Avante com o Covid?

Por José Rocha e Costa.

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por José da Rocha e Costa

A Festa do Avante! tem estado nos últimos dias no centro do debate político, com os partidos mais à direita como o PSD e o CDS-PP a criticarem a postura do Governo por falta de coerência da lotação do evento comunista face a limitações impostas em outros setores, como os estádios de futebol ou os festivais de verão.

Perante as preocupações sanitárias actuais, o PCP já veio dizer que dentro do recinto, não vão poder estar mais de 33 mil pessoas, o que corresponde a um terço da lotação imposta em anos anteriores. Além disso, o PCP refere que vão ser tomadas medidas adicionais de proteção e prevenção, como: a disponibilização de materiais de higienização, o distanciamento físico nas diversas atividades (incluindo a criação de assistentes de plateia), a criação de corredores de circulação de sentido único e a separação de canais de entrada e saída.

Ora bem, se há partido político que tem capacidade de organização e de mobilização de voluntários necessários para garantir a adopção destas medidas adicionais, esse partido é o PCP. Ainda assim, custa a crer que, tal como referem os Comunistas, os 30 hectares compostos pelas Quintas da Atalaia e do Cabo da Marinha consigam proporcionar nove m2 para cada militante ou visitante. Isto porque nos eventos deste género, há uma tendência à aglomeração e não parece muito plausível que cada pessoa se restrinja à sua “bolha” dentro do recinto.

O PCP defende também que a festa do Avante! não pode ser comparada com eventos como os festivais de Verão ou os jogos de futebol, porque se trata de um evento de “afirmação política do exercício de direitos democráticos e de intervenção em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo”.

Se é verdade que este não é “só” mais um festival de Verão, tendo inegavelmente uma importante simbologia política no pós-25 de Abril, não é menos verdade que o vírus pandémico não distingue um festival de cariz político de outra festa qualquer. E o risco, neste caso, é que estejamos a repetir erros cometidos noutros países, como por exemplo o jogo de futebol ocorrido em Bergamo (Itália) em Fevereiro, em que estavam cerca de 26 000 pessoas a assistir, criando as condições perfeitas para aquilo que foi apelidado mais tarde de uma “bomba biológica”.

Estando praticamente posta de parte a possibilidade da Festa do Avante! não se realizar, cabe agora à DGS determinar quais as condições e capacidade máxima exigida para o evento. Se de um lado tem a pressão do PCP, que até por questões do financiamento do partido, tem todo o interesse em que a afluência de pessoas não seja ainda mais depauperada, do outro lado tem a pressão da opinião pública, que não veria com bons olhos uma repetição da tragédia italiana. É caso para dizer que a DGS se encontra entre a espada e a parede, ou melhor, entre a foice e o martelo.

Uma coisa é certa, a mim é que não me apanham por lá. Prefiro ir para a praia do Alvor passar umas férias. Uns dias de praia fazem sempre bem, além disso, se me estiver a afogar, sempre tenho o Presidente Marcelo para me resgatar.

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