Banhos Velhos: “Não é um sítio, é uma ideia, uma identidade, uma marca”

De maio a setembro, o Museu Cultural de Caldas das Taipas, em Guimarães, recebe concertos, cinema, tertúlias, palestras, teatro, ateliers infantis, visitas guiadas e serviço educativo. A agenda conta com mais de duas dezenas de iniciativas, para todas as idades, e com entrada livre.

© Eliseu Sampaio/Mais Guimarães

Depois de um regresso, pós-pandemia, com a maior afluência de público de sempre, a missão dos Banhos Velhos, enquanto ciclo de programação cultural promovido pela cooperativa Taipas Termal, continua a ser a mesma: “descentralizar a cultura e dar acesso a todas as iniciativas de forma livre”.

Esta será “uma temporada cultural com atividades para todos os públicos, naquele que é um local com uma mística muito própria. Aqui todos cabem e todos têm as portas abertas para ver algo com que se identifiquem ou serem confrontados com o inesperado” explicou, na apresentação do programa José Manuel Gomes, da organização.

“É, talvez, a programação mais exigente de todas, e que acata muita responsabilidade, precisamente porque nos últimos anos tivemos um grande crescimento, paulatino, mas rápido”, referiu o diretor da programação.

© Eliseu Sampaio /Mais Guimarães

O crescimento do ciclo cultural traz também algumas dores de cabeça, “mas daquelas boas”, acrescentou o responsável, já que obriga a organização a ter de avaliar bem se o espaço atual, nos Banhos Velhos, consegue albergar todas as iniciativas, nomeadamente as de maior afluência de público. “É um espaço que se começa a fazer pequeno e este é o maior elogio que poderia ser feito. A opção poderá passar pelo Largo das Termas novas, que poderá ser usado. No entanto, “o que torna os Banhos Velhos um ciclo cultural único é também o espaço em si”, defende José Manuel Gomes.

Seguindo o modelo adotado o ano passado, o evento reforça a sua aposta na programação musical, trazendo a palco em Junho os espetáculos de Best Youth e Moullinex, em formato DJ Set, bem como ZEN e Máquina que actuam em Julho. Já no mês seguinte, em Agosto, os Conjunto Corona mostram-nos o seu mais recente álbum ESTILVS MISTICVS e a já tradicional Noite de Fados com o Grupo de Fados da Vila volta a merecer destaque. Para encerrar a temporada musical de 2024, em Setembro, o muito aguardado regresso de Capitão Fausto a Caldas das Taipas.

“Os Banhos Velhos são um sinal da descentralização cultural”

Paulo Lopes Silva

O vereador da Cultura na Câmara Municipal de Guimarães, na apresentação da programação, destacou que a temporada dos Banhos Velhos “tem várias dimensões que valorizamos muito”.
Desde logo, pela “valorização da descentralização cultural, da democratização do acesso à cultura, que é muito importante para o município. Depois porque temos neste polo, na vila das Taipas, uma programação regular que acrescenta, diversifica, vai ao encontro da comunidade local e das instituições locais, e apresenta uma programação consistente, de qualidade, e de abrangência regional e nacional”.

© First Breath After Coma

Há, adiantou também o vereador, pessoas que se deslocam de todo o país para assistirem aos espetáculos, pelas “condições únicas do espaço e pela qualidade da programação”.

O vereador acrescenta ser “importante olharmos para esta oferta termal, também pela importância turistica e de desenvolvimento do concelho, fomentando o aumento da estada média dos turistas em Guimarães.

Capitão Fausto, Best Youth, Moullinex, Conjunto Corona, Zen e Máquina na 13ª edição dos Banhos Velhos

O espaço Banhos Velhos é uma marca identitária e histórica na vila das Caldas das Taipas, em Guimarães, desde 1753. Após a sua restauração em 2010, tornou-se num espaço de cultura e lazer, onde a história se funde com a cultura e o património.

As iniciativas de serviço educativo estarão igualmente presentes durante os 4 meses de programação cultural dos Banhos Velhos, com visitas guiadas Educativas, uma noite de Astronomia, uma oficina de Cerâmica, um workshop de Escrita Criativa e, ainda, uma visita guiada noturna aos Banhos Velhos. Destaque também para duas tertúlias ligadas ao cinema e à música, a primeira das quais em junho, sobre a “Importância da Banda Sonora no Cinema” que terá no painel de convidados o realizador de cinema Rodrigo Areias, o Vitor Ribeiro do Cineclube de Joane e, ainda, Hugo Gomes, membro integrante dos Sensible Soccers.

© Capitão Fausto / Matilde Travassos

Já em julho, e, acompanhada de uma inauguração, a segunda conversa, desta vez em torno do mítico e extinto bar de concertos N101 que, durante mais de uma década, alimentou e integrou o circuito independente na zona do Minho. A terminar o ciclo, o regresso das tertúlias com história, onde serão revisitados Registos Fotográficos e representações na Literatura Portuguesa de Caldas das Taipas no século XIX e XX.

Na programação dos Banhos Velhos há espaço também para o teatro. Em julho, com o GTAC – Grupo de Teatro Amador de Campelos, um dos grupos de teatro amador mais reconhecidos do concelho de Guimarães, que traz ao museu cultural a peça “O Conquistador” e, a encerrar a temporada, o grupo de teatro ATRAMA apresenta a peça “5 em 1”. Já no campo do cinema, os filmes “Perfect Days”, “Anatomy Of A Fall”, “Past Lives” e “The Iron Claw” marcam presença com as habituais sessões ao ar livre, em noites de verão.

“Temos duas marcas de Caldas das Taipas que queremos projetar”

Vítor Pais

Para Vítor Pais, diretor executivo da Taipas Termal, os Banhos Velhos, sendo já uma marca, é algo que, quer para a cooperativa, quer para a região, “constitui um polo de agregação, de captar a atenção, e uma oportunidade de potenciarmos até a marca Taipas Termal, que é um dos objetivos estratégicos deste ano”, revelou o responsável.

O propósito é, explica, potenciar a notoriedade utilizando “as duas marcas que temos – Taipas Termal e Banhos Velhos – e que de alguma forma têm feito caminhos individuais de crescimento.

A Taipas Termal, relativamente à àrea da saúde, área termal, saúde e bem estar, deve aproveitar esta “exposição assinalável dos Banhos Velhos, que nos últimos anos tem ganhado muita relevância”.

© Eliseu Sampaio /Mais Guimarães

Quanto às expectativas de Vitor Pais para a programação deste ano “são muito altas”, até porque, no ano passado, “claramente, extravasou, entramos num nível acima”.

O diretor executivo da cooperativa diz, entretanto, que continua a ser “preocupação da direção da Taipas Turitermas, potenciar ainda mais esta marca indo de encontro à missão da cooperativa, que é contribuir e ser um polo potenciador das características da região das Taipas e de Guimarães”.

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