidente vitoriano preferiu não revelar os detalhes do contrato com Moreno e remeteu essas explicações para mais tarde.
Cerca de 17 horas depois de o Vitória Sport Clube revelar, através de um comunicado publicado no website oficial, que “o treinador Pepa e respetivos adjuntos foram afastados do comando técnico do plantel principal de futebol” e que a “a liderança será assumida por Moreno Teixeira, com efeitos imediatos e permanentes”, António Miguel Cardoso, presidente dos órgãos sociais do clube vitoriano, surgiu na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques para explicar as decisões.
© Cláudia Crespo
Antes de revelar o que motivou a saída de Pepa, António Miguel Cardoso preferiu direcionar os holofotes para o novo timoneiro: “o Moreno é o novo treinador com a confiança de toda a administração, reconhecemos o seu amor ao Vitória, reconhecemos também grande competência”. Foi assim que começou antes de vincar a confiança que tem na troca de treinadores. “Estamos muito entusiasmados e confiantes na nossa decisão, o Moreno vai de encontro ao nosso projeto para o Vitória”, disse.
Para um entrar, um teve de sair. Pepa, que assumiu a função em 2021/2022, garantindo o apuramento do clube para a nova UEFA Conference League, não estava alinhado com a visão da direção para o futuro do Vitória. “Desde a nossa entrada há um desalinhamento em relação às nossas ideias, da forma de salvar o clube, e aquilo que eram os interesses do treinador, que estava mais interessado, compreensivamente, na vertente desportiva e menos no futuro do clube”, referiu António Miguel Cardoso. O desencontro de ideias e projetos já tinha sido visível, entende o presidente, nomeadamente nas declarações recentes do timoneiro e no “discurso para fora” em que “o mister Pepa transmitia que a equipa estava mais fraca do que no ano passado”. Ontem, numa reunião, “o treinador excedeu determinados limites” que ditaram o fim da relação. O contrato, que era válido até junho de 2024, chega agora ao fim e já “há acordo”, mas António Miguel Cardoso preferiu não elaborar.
Com um novo capitão ao leme, a estratégia passa por “dar continuidade ao trabalho que estava a ser bem feito” e “trabalhar em conjunto para colmatar as saídas” sem escolher, a poucos dias do arranque oficial da temporada, um rumo diferente na abordagem ao mercado de transferências. O dirigente vitoriano, que esteve acompanhado de Rogério Matias, diretor desportivo, e de diversos elementos dos órgãos sociais como os vice-presidentes Armando Guimarães, Nuno Leite e Pedro Meireles, garantiu que “num futuro próximo surgirão novidades”. António Miguel Cardoso lembrou ainda que o projeto que foi sufragado e eleito consiste, desde o início, em “tentar resolver duas situações, a vertente financeira e a vertente desportiva” e que a resolução para ambas é a mesma: “redução salarial, redução de despesas, ter jogadores mais jovens”.
O presidente vitoriano preferiu não revelar os detalhes do contrato com Moreno e remeteu essas explicações para mais tarde. No entanto, ver o técnico comandar as principais tropas dos conquistadores não parece ser uma solução temporária: “tenho confiança total, o projeto é sólido e não queremos mudanças no curto e médio prazo, este alinhamento vai continuar a ser total”. António Miguel Cardoso vincou a confiança que tem no treinador e disse ainda que se sente mais confiante para enfrentar o primeiro jogo oficial da época do que estava há “dois ou três dias atrás”. Recorde-se que o Vitória tem estreia marcada na UEFA Conference League no próximo dia 21, quinta-feira, frente ao Puskás Akadémia FC no Estádio D. Afonso Henriques.
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