Câmara e ASMAV tentam viagem a Bruxelas para alunos do Torneio de Retórica
A ASMAV (Associação Artística Vimaranense), juntamente com a Câmara Municipal de Guimarães, estão numa união de esforços para proporcionarem uma viagem paga aos alunos participantes da quarta edição do IV Torneio de Retórica, a Bruxelas, ao Parlamento Europeu.

Não é ainda confirmado, mas Adelina Pinto, vereadora da Educação na Câmara, deixou a garantia, esta segunda-feira, dia 27, na conferência de imprensa de apresentação da iniciativa, que o Município está a fazer de tudo para que essa viagem, para 12 alunos mais os professores, se concretize. “Queremos dar para acrescentar ao que o torneio já dá, ou seja, proporcionar uma espécie de mini ERASMUS, direcionado para a questão política decisiva e os nossos melhores, têm de estar lá. Estamos a fazer esforços, está a ser tudo preparado para que, tendo em conta a qualidade do projeto, conseguirmos, e vamos conseguir, abrir a Europa aos alunos”, disse a vereadora.
Francisco Teixeira, presidente da ASMAV confirmou, referindo que a organização gostaria de dar mais do que uma taça e um diploma aos alunos que representam as escolas. “Os alunos não se queixam, mas um prémio de estimulação material, que seria uma viagem a Bruxelas paga para contactarem com instituições europeias” é também bem visto pelo responsável.

© Eliseu Sampaio/Mais Guimarães
“Este Torneio ajuda os alunos a pensarem e a estarem no papel do outro”, Adelina Pinto
O Torneio de Retórica das Escolas Secundárias de Guimarães, coordenado pela ASMAV – Associação Artística Vimaranense – e apoiado pela Câmara Municipal de Guimarães vai na quarta edição e já está em andamento. As escolas Francisco de Holanda e Martins Sarmento vão já para a segunda fase do torneio e a Secundária das Taipas e o Agrupamento de Escolas Santos Simões preparam o início, durante o próximo mês de fevereiro, da sua primeira fase.
Os debates têm como temas alguns dos principais e mais relevantes problemas do mundo contemporâneo e de Guimarães, de que são exemplo a retirada do trânsito do Centro Histórico, o serviço militar obrigatório, o fim dos quadros de mérito das escolas, a proibição das claques de futebol ou dos telemóveis nas escolas ou a formação de uns Estados Unidos da Europa de natureza federal.
Em idades em que a opinião em relação a certos temas ainda não está formada, o evento faz com que os alunos estudem os assuntos e, ao mesmo tempo, se criem cidadãos informados e instruídos. Isso mesmo foi destacado por Francisco Teixeira, presidente da ASMAV. “Os alunos já vêm para o secundário a pensar no Torneio de Retórica quase como se fosse mais uma disciplina e isso é, talvez, o nosso maior ganho neste momento, e que o seja para o futuro. Queremos que este seja um evento que se inscreva na vida pedagógica e educacional nas secundárias de Guimarães”, disse o docente.
Adelina Pinto, vereadora da Educação na Câmara de Guimarães revelou-se “fã incondicional do Torneio de Retórica”: “Acho que não conseguimos medir a diferença que estamos a fazer em cada aluno, num mundo em que se age perante slogans mentirosos, de guerras em que tudo se decide com mentiras, ter este torneio que ajuda os alunos a pensarem e a estarem no papel do outro, e esta capacidade de mudar de lado faz com que tenhamos a reconstrução do ser”.
Adelina Pinto destacou ainda o papel dos professores e das quatro escolas secundárias do concelho. “Estarem de corpo presente num projeto desta envergadura, que ousa envolver todos os alunos de 11º ano, é meritório para todos os professores. Este projeto é todo ele feito pelos professores, pela escola e isto muda cada professor e cada escola”.

© Eliseu Sampaio/Mais Guimarães
“Espero que o país replique o Torneio de Retórica, porque o espírito critico que se desenvolve é bastante positivo”, aluno Pedro Costa
O impacto do Torneio de Retórica nos alunos, foi testemunhado pelos vencedores das respetivas escolas, no ano passado. Pedro Costa falou de uma “experiência positiva”, até mesma uma derrota: “Fez-me crescer como pessoa, é o que é bonito no torneio, desenvolvem-se competências que não surgem noutro lado qualquer. Apesar de ser um torneio racional e intelectual, é também bastante emotivo o que é normal”. “Espero que o país replique o Torneio de Retórica, porque o espírito critico que se desenvolve é bastante positivo”, acrescentou.
Opinião partilhada pela Francisca e pela Maria. “Desenvolvemos capacidade critica, filtramos informação, com trabalhos de investigação e temas, desenvolvemos aquela que vai ser a nossa opinião. E houve alturas em que mudámos mesmo de opinião, depois de pesquisar o tema. E não é só formar opinião, mas compreender opiniões opostas”, referiu a Maria.
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